Bíblia Versus Divindade de Jesus (Parte II)

Bíblia Versus Divindade de Jesus


Parte II

Marcelo Lemos

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Vamos continuar? A seguir mais uma lista de objeções populares contra a Divindade do Senhor Jesus, as quais tentam se valer de afirmações bíblicas para fundamentarem sua heresia.

VI

Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai – Marcos 13.32. Se Jesus é Deus, e Deus é um ser Onisciente, logo, ele não pode deixar de possuir nenhum conhecimento! Ora, se ele não sabe o dia de sua própria vinda, então, é impossível que seja Deus Todo-Poderoso!

Novamente devemos nos lembrar da ocasião na qual Cristo proferiu tais palavras. Em sua humilhação, e kenosis, Cristo se fez verdadeiro homem, submetendo-se voluntariamente as limitações de nossa natureza. Em tal condição humana, Ele voluntariamente submete-se e completamente confia no Pai.
Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar – João 12.49.

O dia e a hora de sua vinda jamais foram planejados para o conhecimento dos homens, de modo que não faziam parte da missão do Filho entre os homens. Quando Cristo “esvaziou-se” e “humilhou-se”, assumindo em si mesmo a forma de “servo”, ao se fazer “semelhante” aos homens, ele deixou tal conhecimento com o Pai. De forma alguma sua afirmação neste versículo nega sua divindade, quando analisada dentro do contexto geral das Sagradas Escrituras.
E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e com os homens – Lucas 2.52.

Nega alguém que Jesus seja positivamente identificado como sendo o “Verbo de Deus”, em João 1? De forma alguma. No texto de João se afirma que o Verbo de Deus, Jesus Cristo, “estava no princípio com Deus” e também que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”, e que n’Ele estava a vida, e que esta era a “luz dos homens” (João 1.2-3). Se levarmos a sérios tais afirmações (eu as levo!!), então devemos admitir que “no principio” (na eternidade), Cristo possuía um grande e maravilhoso conhecimento. Mesmo aqueles que negam sua divindade são forçados a admitirem tal fato.

Por isso, não é de se estranhar que, ao nascer como homem, se afirme que ele “crescia” em conhecimento, diante de Deus e diante dos homens? Ele não é o “criador de todas as coisas”? Não é dele que se diz que “sem ele nada do que foi feito se fez”? Então, cadê toda sua sabedoria que possuía quanto estava “junto a Deus” (João 1.1).

Encontraríamos, porventura, algum que negue a divindade de Cristo, disposto a afirmar que sua kenosis implica que ele não possuía tal conhecimento, descrito por João, junto a Deus? Porém, vemos que em sua encarnação, seu conhecimento era limitado, enquanto homem – tanto que, como qualquer outra criança, precisou estudar e crescer em sabedoria. Ora, Ele era o criador de todas as coisas! Ele era o criador dos homens; mas se diz que ele crescia em sabedoria “perante os homens”! Ele fez os homens!

Portanto, se qualquer afirmação de Cristo onde podemos contemplar sua kenosis serve para negar sua divindade, então, forçosamente, também serve para negar tudo o que João diz sobre o Verbo de Deus.
VII

Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o principio da criação de Deus – Apocalipse 3.14. Neste texto se afirma que Jesus teve um princípio, que ele foi o primeiro a ser criado: o princípio da criação de Deus. Sendo um ser criado, ele não pode de modo alguém ser Deus Todo-Poderoso!

O termo “princípio” utilizado aqui em Revelação 3.14 vem do grego ARCHE, o mesmo que encontramos na primeira oração de João 1.1. Segundo nossos principais léxicos, este termo pode significar;
“Inicio, chefe, dignidade, domínio, governante, magistrado, poder, primeiro, primeiramente, fundamento”, etc – STRONG


“(1) Origem, começo; (2) pessoa ou coisa que inicia, a primeira pessoa ou coisa em uma série, o líder; (3) a origem, a causa ativa; (4) a regra, ...” – Thayer’s Greek Definitions



Já que os opositores da Divindade de Cristo fazem tanta questão do termo “princípio”, vemos nos ater a ele. Qual seu significado? Observem as definições acima! Como podemos escolher entre uma delas? Evidentemente de acordo com o que a Bíblia diz sobre Cristo! Quem é ele? Vimos no ponto anterior estarmos estudando sobre aquele sem quem “nada do que foi feito se fez”. Em outras, palavras, Jesus Cristo é a origem e causa de todas as coisas Criadas. Logo, o apóstolo João (o mesmo evangelista que descreve o Verbo!), está corretíssimo em descrever Jesus como “o princípio da criação de Deus”.
O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes  de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; e é o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência – Colos. 1.15-18.

VIII

És verdadeiramente o Filho de Deus – Mateus 14.33. Jesus nunca alegou ser Deus, mas admitiu que era o prometido Messias, ou Cristo. Ele também disse que era “Filho de Deus”, não Deus.

Se Jesus é o Filho, então, não pode ser Deus. Tal objeção tem aparência de verdade, pois lhe parece natural presumir que um filho é inferior a seu Pai. Novamente poderíamos fazer alusão a kenosis de Cristo, mas cremos não ser necessário, e evitamos a repetição desnecessária. Fazemos, todavia, questão de aniquilar esta objeção por meio dela mesma.

Como assim? Iremos citar na seqüência um texto que aparentemente confirma a tese dos anti-trinitarianos, mas que de forma final e inapelável, derruba suas teorias. Leiamos com atenção;

Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu é meu Filho, hoje te gerei? Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?

E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem!

E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, e de seus ministros labareda de fogo.
Mas, do Filho, diz: Oh, Deus! O teu trono subsiste pelos séculos dos séculos – cetro de equidade, é o cetro do teu Reino! – Hebreus 1.5-8.

A Bíblia diz que o Filho é Deus. E agora, José? Como você pode negar a Divindade de Jesus, alegando que ele é chamado de “Filho”?
IX

Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice! – Mateus 26.39. Se Jesus, como vocês alegam, é Deus, então ele orava a quem no Jardim do Getsêmani? Será que ele orava a si mesmo?

Os anti-trinitarianos não deveriam lançar tal objeção contra nós, e sim contra os Unicistas. Segundo os unicistas, Jesus e o Pai são as mesmas pessoas. Se isto for verdade, então, com efeito, Cristo está orando a si mesmo, ou sofria de algum distúrbio de múltipla personalidade. Todavia, nós jamais afirmamos que Jesus e o Pai sejam a mesma Pessoa. Na verdade, negamos isso com muita ênfase. O Filho e o Pai são o mesmo Deus, o único Deus que existe – mas não são, evidentemente!, a mesma Pessoa.

A quem Jesus orava? A seu Pai, não a si mesmo. A Doutrina da Trindade não confessa três deuses em um; mas três Pessoas em um Deus. Pessoalmente prefiro o termo grego “hipostasis”, mas uso “pessoa” por ser teologicamente mais comum.

De Cristo, o autor de Hebreus também declara;
O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa... – Hebreus 1.3.

A primeira coisa que notamos é que tal afirmação destrói completamente a doutrina unicista; ou seja, aquela que diz que Filho e Pai são a mesma pessoa. Isso é impossível, pois em Hebreus 1 Pai e Filho são duas pessoas distintas, sendo que o Filho é a expressa imagem da “pessoa” do Pai.

Mas não só isso. Encontramos também neste versículo uma irrefutável declaração da divindade de Jesus. O termo “pessoa” é “hipostasis”; que literalmente significa “essência, substância”. Logo, se está dizendo que Jesus é a expressa imagem da “substância” de Deus; logo, ele é tão divino quanto o Pai!

Por hoje paramos por aqui. Fiquem com Deus, e meditem em Sua Palavra. Até nosso próximo encontro!

Paz e bem!

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