Paulo; Inimigo dos Crentes “água com açúcar”.

S. Paulo,

Inimigo dos Crentes “água com açúcar”



 Marcelo Lemos

Sempre que se fala em doutrina, ou se aponta uma e outra inconsistência teológica, ou heresia, é comum que se receba respostas como “o mundo está perdido, milhões de brasileiros precisam ser salvos; ao invés de perderem tempo com questões teológicas milenares, não seria mais cristão trabalhar em favor das almas?”.

Quem deve responder esta questão é a Bíblia, a menos que o objetor não a tenha como Autoridade Suprema, ou seja, a tenha recusado como autoridade final sobre sua fé e prática. No caso de tê-la recusado como autoridade suprema, não é mais um cristão, não é mais evangélico, não é mais herdeiro da Reforma; portanto, sequer deveríamos nos dar ao trabalho de responder sua objeção, pois se trataria de um pensamento não-cristão, elaborado por um não-cristão, visando atacar a fé cristã. Certamente eu devo responder aos não-cristãos, desde que os mesmos se identifiquem como tal; não sou, todavia, obrigado a responder a cristãos que se valem de argumentos não-cristãos. Devo, isto sim, denunciar sua hipocrisia.


De modo que, meu primeiro passo é saber se o autor da objeção acima aceita a Bíblia como sua única, e suprema fonte em matéria de fé e prática. Sendo um cristão, sua resposta deve ser necessariamente afirmativa. Assim, o próximo passo, natural e inescapável, é investigar o que as Escrituras têm a nos dizer sobre a objeção levantada.

Com isso, já estaremos começando a fazer teologia, para total desespero dos crentes “água com açúcar” de nossa era... Os tais, com efeito, não possuem uma teologia bíblica que justifique sua aversão ao conhecimento teológico, e a pureza doutrinária; antes, seu cristianismo “paz e amor” nasce de uma filosofia anti-cristã que ensina sobre “todos os caminhos levarem a Deus”.

Tais cristãos não são fracos apenas em teologia bíblica, eles também são hipócritas. Pensemos, por exemplo, numa famosa Igreja brasileira, que carrega o nome “batista”, mas ao mesmo tempo não aceita os incansáveis apelos que os batistas (vou chamá-los de “verdadeiros”) fazem, apelando para que reconsiderem suas posições a luz da ortodoxia. Qual a resposta de tal Igreja, e suas congeneres? Eles apelam para o 'espiritual'; e chegam a afirmar cada pessoa deve permanecer naquilo que Deus a chamou. Em outras palavras, não querem um confronto direto com as Escrituras, nem com a ortodoxia de sua própria Igreja.

Sabiamente recusam um confronto direto com as Escrituras, e a ortodoxia; do contrário, seriam obrigados a admitirem: “Não ensinamos o que a Bíblia diz”.

Mas, o que mais me impressiona é o fato de permanecerem usando o nome “Batista”! Ora, se cada um deve permanecer onde Deus chamou (seja lá o que isso signifique, né?!); e que mais importante que controvérsias teológicas é o amor pelas almas perdidas; por qual razão tais cristãos simplesmente não voltam para a Igreja Romana? Sim, pois para ter o direito de usar o nome “Batista”, “Reformado”, “Anglicano”, ou outro, é preciso estar alinhado com a defesa da fé, com o zelo teológico, e o protesto contra os abusos cometidos pelo dogmatismo papista!

Negar o valor da teologia, recursar-se a defender a fé, e ao mesmo tempo ostentar nomes como “Reformado”, “Batista”, “Pentecostal”, “Presbiteriano”, “Anglicano”, ou qualquer outro distintivo, é, antes de qualquer outra coisa, hipocrisia. Todo aquele que acha que o protesto pela sã doutrina é algo de pouco valor, então que retornem para Roma, e sejam felizes!

Já posso ouvir as objeções: Jamais faremos isso! Roma é uma Igreja apóstata! O Vaticano está sobre as “sete colinas” (sic), portanto, é a Grande Prostituta do Apocalipse. Temos uma ordem bíblica sobre isso: “Sai dela, povo meu!”. O problema, para o nosso querido crente “água com açúcar”, é que para defender tal ponto de vista ele precisa do que? Ele precisa da Bíblia! Se sua interpretação está certa ou errada é outra história, mas para chegar a sua conclusão ele, definitivamente, precisou ir à Bíblia! Que grande hipócrita ele é!
Paulo; o grande inimigo.

O apóstolo São Paulo é um grande inimigo deste 'evangelho' anti-intelectual de nossos dias. Quem já leu suas Epístolas sabe que grande parte delas é dedicada a defesa e explicação de dogmas, ou seja, de doutrinas fundamentais do Cristianismo. Tal leitor também sabe que Paulo, juntamente com a Igreja primitiva, vivia num momento de grande crise do Império Romano, e que tinham diante de si um mundo inteiro a ser evangelizado, e de fato fizeram isso (Atos 17.6; 24.5; Rom. 1.8; I Tim. 3.16).

Será que algum crente moderno, especialmente dentre os defensores do cristianismo “paz e amor”, se considerariam com um coração missionário maior que o de Paulo, e o dos cristãos primitivos? Sim, pois o coração destes homens arderam tanto por Deus e por missões, que sua grande maioria morreu em defesa do Evangelho de Cristo – eles morreram por se negarem a negociar a verdade, e por se negarem a deixar de anunciar o Evangelho do Cristo!

O que crerem tais cristãos é insinuar que aqueles que zelam pela sã doutrina, e pelos bons costumes, não possuem coração missionário? Será que os tais se alinham a famoso pregador televisivo que assegura que “critico nada faz”? Ora, por acaso quem assim pensa, conheçe mais do assunto que Policarpo, Lutero, Calvino, Thomas Cramer, ou os Mártires de Guanabara (RJ)?

Seriam eles mais missionários que São Paulo? Não estranhem, queridos “água com açúcar” o banner deste artigo mostrar figuras de Paulo com sua espada, afinal, ele mesmo escreveu:
Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes... Tomai também o capacete da salvação, e aespada do Espírito, que é a palavra de Deus” - Efésios 6.13, 17.

Paz e bem!

5 comentários :

  1. Marcelo, paz.

    Será que voce se referiu, por curiosidade, a uma igreja batista, digamos, aquatica?


    cristaoperegrino.blogspot.com

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  2. Humm... não me complique, hein? (Risos) Mas, em todo o caso, tem muita coisa extranha acontecendo em pequenas lagoas por aí; e tenho dito!

    Paz

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  3. Igreja Batista dos Afogados? Afogados em tanto miserê espiritual, em que os palestrantes (pregadores?) perdem tempo em falar de suas vidas, parto dos filhos, inveja (????) dos líderes (ou daquela menina que canta com voz afetada). Afogados em tanta baboseira pregada e falada com mansidão de voz, como se fosse sinal de santidade.

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  4. Sim, tem muita coisa estranha em tantos lugares que está ficando dificil encontrar sã doutrina.

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