O Espírito Santo é uma Pessoa?

O Espírito Santo é Uma Pessoa? *




EDWIN H. PALMER

Uma das características distintivas do Cristianismo é crer no Espírito Santo como uma pessoa. Desde os primeiros dias da Igreja até o modernismo atual, tem existido quem negue a personalidade do Espírito, de uma forma ou de outra. Muitos pregadores e teologos ditos cristãos falam do Espírito Santo não como “Ele” mas como “o”. Vêem nele uma influencia, poder ou energia impessoais, e não a terceira Pessoa da Trindade. Se isto fosse correto, nos veríamos privados de algumas das maiores bençãos de nossa salvação. Além disso, não é bíblico.

A Bíblia nos revela por diveras formas que o Espírio é uma pessoa. Antes de tudo, lhe atribui um mente, vontade e emoções, que são características exclusivas de uma pessoa.  Os objetos impessoais não possuem tais qualidades, porém o Espírito de Deus as possui. Paulo dá como subentendido que o Espírito Santo possui uma mente quanto escreve que “o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (I Cor. 2.10,11). Paulo atribui conhecimento ao Espírito Santo, e o conhecimento é algo que uma pessoa tem, mas não o tem uma influencia ou poder. A Bíblia também descreve ao Espírito Santo como possuidor da qualidade pessoal da volição. Lemos que quando Paulo, Silas e Timóteo queriam ir a Bitinia, “O Espírito não o permitiu” (Atos 16.7). E em I Coríntios 12.11, Paulo nos diz que o Espírito deus muitos dons aos cristãos, “repartindo particularmente a cada um como quer”. E quanto as emoções, Efésios 4.30 dá por certo que o Espírito pode se entristecer, pois nos ordena: “Não entristeçais ao Espírito Santo!”.

A Bíblia também nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa ao coloca-lo em parceria com outras pessoas. Por exemplo, sabemos que o Pai  e o Filho são pessoas, portanto, quando Jesus fala de batizar aos convertidos “em (dentro de) o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28.19), indica com isso que o Espírito Santo também é uma pessoa, assim como o são o Pai e o Filho. Tiago, ao dar certas instruções à igreja primitiva, escreveu: “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias” (Atos 15.28). É evidente que se considerava o Espírito Santo como uma pessoa capaz de compartilhar dos mesmos pensamentos e idéias que tinham ele e os demais apóstolos.

Além disso, seria redundancia sem sentido dizer que Jesus foi regressou do deserto “pelo poder o Espírito” (Lucas 4.14) se o Espírito fosse simplesmente um poder impessoal. Leia novamente a frase, podem no lugar de “poder”, “espírito”.

Quão agradecidos devemos estar de que o Espírito seja uma pessoa! Porque precisamente por ser uma pessoa nos pode convencer do pecado, e com isso nos guiar até Deus, morar dentro de nós, nos conceder poder sobre o pecado, iluminar nossa mente para enteder as Escrituras, conduzirnos para que conheçamos a vontade de Deus, dirigir-nos em oração, e vocacionar os ministros, anciãos e diáconos como oficiais da Igreja.

Como o Espírito Santo é uma pessoa também podemos reagir desfavoravelmente frente a Ele. Podemos Lhe resistir, agravá-Lo, depreciá-Lo, e blasfemá-Lo. Tais coisas lhe desagradam e seguramente nos causará dano. Oxalá nunca neguemos a personalidade do Espírito, antes que creiamos n’Ele e experimentemos as bençãos que está fé nos concede!

* Este título, em forma de interrogante, é uma adaptação nossa; no texto original ele se apresenta como uma afirmativa.

Traduzido por Marcelo Lemos, para o projeto “Olhar Reformado”.

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