Apocalipse: Chaves Para Interpretação

Apocalipse: Chaves Para Interpretação
 
 
 Por David Chilton

Desde o principio, os loucos e excêntricos tentam utilizar o Apocalipse para advogar alguma nova distorção daquela doutrina que diz: O Céu Está Caindo! Porém, como espero mostrar nesta exposição (1), ao invés disso o Apocalipse de João ensina que os cristãos vencerão toda oposição por meio da Obra de Cristo Jesus. Meu estudo me convenceu de que uma verdadeira compreensão desta profecia deve estar baseada na aplicação correta de cinco chaves cruciais de interpretação:

1. O Apocalipse é o livro mais “bíblico” da Bíblia. João cita centenas de passagens do Antigo Testamento, freqüentemente com sutis alusões a rituais religiosos pouco conhecidos do povo hebreu. Para compreender Apocalipse, necessitamos conhecer nossas Bíblias de trás pra frente. Uma das razões do por quê este comentário ser tão extenso, é que tratei de explicar alguns extensos antecedentes bíblicos, comentando numerosas porções das Escrituras que lançam luz sobre a profecia de João. Também, reimprimi, como Apêndice A, o excelente estudo de Philip Barrington sobre o simbolismo levítico em Apocalipse.

2. Apocalipse contém um sistema de simbolismo. Quase todo o mundo reconhece que João escreveu sua mensagem em símbolos. Porém, o significado de tais símbolos não é para ser captado por qualquer um. Há uma estrutura sistemática no simbolismo bíblico. Para entender Apocalipse corretamente, devemos nos familiarizar com a ‘linguagem’ na qual foi escrito. Entre outras metas, este comentário se propõe a tornar a Igreja mais intima, ou ao menos dar alguns passos, rumo a uma verdadeira Teologia do Apocalipse (2).

3. Apocalipse é uma profecia sobre eventos iminentes. Em outras palavras, eventos que estavam a ponto de se desencadearem no mundo do primeiro século. Apocalipse não fala de uma guerra nuclear, de viagens espaciais, ou do fim do mundo. Vez ou outra adverte especificamente que “o tempo está próximo”. João escreveu seu livro como uma profecia sobre a destruição iminente de Jerusalém no ano 70 d.C., mostrando que Jesus Cristo havia entronizado o Novo Pacto e a Nova Criação. Apocalipse não pode ser compreendido a menos que este fato fundamental seja levado a sério.

4. Apocalipse é um serviço de culto. João não escreveu um livro de texto sobre profecia. Ao invés disso, registrou um serviço de culto celestial em progresso. De fato, uma de suas principais preocupações é a de que o culto a Deus é o centro de tudo na vida. É o que de mais importante fazemos. Por esta razão, através de todo este comentário, dediquei especial atenção aos mais consideráveis aspectos litúrgicos de Apocalipse, bem como suas implicações para nossos serviços litúrgicos na atualidade.

5. Apocalipse é um livro sobre domínio. Apocalipse não é um livro sobre quão terrível é o Anticristo, ou quão poderoso é o diabo. Como afirma o primeiro de seus versículos, trata-se de “a revelação de Jesus Cristo”. Nos fala de seu senhorio sobre tudo; nos fala de nossa salvação e de nossa vitória no Novo Pacto, o “maravilhoso plano de Deus para nossas vidas”; nos diz que o reino deste mundo veio a ser o reino de nosso Deus e de seu Cristo; e nos diz que Ele e seu povo reinarão para todo o sempre!

Tyler, Texas
8 de Mayo de 1986
Dia da Assunção

(1) Extraído do prefácio do livro ‘The Days Of Vengeance’. Tradução livre de Marcelo Lemos, para o projeto Olhar Reformado. A publicação deste artigo faz parte dos nossos esforços pela divulgação de uma Escatologia mais bíblica, livre das ficções dispensacionalistas. 
 
(2) Para conhecer mais sobre a visão escatológica adotada pelo projeto Olhar Reformado, acesse o nosso Link sobre escatologia.

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