Sermão Manuscrito 1: O Evangelho
Sermão manuscrito de Marcelo Lemos.
(Mateus 1.1-17)
Como a maioria dos irmãos deve saber, o termo Evangelho resume toda a mensagem e a missão de Cristo. Evangelho é um termo grego que traduzido significa “Boas Notícias”, ou, para os mais antigos, “Boas Novas”. Era uma palavra muito utilizada nos Impérios da Antiguidade. Por exemplo: se o exército era vitorioso no campo de batalha, um mensageiro, que também era conhecido como “arauto”, vinha na frente, e entrando na cidade contava a todos aquele Evangelho, ou seja, a Boa Notícia, anunciando aos seus concidadãos a vitória conquistada.
Por isso eu ter lhes dito que o termo Evangelho resume toda a mensagem e a missão de Cristo. A missão de Cristo, segundo a Escritura, é que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e colocou em nós a palavra da reconciliação” (II Cor. 5.19). E essa, meus queridos irmãos, é um boa, uma excelente notícia! Sim, trata-se de um notícia tão maravilhosa, que São Mateus escreveu, citando o profeta Isaías: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande Luz; e, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, a Luz raiou!” (S. Mateus 4.16).
Com isso em mente, quero chamar a sua atenção para o modo interessante como o Evangelista S. Mateus inicia o seu relato da vida e do ministério de Jesus Cristo. Deus nos deu o privilégio de possuirmos Quatro Relatos inspirados da vida do Cristo. Marcos começa seu relato nos falando do grande João, o Batizador. Lucas faz a mesma coisa, e nos fornece detalhes ainda maiores de como se deu a gravides de Isabel, mãe de João Batista. Depois, temos João, o Evangelista, que inicia seu relato com uma linda poesia teológica, falando-nos do Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Mas hoje, estamos olhando para Mateus, que inicia seu relato sobre a vida do Cristo com dezessete versículos que nos falam de uma longa e cansativa genealogia. Por qual razão ele faz isso? Será que temos algo a aprender nestes versículos?
Uma genealogia é uma enorme lista de nomes, cujo objetivo central é comprovar as origens de uma pessoa. No caso de Cristo, o objetivo central é comprovar que Jesus era descendente de David, e também de Abraão, nosso pai na fé. E se olharmos atentamente, veremos que essa genealogia, apesar de cansativa, tem muito a nos ensinar sobre a Boa Notícia que Cristo trouxe ao mundo.
Olhe para estes nomes, e descubra que as promessas de Deus são infalíveis. Assim que o homem pecou, no Jardim do Éden, Deus fez a primeira promessa de Redenção, “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3.15). Centenas de anos depois, Deus chama Abraão e lhe faz uma maravilhosa promessa, “em ti serão benditas todas as famílias da Terra” (Gênesis 12.3). Milhares de anos passaram diante dos olhos de Israel. Os israelitas foram perseguidos, escravizados, desterrados, humilhados e mortos. Mas, quando o Calendário de Deus se cumpriu a promessa. Pensando nisso, o apóstolo S. Paulo escreveu: “Mas, vindo a Plenitude dos Tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Galátas 4. 4,5).
Então, na próxima vez que você ler esta genealogia, lembre-se de que ela nos fala que as promessas de Deus são infalíveis. Observe que nestes dezessete versículos, somos conduzidos através da história de quatorze gerações, e a lista de Mateus é um resumo, pois muitas outras famílias poderiam ter sido incluídas nesta genealogia. Quatorze gerações, milhares de anos na História, e no tempo de Deus, a promessa se cumpriu. Nem mesmo a incredulidade e a apostasia de Israel pode impedir que a promessa se cumprisse. Por isso, quando ler esta genealogia, lembre-se do que Paulo disse a Timóteo: “se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a Si mesmo” (IITimóteo 2.13). As promessas que Deus faz são infalíveis; se Ele prometeu, Ele cumprirá. Se Ele disse “não!”, é não; se Ele disse “sim!”, não importa quanto tempo leve, acontecerá!
Olhe para estes nomes, e descubra que o Evangelho não faz acepção de pessoas. As genealogias eram muito importantes para os judeus. Os Israelitas eram uma nação orgulhosa. Eles eram tão orgulhosos, tão nacionalistas, que os discípulos ficaram impressionados quando viram que os gentios, lá na casa de Cornélio, também puderamm receber a promessa do Espírito Santo, “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a Palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (Atos 10.44,45).
A genealogia que Mateus nos oferece na leitura de hoje, também nos mostra que Deus não faz acepção de pessoas. Os judeus tinham pouca estima pelas mulheres, e as genealogias do Antigo Testamento jamais se interessavam listar nomes de mães e avós (tal coisa era dispensável); mas o Espírito Santo faz questão de colocar o nome de várias mulheres na genealogia de Jesus. Os judeus desprezavam os gentios, mas o Espírito Santo faz questão de mostrar que Cristo, o Rei dos Reis, nasceu de uma linhagem que contava com vários gentios, como o casal Rute e Boaz. Além disso, na genealogia de Cristo há lugar para ricos e pobres, reis e servos, nomes honrados, e pessoas de origem pecaminosa, como a prostituta Raabe. Não importa quem o homem é, ou quem ele deixou de ser, se ele vem a Cristo, Ele é feito participante da promessa, ele é feito filho de Abrão, e se torna membro da família de Cristo: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem femeá; porque todos vós sois um em Cristo. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa!” (Galátas 3. 27-29).
Olhe para estes nomes, e descubra que a Graça de Deus é infinitamente maior que os nossos pecados. Jamais podemos minimizar a gravidade dos nossos pecados. Nossos pecados, por menores que nos pareçam, são tão ofensivos a Deus, que Paulo diz que, antes de encontrarmos Cristo, éramos “por natureza filhos da Ira” (Efésios 2.3). Mas, assim como não podemos minimizar a gravidade dos nossos pecados, também não podemos minimizar o quanto a graça de Deus é maior que a nossa indignidade. A nossa indignidade é monstruosa, mas a Graça de Deus é infinitamente maior.
E quanto você lê esta genealogia, poderá comprovar essa verdade sobre a Graça de Deus. Quem aqui gostaria de publicar um livro, a ser lido em todo o mundo, que dissesse que você é descendente de uma prostituta? Estou falando de Raabe, um dos nomes da lista. Quem aqui gostaria de publicar um livro, que quem sabe viraria documentário, onde se lesse que um de seus antepassados violentou a mulher de um amigo, e ao descobrir que a engravidara, matou o amigo,sendo você fruto dessa tragédia? Estou falando de Bete-Seba, outro nome da genealogia de Cristo. Eu me sentira constrangido se tal história estivesse falando de mim, e da saga da minha família.
Mas Cristo jamais se envergonhou de nós. Seu amor por mim, é maior que os meus pecados. Seu amor por você, é maior que os teus pecados. É por isso que o texto de Efésios não termina dizendo que nós eramos todos “filhos da Ira”, mas ele continua dizendo: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus!” (Efésios 2. 4-8).
Eu não sei o que você fez da tua vida até hoje, nem quero ou preciso saber; mas há uma coisa que você precisa saber, e foi dita na Antiguidade pelo profeta Isaías: “ainda que o pecado sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a lã” (Isaías 1.18).
O que o texto de hoje nos ensina sobre o Evangelho? Que o Evangelho é a Boa Notícia que Cristo trouxe ao mundo. Esta Boa Notícia nos diz que, ao homem que tem fé em Jesus, nada nem ninguém pode fechar as portas da Salvação. As promessas de Deus são infalíveis; as promessas de Deus não fazem acepção de pessoas, e a graça de Deus é maior que os nossos pecados.
Graça e paz do SENHOR aos irmãos do blog...
ResponderExcluirSim, Sim! Esta maravilhosa notícia também foi revelada a mim:
"Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5:15-17).
Obrigado SENHOR por sua maravilhosa graça!
Meu irmão o evangelho realmente é loucura para os que se perdem! Estive, recentemente conversando com um rapaz espírita e estive mostrando como a Bíblia dá respostas plausíveis sobre os principais questionamentos da vida humana. Não obstante, quando mencionei o evangelho, "nú e crú", ele me questionou: "Então quer dizer que se eu fiz bandidagem a vida inteira e no final dela, preso a uma maca, eu crer em Jesus Cristo... eu serei salvo?" Eu respondi alegremente: "Sim!" mencionando o caso do ladrão na cruz logo em seguida. Naquele instante, o rapaz foi tomado por tamanha indignação, que chegou ao ponto de esbravejar: "Sua religião é injusta! Não dá o que merecemos!" E, com o um sorriso nos lábios, eu concordei: "Por isso Jesus veio, para não dar o que você merece!" Mas, infelizmente, ele não aceitou a Palavra de Deus, confirmando assim as palavras de nosso SENHOR: "os últimos serão os primeiros e, os primeiros, últimos".
ResponderExcluirQue o SENHOR JESUS nos motive a proclamar esta boa notícia, sempre!
irmão Luiz, tendo muitos familiares espíritas me deparo com esse tipo de objeção constantemente! Os kardecistas, apesar de se dizerem seguidores dos ensinos de Cristo, simplesmente não conseguem aceitar a idéia de uma salvação por Graça.
ResponderExcluirAliás, eles até modificaram o conceito de "expiação". Segundo Kardec, a expiação é feita por meio de "penas" que sofremos nas muitas reencarnações a que somos submetidos ao longo dos séculos.
Nas palavras de S. Paulo, um "outro evangelho, que não é evangelho".
Obrigado pela participação.
Olá, bom dia. Gostaria de explicar, em 2 partes, o ponto de vista espírita a respeito da salvação. Por favor, se eu ferir alguém em minhas colocações, peço desculpas, mas é o ponto de vista que acredito ser de acordo com minha religião (espírita):
ResponderExcluir- Se Jesus morreu na cruz para redimir nossos pecados, foi até aquela data (da crucificação) ou seja, estaríamos descobertos do período que vai da crucificação até hoje;
- É cômodo termos alguém para "expiar" ou "resgatar" nossos pecados. Isso tira-nos o peso da culpa, ou seja, matei alguém, mas me arrependi e aceitei Jesus e fui salvo. Ora, como poderia Deus parecer justo para a família do homem que matei? Para minha comodidade sim, mas e para quem eu prejudiquei? Deus é justo comigo e não com eles?
3 - Não acreditamos em "penas" ou em "castigos" ou em "punição" de Deus. Há a consequência de nossos atos. Assim como há o "karma" com sentido negativo também há com sentido positivo. Você semeia o que quiser, mas colhe obrigatoriamente aquilo que plantou. Há 3 fases: reconhecer a responsabilidade pelo erro, se arrepender de coração pelo erro, e reparação. Para vcs não existe a 3a parte, mas é necessária, a fim de haver justiça. Confortaria as famílias das crianças mortas pelo atirador de Realengo que seus filhos foram salvos pela "graça" de Deus? Se o atirador estivesse encarnado, deveria responder pelos atos que praticou (aliás, mesmo depois de "morto", em próxima reencarnação responderá por eles). Muitas entraram na justiça exigindo reparação do Estado. É inerente no momento de dor as pessoas exigirem uma reparação pelo que as fez sofrer. Etapa fundamental, na visão espírita, e sem ela não haveria justiça de Deus.
4 - Esse espírita que foi exposto, esqueceu o que determina a nossa Constituição Federal, que dá a liberdade de cultos religiosos, desde que não prejudique o direito de alguém. Vcs têm logicamente a liberdade de crerem no que quiserem.
5 - Vou usar uma expressão:"...porque a letra mata e o espírito vivifica" 2 Coríntios (3;6), ou seja, não se apegue ao que está escrito na Bíblia "a ferro e fogo". Pense no sentido moral das passagens, no seu espírito, na idéia por trás das letras.
...continuação
ResponderExcluir6 - A Bíblia é respeitada pelos Espíritas (leio todo dia), e se alguém assim não o fizer, é espírita de fim-de-semana, pois toda e qualquer religião voltada para o bem do próximo, é bem vista aos olhos de Deus e levam-nos a Ele. É o maior livro de moral que a humanidade já teve, desde que seja entendida, e não somente lida. Recomendo os livros "Analisando as traduções Bíblicas", "O Sermão do Monte" e "Bereshit - o Gênese" de Severino Celestino da Silva. Meu pai é evangélico e gostou muito, e está lendo os 3 livros.
7 - Não entendi esse Jesus que o colega botou: ele não dá o que você merece? Ué, então ele seria injusto? Se eu mereço, por que ele não me dá? Não entendi...
8 - Claro que o espírita não aceita o conceito de salvação pela graça. Se assim fizéssemos, não seríamos espíritas! Isso é normal, de acordo com a crença. Vc já viu algum evangélico ou católico acreditar em reencarnação?
9 - Não modificamos o conceito de expiação. Veja o significado de expiar, de acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa:
1. Ato ou efeito de expiar.
2. Cumprimento da pena ou castigo (que se reputa equivalente à culpa ou delito).
3. Sacrifício expiatório; penitência.
4. Preces para aplacar a divindade
Ou o dicionário está equivocado ou vc se equivocou ao pesquisar o significado de tal palavra.
10 - Obrigado pela oportunidade de esclarecer o espiritismo a fim de evitar preconceitos. Não temos qualquer problema com qualquer religião, pelo contrário, achamos que todas as que fazem o bem levam a Deus. Algumas é que têm problema conosco. Se houvesse religião para ser salva seriam os judeus, pois esta era a religião de Jesus. Espiritismo é kardecista. Umbanda e candomblé (que têm todo nosso respeito) são religiões espiritualistas, e não espíritas, e aliás tem muito mais a ver com o catolicismo do que com o espiritismo. Quer saber por que? Mande-me um e-mail: jossimarb@ibest.com.br