A falta de crédito dos apóstolos modernos
De uns anos para cá o uso do título de “Apóstolo” se tornou moda, algo banal, casual, assim como ocorreu com o título de “Profeta” e “Pastor”, e como é natural, uma vez que o espírito de banalização cercou tal título, muitos aproveitaram a oportunidade para se promoverem e criarem seus grandiosos ministérios, hoje a tendência é o título de “Patriarca” e sei lá onde é que essa moda vai parar, talvez com os títulos de “Sub-Messias” ou “Semi-Deuses”, eu já escrevi algo sobre isto no post “Quais são as credenciais de um verdadeiro Apóstolo?”, porém agora quero falar a respeito do Movimento de Renovação Apostólica, encabeçado por líderes muito famosos e em grande evidência na sociedade, que desfilam seus milhões de seguidores e milhões de dólares/reais por aí.
Esta é uma crítica contra as graves diferenças entre os Apóstolos do Senhor Jesus Cristo e os apóstolos de hoje, este é um alerta para que nós cristãos voltemo-nos para as Escrituras e para que os líderes de hoje tomem os personagens bíblicos como exemplo para os seus ministérios, e não a “tendência do mercado”.
1. Os Apóstolos da Bíblia não ficaram milionários pela pregação do Evangelho:
Assim como um político é digno de desconfiança por somar quantias absurdas em dinheiro em pouco tempo de carreira, assim também um líder eclesiástico é merecedor de total desconfiança caso tenha enriquecido somente exercendo um cargo religioso, hoje os apóstolos possuem mansões, carros caríssimos, despesas milionárias, helicópteros, aviões, redes de comércio, gastam milhares em dinheiro em cirurgias plásticas, lipoaspirações e bobagens sem fim, tudo financiado com o dinheiro de quem “investe em missões”.
Jesus não enriqueceu pregando o Evangelho e sempre alertou seus seguidores quanto ao amor ao dinheiro, os apóstolos não despojavam a igreja para ter uma vida de ostentação, pelo contrário, muitas vezes passavam por privações financeiras, o que recebiam da igreja era o suficiente para viverem sem falta de nada para anunciarem a Cristo em lugares não evangelizados, mas o que vemos hoje é apenas o cumprimento das profecias que apontavam para pregadores que fariam comércio da Palavra de Deus (Mt 6:24, 8:20; 2 Co 6:4, 11:7-9; Fp 4:11-13; 2 C0 2:17; 2 Pd 2:1-3; At 20:29-35).
2. Os Apóstolos da Bíblia procuravam não dar escândalos em coisa alguma:
Paulo declarou na segunda epístola ao Coríntios, capítulo seis e versículo três:“Não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.”
Este é um princípio básico para um verdadeiro cooperador de Jesus Cristo, nossas vidas devem ser irrepreensíveis para que tenhamos crédito diante dos ouvintes como embaixadores de Cristo (Tt 1:5-10), porém a cada dia vemos os apóstolos da atualidade envolvidos em escândalos policiais e políticos, com seus nomes estampados na mídia secular negativamente, trazendo vergonha a todos os que servem a Cristo, trazendo censura aos ministérios de milhares que não se dobraram a Baal, até quando os apóstolos das grandes denominações estarão envolvidos em escândalos envergonhando o Evangelho de Jesus Cristo? Até quando aceitaremos estes como representantes do Evangelho? Até quando teremos que engolir estes caras nas páginas policiais? Até quando eles usarão o Evangelho e a Cruz como emblema nas suas disputas políticas e comerciais?
3. Os Apóstolos da Bíblia pregavam a Sã Doutrina, elevavam a Pessoa de Jesus Cristo e defendiam a fé dos santos:
Todos os apóstolos sempre enfatizaram em seus ministérios a Obra do Cordeiro, nunca pregavam a si mesmos, mas promoviam a Cruz de Cristo, não se firmavam em meros recursos de oratória ou técnicas humanas de persuasão, mas enalteciam a grandeza da salvação que Deus havia realizado em prol de Seus eleitos, seus sermões eram bem fundamentados nas Escrituras e tinham sempre como foco a condução dos ouvintes a fé em Jesus, ao interesse nas coisas espirituais e ao desapego em relação às cobiças deste mundo, além disso, sempre que necessário estes se pronunciavam a fim de defender o ensino do Evangelho (At 2:14-47; 1 Co 1:23, 2:4-16; 2 Co 4:5; 1 Tm 6:6-19; Jd 3-4).
Em contraste, os apóstolos da pós-modernidade pregam heresias, abrem as portas da igreja para teologias nocivas aos fundamentos cristãos básicos para a profissão de fé no Evangelho, pregam novas visões, novas doutrinas, ensinam coisas que não estão nas Escrituras e a desprezam como se a Bíblia fosse uma forma ultrapassada de revelação. A moda é pregar a Teologia da Prosperidade, a Teologia Relacional, quebras de maldições, regressões espirituais, cirurgias espirituais, atos proféticos, bízimos, trízimos, água ungida, sal grosso consagrado, fogueira santa, ritos judaizantes de adoração, entre tantas outras coisas que não se fazem necessárias a fé cristã.
Conclusão
Poderia citar uma infinidade de outros motivos pelos quais não vejo como confiar nos atuais apóstolos “evangélicos”, mas acredito que estes são os motivos fundamentais, não há como defendê-los dos danosos ferimentos que estão causando no meio cristão, sei que há exceções, sei que também há coisas boas e sei que tem muita gente séria e compromissada com Deus nesse meio, e não quero ser injusto, mas jamais poderei concordar com certos aspectos.
Espero firmemente que Deus em Sua infinita misericórdia possa resgatar por Sua Graça a alguns “apóstolos” que já se desviaram do Evangelho de Cristo.
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