Gondim, Arminianos, e Irracionalidade
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Marcelo Lemos
Que prega o Open Teísmo? Trata-se de uma doutrina que vislumbra um Deus “aberto” (open) para o futuro, ou no sentido de que não conhece o futuro, ou que não o decreta. Ou seja, um Deus que apesar de ser soberano sobre um plano geral da História, não é soberano sobre aqui e agora. Nas palavras de Gondim, uma tragédia ou um crime hediondo não fazem parte do querer de Deus: Deus não quer e nem permite, os homens fazem por serem livres para o que bem entenderem.
Arminiamos e Calvinsitas se ressentem de tal doutrina e a combatem ferozmente. Isso é bom, significa que até mesmo entre os arminianos não se aceita a ideia de que Deus não seja soberano. No entanto, não posso deixar de sinalizar que a briga arminiano contra o Open Teísmo revela a própria falsidade da tese arminiana – quando um arminiano ergue voz contra Ricardo Gondim está assumindo seu próprio erro.
O Open Teísmo é heresia, mas tem algo que falta ao Arminianismo: uma boa dose de coerência. Para o Arminiano Deus decreta o futuro com base naquilo que ele previu nos homens. Em outras palavras, Deus apenas reagiu à ação livre do homem. Ora, isso implica em estar, sim, “aberto ao futuro”; se não agora, ao menos quando ele previu o que o homem iria livremente fazer. No caso de um estrupo, Deus não decretou aquilo, mas viu que o homem iria fazer e permitiu. Essa é a única vantagem do Arminianismo quando comparado ao Open Teísmo: que Deus é onisciente. Fora esse detalhe da Onisciência de Deus, Arminianismo e Open Teísmo pregam a mesma coisa.
1. Deus não é totalmente soberano. Assim como no Open Teísmo, a tese dos arminiamos nega que tudo acontece por ser a vontade de Deus; no máximo aceitaram uma vontade “permissiva” de Deus, pela qual ainda que contra sua vontade ele permite que o homem faça o que bem entender. O homem é soberano sobre seus próprios atos, e Deus apenas reage a ação dos homens.

2. O homem é senhor de seu próprio destino. “Apenas você pode impedir que Deus te abençoe!”. “Ninguém pode impedir que Cristo te salve: a não ser você mesmo”. Para ambos os grupos o dito “livre-arbítrio” é algo tão valioso que nem mesmo Deus se atreve a interferir na vontade humana. Deus pode tudo, menos tocar na sua livre vontade – não é essa a mensagem da maioria dos pregadores populares de nossos dias? Eles estão ensinando que Deus é soberano, mas só até onde começa a soberania do próprio homem. O homem é senhor do seu próprio destino.
3. A relação entre Deus e o homem é meritória. Os dois grupos vão negar a acusação, mas ela é inevitável. Se Deus reage a ação humana, então segue-se que a salvação baseia-se naquilo que o homem faz para Deus. Por isso os dois grupos negam a Predestinação Incondicional. Aqui temos algo interessante. Os arminianos não aceitam serem acusados de “salvação por obras”, mas insistem em dizer que a Predestinação não é, como afirmamos, “Inconcidional”. Ou seja, se o homem quer ser salvo, precisa cumprir determinadas condições, e sendo livre sobre seus atos, implica em salvação meritória.
A graça de Deus é igual sobre todos os homens, eles ensinam. Se é assim a diferença entre um salvo e um perdido não está na Graça, nem na ação do Espírito Santo, mas nas boas e más ações do próprio homem. O salvo foi bom o suficiente para responder positivamente, e o perdido não teve tal bondade, e se perdeu.
O Arminianismo é incoerente ao criticar o Open Teísmo sobre a “abertura de Deus”, já que ele mesmo vislumbra um Deus que “viu” o futuro acontecer livremente, sem o seu decreto. E ambos são incoerentes ao afirmarem uma salvação “por graça”, quando na verdade, suas teses implicam em uma salvação meritória.
Na minha humilde visão, encaro tanto o calvinismo quanto o arminianismo como extremos ligeiramente exagerados sobre o mesmo assunto. Deus é soberano e o homem tem participação na salvação! Se não conseguimos ver uma maneira de conciliar essas duas afirmações é porque talvez Deus tenha propositalmente deixado esse assunto além da nossa compreensão.
ResponderExcluirAbraços, Paz de Cristo.
Bem, eu já vejo o arminiamos uma tentativa de não exagerar a "abertura" de Deus. O Paradoxo é que isso o torna mais "Bíblico" que o Open Teísmo - no sentido de não negar a Onisciencia Divina; mas o torna mais incoerente que seu rival, já que acaba criticando a si mesmo.E quanto a "salvação por graça", ambos são contraditórios.
ResponderExcluirUm nega (Open), o outro relativiza (Arminianismo) a Soberania de Deus. Por exemplo, o massacre em Realengo aconteceu pelo decreto de Deus? Ambos dirão que não: o Open dirá que Deus nem sabia daquilo, e os Argminiamos dirão que Deus permitiu o jovem resolver o que faria, e apenas permitiu contra sua vontade. Quem decretou o massacre? O próprio assassino.
Abraços.
Recomendo a todos o livro "A Soberania de Deus e a Responsabilidade do Homem". Embora paradoxal, tanto Deus é soberano quanto o homem tem responsabilidade.
ResponderExcluirPermaneçamos firmes!
Ótima exposição. De fato, há contradições enormes na idéia arminiana de salvação. Se admitem que a salvação é pela graça, mas pregam que é "mantida" pela obra, então estão acrescentando à Obra de Cristo a parcela humana da salvação. Se é assim, então qualquer um pode concluir que a salvação que Cristo nos oferece é incompleta, necessitando de "apoio". Bom, eu fico com a declaração dos profetas, dos discipulos e do próprio Cristo, principalmente a de Jo 6, onde Ele responde que a obra de Deus é que creiamos no Seu Filho para salvação!
ResponderExcluirDeus abençoe!
Alliadoo, no arminianismo se fala de "paradoxo" entre Soberania Divina e Responsabilidade Humana, pois para eles o homem só poder ser responsável se for livre. No Calvinismo não existe tal paradoxo: afirmamos que o homem é responsável, mas não que seja livre. Ser responsável, como diz Romanos 9, não tem haver com ser o homem livre, mas com Deus ser completamente soberano.
ResponderExcluirAbraços.
Afirmar que Deus permitiu desgraças produzidas por mãos humanas, é retirar a culpa dos homens e transferí-las para Deus!
ResponderExcluirÉ evidente que o calvinismo tira o caráter da pessoalidade de Deus quando o coloca como soberano, à exemplo da forma arcaica do deus furioso da igreja medieval.
O fato de Deus não interferir quando homens comumente cometem atrocidades, não significa que não seja soberano! Em sua soberania, Deus escolheu não forçar o ser humano a serví-los, nem muito menos, tirar a oportunidade de salvação. A Bíblia diz que a culpa das contradições humanas não é de Deus, afinal, "de que se queixa o homem,. senão dos próprios pecados", já diz tudo!
E, o futuro a Deus pertence, nos sentido que ele tem poder para mudar os caminhos tortusos dos homens!
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Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog....
ResponderExcluirSr. Valter Borges, por favor, medite neste texto: "Mas seu pai [de Sansão] e sua mãe não sabiam que isto >>VINHA DO SENHOR<<, que buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel." (Juízes 14:4)
A não ser que eu esteja louco e, o texto em hebraico me contradiga, mas "Vir do SENHOR" não traz a conotação de controle direcionador? Sansão estava desobedecendo os pais se casando com uma filistéia e, nós sabemos que "Deus não tenta ninguém" (Tg: 1.13). Então o que nós podemos concluir do texto: que "todos os meus dias" foram "escritos e >>DETERMINADOS<< quando nenhum deles havia ainda" (Salmo 139:16). Isso significa que a Soberania de Deus está em TOTAL harmonia com nossos atos, sejam bons ou maus.
"Sabe, porém que de todas [as] coisas Deus te pedirá contas." - Ec: 11.9
Que o ESPÍRITO SANTO nos guie a toda verdade!
Ah! propósito irmão Marcelo, seu artigo foi muito esclarecedor! Que o SENHOR JESUS o preserve em humildade.
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