JESUS NÃO IRÁ VOLTAR EM BREVE


Por João Pedro Robalo

Fazer uma afirmação destas pode causar alguns anticorpos e reacções extemporâneas de repúdio e reprovação.

Como defensores da verdade, os cristãos não devem ter frases feitas que não se fundamentem absolutamente na revelação bíblica.

Cresci no meio cristãos com esta expectativa sempre presente, com todos os defeitos e problemas, que causava á socialização e formas de encarar o dia a dia.

Todo o esforço estava centrado em evangelizar o maior número de pessoas no mais curto espaço de tempo, até porque o tempo estava a esgotar-se, os “sinais” eram por demais evidentes, a vinda do Senhor Jesus estava próxima e podia dar-se a qualquer momento.


Construir um futuro, pensar em planos a médio e longo prazo era considerado inútil e até pouco espiritual, pois era tudo uma questão de meses, dias ou horas para se dar o “arrebatamento secreto”.

Toda a construção teológica, antropológica, social e até eclesiástica estava assente nesta construção psicológica que tudo era perene e a qualquer momento se iria deteorar  desaparecendo para sempre o nosso modo de vida actual.

A base bíblica para esta ideia é bem conhecida pela citação constante de algumas afirmações da escritura que dizem o que dizem mas nunca o que nos querem fazer crer que dizem.

Ap.22.7,12 e 20 “Eis que (certamente) cedo venho”

O livro da Revelação deixa esta afirmação enfática e clara, Jesus promete vir no mais breve curto espaço de tempo, referido aqui pela expressão “cedo”.

Kenneth L. Gentry Jr. Define esta palavra com o significado de: “Rápidamente”, “depressa”, “imediato” “agora”. 1

Se Jesus está a deixar este aviso tão sério aos seus primeiros ouvintes, não será o mais correcto aplicar este sentido de cedo, para cada época ou tempo que nos pareça mais apropriado.
Antes pelo contrário, devemos perceber em primeiro lugar, a quem estava esta carta sendo dirigida e quem o primeiro público alvo que foi destinada.

Não será muito honesto a apropriação da frase e aplica-la consoante o interesse de cada um ao momento que lhe parece mais sugestivo.

Jesus escreveu primariamente para os cristãos de sete igrejas da Ásia próximo do ano 70, preparando-os para as coisas que brevemente devem acontecer. (Ap.1.1.)

Todo o teor desta carta deve subscrever-se à intenção original do autor, tanto em temporalidade como geográfico.

Afinal a minha afirmação inicial não será assim tão descabida quando a colocamos na análise critica da revelação bíblica, em contraste com alguma tradição recente que nos quer fazer crer numa vinda eminente de Jesus cíclica em todas as décadas desde à século e meio para cá.

Creio que Jesus voltará para a sua igreja, será o momento mais importante da História depois da sua primeira vinda na “plenitude dos tempos”2.

Mas quando se referiu à sua vinda “breve” não estava a prometer ou a exigir que em todas as épocas os cristãos vivam manietados com uma inquietação de não poder desenvolver uma perspectiva transgeracional da implantação do reino de Deus na terra, porque não há tempo, tudo tem de ser feito com urgência e não vale a pena investir em projectos de longo tempo; porque a sua vinda está para breve.

Este é o meu ponto principal; uma expectativa errada causa motivações erradas e interfere com tudo o que estamos a construir para o futuro.

Cristãos que aguardam a eminência da vinda de Jesus a todo o momento não constroem um futuro, não semeiam com esperança e vivem sempre em sobressaltos.

O mundo precisa de nós! Da nossa influência, da nossa esperança, do nosso investimento nas gerações seguintes, de todo o envolvimento para mudar e transformar o que está mal em bem.
Só quem crê que há tempo para tal se envolve de corpo e alma na tarefa árdua de contrariar o “status quo”  e remar contra a cultura corrente de superficialidade que caracteriza a geração actual.

Um cristão que crê que Jesus ainda demorará algum tempo para vir, está melhor preparado para cumprir tal tarefa fundamental nos dias actuais.

Jesus não vem em breve é uma mensagem fundamental para mudar a mentalidade cristã, tornando-a mais saudável e apta para os desafios contemporâneos.

Bem-haja

Texto originalmente publicado no portal Preterismo.Com. Caso você deseje conhecer mais sobre o que ensina a Escatologia da Vitória, acesse nosso Link dedicado ao assunto.

2 comentários :

  1. "E será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho de todas as nações. Então, virá o fim" Mt 24:14.

    Segundo as palavras do nosso Senhor, o Evangelho precisa ser conhecido por todo o mundo. Isso quer dizer que cada povo, cada língua, cada tribo e nação tem de ouvir o evangelho. Isso é condizente com Apocalipse, onde há uma multidão diante do trono de Deus, oriunda de todo o mundo.

    Assim, a base para se crer em uma eminente volta de nosso Senhor depende da evangelização de todos os povos. E há que se considerar que faltam muitos ainda para ouvir o Evangelho.

    Mas, ao mesmo tempo, deve-se ter cuidado em que não se seja materialista de forma alguma. A Palavra é clara: devemos pensar nas coisas lá do alto, e não nas terrenas, e nos agarrarmos às coisas eternas e não passageiras. Devemos ajuntar tesouros nos cofres celestiais, que serão guardados até aquele dia, e não na terra. E talvez, uma visão escatológica incorreta tenha desviado o cristão de considerar-se apenas um peregrino na terra.

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  2. bom, devo expor minha opinião a respeito do assunto de maneira clara:

    O breve de Jesus é óbvio que não é o mesmo que o nosso. Logo devemos pensar nas coisas lá do alto como dito acima, mas é claro que se ele pode retornar a qualquer momento, então diríamos que este "breve" será de fato em breve mas não aos nossos olhos, mas de acordo com a visão de D-us. Os Primeiros Cristãos estavam anciosos pelo retorno dele. E Essa ansiedade não terminaria com eles, logo as novas gerações de cristãos viriam ter o mesmo tipo de pensamento, pois ainda que as perseguições daquela época que eram físicas terminariam, continuariam, mas não de forma física, mas espiritual, a medida que o evangelho cresce, Satanás se ira, pois sabe que todos os povos terão que ouvir o evangelho, para assim chegar o fim. Não se é de admirar que muitos cristãos estão sendo perseguidos no oriente, qual o motivo?, simples fato de aceitarem Jesus como Messias e SENHOR. Mas a verdade que Jesus vem em breve, é um grande consolo, que nos faz imaginar o quão glorioso será o dia que tocar as trombetas e todo olho verá, e todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus é SENHOR. Agora depois dos fatos expostos, podemos dizer, sim, Jesus voltará em breve, enquanto esse "breve" não chega, continuemos a pregar o evangelho, não importa as barreiras, não importa as artimanhas do satanás, pois mesmo a grande apostasia, toda terra será evangelizada, e assim virá o fim, não importa os falsos profetas, que são precursores do anticristo, não importa a quantidade que venham, mas devemos permanecer firmes, no evangelho e na missão que nos foi dada. Para que o nome do SENHOR seja exaltado na terra e nos ceus e nos confins do universo, a ele seja dada a glória, para todo sempre, amém

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