O domínio de Nabucodonosor e o domínio da Igreja

Publico abaixo artigo escrito por Frank Brito, o mesmo autor do artigo “Repensando a Grande Comissão com o profeta Jonas”, que publicamos já a algum tempo. Neste novo artigo novamente nos deparamos com reflexões valiosas para a Teonomia e o cristianismo em geral. Eu volto depois para alguns comentários finais. O irmão Frank estará lançando um site dedicado a teologia reformada. Assim que estiver no ar informaremos o endereço para vocês.


E não deixem de pesquisar aqui outros artigos sobre Teonomia.

No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a sitiou. E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pós os utensílios na casa do tesouro do seu deus. E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes, Jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus. E o rei lhes determinou a porção diária, das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, para que no fim destes pudessem estar diante do rei. E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pós o de Beltessazar, e a Hananias o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias o de Abednego. E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar”.(Daniel 1.1-8).

Uma das primeiras coisas que fez o rei Nabucodonosor depois de sitiar Jerusalém e levar os sobreviventes para o cativeiro na Babilônia foi ordenar “que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes, jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento”. (v. 3-4) É provável que o objetivo de Nabucodonosor com estes jovens não era somente ter mais pessoas capacitadas para “assistirem no palácio do rei” e “estar diante do rei” ao seu serviço (v. 4,5). Se eles eram jovens “instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento”(v. 4), isso significa que eles representavam o futuro e a esperança de Israel. As palavras do filósofo e economista Friedrich Hayek bem a questão: “A sociedade só mudará de rumo se houver mudança no campo das idéias. Primeiro você tem que se dirigir aos intelectuais, professores e escritores, com uma argumentação bem fundamentada. Será a influência deles sobre a sociedade que prevalecerá e os políticos seguirão atrás.”

A base intelectual e ideológica de qualquer povo nunca é fruto da conclusão de individual de cada pessoa daquele povo, mas é regido por uma elite intelectual que influência a maioria. Sendo assim, para que Nabucodonosor conseguisse a completa subversão dos judeus, não bastava a mera vitória militar sobre o povo, mas era necessário também que ele conseguisse o domínio no campo das idéias entre aqueles que formavam a elite intelectual da nação. A derrota militar de uma nação, apesar de ser trágica para seu povo, não é tão devastador quanto a ruína de um povo no campo das idéias. Se um povo está arruinado, mas ainda tem força intelectual e ideológica, tal povo é rapidamente capaz de se restruturar. Mais do que isso, se um povo tem força intelectual e ideológica, será difícil que ele sequer seja vencido militarmente.

A derrota militar de Israel para a Babilônia foi precedida por sua ruína intelectual e ideológica cujo fundamento era Deus: “Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida”. (Deuteronômio 4:6) E também: “Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes… Também darei paz na terra, e dormireis seguros, e não haverá quem vos espante; e farei cessar os animais nocivos da terra, e pela vossa terra não passará espada. E perseguireis os vossos inimigos, e cairão à espada diante de vós. Cinco de vós perseguirão a um cento deles, e cem de vós perseguirão a dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós”.(Lev 26.3,6-8) Tal ruína foi causada pela apostasia contra o Senhor, pois “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução”. (Provérbios 1.7) Portanto, quanto mais os homens se apartam do Senhor, mais a tolice, a insensatez e a irracionalidade tomam conta e assim é impossível evitar toda forma de ruína em todos os aspectos da vida. Com isso em mente, o objetivo de Nabucodonosor ao selecionar os mais sábios e doutos de Israel para instruí-los na sabedoria da Babilônia era que estes deixassem pra trás a lembrança do que Israel significava e abraçassem completamente a sabedoria e ideologia da Babilônia. Com isso, o força e esperança dos judeus estaria completamente aniquilada, não porque o povo deixaria de existir, mas porque não haveria mais lembranças daquilo que os fazia ser o povo de Deus.

Já leu essa citação de Adolf Hitler?
“Quando um oponente declara, ‘Não vou ficar do seu lado’, eu calmamente digo, ‘Seu filho já pertence a nós… o que é você? Você vai morrer. Seus descendentes, no entanto, agora ocupam o novo campo. Em pouco tempo eles não conhecerão nada além desta nova comunidade”. 

Note que a ênfase em suas palavras está na necessidade de capturar – não todos diretamente – somente aqueles serão os agentes de mudanças e transformações.

Isso nos remete a importância que a Bíblia dá a educação infantil em oposição a isso: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas”.(Deuteronômio 6.4-9)


Comento:

Para termos um futuro precisamos investir nas gerações futuras. Este foi o caminho adotado pelos inimigos do Cristo – conquistaram nossos jovens com os falsos discursos da “liberação sexual”, dentre outras promessas vazias.

Se queremos um futuro aos pés de Cristo, precisamos educar nossos filhos e jovens nos caminhos do Senhor desde agora. Eles serão os músicos, poetas, roteiristas, professores, políticas, empegadores e empregados do amanhã.

Mas temos feito justamente o oposto. Nossa juventude está sendo educada num cristianismo “oba-oba” e “milagreiro”, sem qualquer compromisso com a ética e o cultivo da vida intelectual. Alienados até de si mesmos, apenas marionetes. Se são o nosso futuro, nosso futuro será povoado de marionetes.

E continuaremos a merce de ninharias oferecidas, por exemplo, pela “Bancada Evangélica”. A cultura a nossa volta já não nos pertence, foi tirada de nós. Daí mendigarmos migalhas. Aquela Religião responsável por edificar a sociedade ocidental que conhecemos, é hoje apenas uma subcultura, um pensamento marginal ao largo da via principal da história.

Mas não precisamos de tal investimento por ter sido esta a estratégia dos inimigos da Cruz. Por mais eficaz seja a estratégia inimiga jamais é digna de ser copiada por nós. Precisamos investir nos jovens porque este, como vimos no artigo acima, é um mandamento deixado a nós pelo próprio Cristo. Nossos inimigos não foram originais na estratégia, apenas mais uma vez confirmaram a advertência de Cristo: “porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz!” (S. Lucas 16.8).

0 comentários :

Comente e faça um blogueiro sorrir!

Reservamos o direito de não publicar comentários que violem a Lei ou contenham linguagem obscena.