Cristo: Centro da Pregação Cristã


Cristo: Centro da Pregação Cristã


Por Marcelo Lemos


Mesmo não sendo um grande pregador, eu gosto de ensinar homilética àqueles que, como eu, se sentem chamados para o Ministério da Pregação. Na minha opinião, não há maior chamado do que este, pois, creio – consoante com a fé reformada – que a pregação é um dos principais meios de graça que Deus concede a seus eleitos.

Infelizmente, não é dificil perceber que muito daquilo que hoje chamamos de ‘pregação’, pouco ou nada consegue edificar o corpo de Cristo. Tal constatação é grave, pois a Bíblia, nosso principal manual de culto, adverte que toda a liturgia deve visar a edificação de todo o Corpo. De fato, o Novo Testamento coloca muita enfase sobre a necessidade de haver “edificação” naquilo que fazemos.

Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua – Romanos 14.9.
Mas, o que profetiza fala aos homens para a edificação, exortação e consolação – I Cor. 14.3.
Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do aquele que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a Igreja receba edificação – I Cor. 14.5.
Assim também vós, já estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da Igreja – I Cor. 4.12.
Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para a edificação – I Cor. 14.26.

Ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo – Efésios 4.11,12.
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem – Efésios 4.19.
Paulo zelava tanto pela edificação do Corpo, que ao presentir que muitos não acatariam os seus conselhos sobre “ordem e decência” no culto cristão, sentenciou:
Se alguém se considera profeta, ou espiritual, admita que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém igonora isto, que também seja ignorado! – I Cor. 14.37,37.

Paulo recebera uma capacidade especial do Senhor. Ao escreve inspirado pelo Santo Espírito, ele não apenas diagnosticou e apresentou a solução para um problema da Igreja de Corinto, como também o fez em prol da Igreja de nossos dias. Sim, pois ali em Corinto havia um grupo que se considerava “os espirituais”. Eram homens e mulheres que se gloriava de possuir os dons. E eram dons maravilhosos como revelação, profecia, linguas desconhecidas... Por portarem tais dons, se julgavam melhores e superiores; rejeitando, inclusive, se submeterem a supervisão apóstolica de Paulo!

Em outras palavras, eles se consideravam cristãos autonomos, pois alegavam receber as graças divinas diretamente de Deus, pelos dons do Santo Espírito. De modo que, as advertencias de Paulo não importavam muito. Paulo, eles diriam, estava na carne, na letra – enquanto que eles estavam andando no “sapatinho de fogo de Jeová!”.

Qualquer semelhança com alguns cristãos do nosso tempo não é mera coincidencia... Paulo, então, lhes diz: Se, de fato, alguém é espiritual, então, deverá considerar que aquilo que eu escrevo sobre “ordem e descencia” são mandamentos do Senhor. Portanto, caso alguém afirme ser espiritual, e ao mesmo tempo se recusa a ter o seus dons regulamentados pelo que diz a Palavra, então, que tal pessoa seja ignorada pelo Corpo de Cristo!


Seu Ministério Edifica o Corpo?Tudo sendo feito para a edificação do Corpo. Você já analisou sua conduta na Igreja, a luz deste principio tão fundamental? Sua pregação é para a edificação do corpo? A forma como você excerce seus carismas tem como prioridade a edificação espiritual da Igreja? Se alguém avaliasse o seu ‘desempenho’ ministérial, de acordo com os beneficios espirituais da Igreja, qual seria o resultado?

Voltemos a pregação. Quando falamos em pregação, temos em mente a figura da pessoa que se coloca perante o povo de Deus como interprete das Escrituras Sagradas. Logo, deseja-se que tal pessoa faça exatamente isso. Segundo o Breve Catecismo de Westminsiter, existe algo que é central no objetivo das Escrituras: “a coisa principal que as Escrituras nos ensinam é o que o homem deve crer acerca de Deus, e o dever que Deus exige do homem” (Pergunta 3).

Observemos grande parte daquilo que hoje compramos (as vezes compramos literalmente!) como pregação. Por um lado, encontramos pentecostais e especialmente neo-pentecostais, anunciando um evangelho de saúde plena, prosperidade aqui e agora, trinfualismos e conquistas mil. De outro lado, especialmente em Igrejas mais históricas, podemos encontrar aqueles que anunciam um evangelho meramente social, reformador da ética, promotor do politicamente correto, enfim.

Que qualquer destas coisas tem haver com o objetivo central das Escrituras? Que qualquer destas coisas tem haver com o que devemos saber sobre Deus (teologia biblica), e o que devemos fazer para cumprir a vontade de Deus (teologia prática)? Penso, que muito pouco...

Recentemente, visitando uma determinada Igreja Presbiteriana, ouvi um bem estruturado sermão acerca de como se controlar as finanças; tendo o sermão, inclusive, uma boa dose de referencias bíblicas e uteis comentários práticos. Porém, quando terminou a homilia, perguntei a mim mesmo: Caso eu fosse um pecador sem Cristo, o que neste sermão poderia me ter feito contemplar a terrivel necessidade de salvação que tenho?

Qual o tema central do seu púlpito?
Qual o tema central do seu Pulpito?
Ou então, como um cristao, o que neste sermão me fez me tornar mais fiel, mais dedicado, mais consagrado, mais santo...? Aqui reside um grande ‘xis’ de toda a questão. Alguma edificação espiritual precisa ser alcançada em tudo aquilo que fazemos em nossa liturgia, desde a oração inicial, até o sermão. Tudo sendo feito para a edificação!

Imagino se alguém não possa estar pensando que ficar falando de Cristo a todo o tempo é algo simplista e repetitivo. Imagino se alguém, neste mundo tão saturado pelo pragmatismo e imediatismo, não não possa estar imaginando um alternativa melhor, para um minstérios de pregação mais vistoso e, claro, mais rentável. Creio, todavia, que Deus sempre terá aqueles que não se envergonham do Evangelho, pois como Paulo, podem dizer;
Pois [o Evangelho] é o poder de Deus para a salvação, de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego! – Romanos 1.16.

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