Das Heresias no “Louvor”

Das Heresias no "Louvor"


Bispo Robinson Cavalcanti

Vamos fazer um exercício de honestidade intelectual e espiritual? Selecione 100 das mais populares músicas, “gospel” ou “não-gospel”, cantadas nas igrejas das mais diversas denominações protestantes. As mais populares pérolas da nossa Corinhologia.  Fez a Lista? Muito bem! Agora observe quantas delas um muçulmano não teria problema em cantá-las. Achou várias, não é? Agora veja quantas um judeu se sentiria à vontade entoando. São muitas, não é verdade? Continue com os espíritas kardecistas. Se o eixo das musicas é uma ode à Divindade (Deus, Pai, Senhor, Javé) e a recepção de bênçãos para quem canta, há muito de teísmo, de unitarismo, e os seguidores daquelas religiões não-cristãs não veriam problemas em seu canto, na realidade pan-religioso, mas que transmite muita “energia”, “luz”, “paz”.
Continue com a lista na mão, e procure aqueles em que há a palavra Jesus. Agora pense em nossos “parentes distantes” religiosos, das seitas para-cristãs: Mórmons, Testemunhas de Jeová, os da Ciência Cristã, ou os sincréticos como os do Santo Daime. Eles ficariam à vontade cantando essas músicas de um “Cristo genérico”? Numa boa. Ou seja, como o negócio é alimentar o subjetivo com sentimentos positivos, promover catarse e, até, transe, não há conteúdo doutrinário, com os pilares conceituais do Cristianismo bíblico, apostólico, ortodoxo. Por outro lado, aquelas músicas que falam de Jesus Cristo, cantadas nas igrejas protestantes, são adotadas, tranquilamente, por católicos romanos ou orientais, porque nelas não há nada de especificamente reformado.
Se não há musicas específicas para o Calendário Cristão (Advento, Natal, Quaresma, etc.), fica difícil harmonizá-las com os temas dos sermões, exatamente porque elas se destinam ao sentir e não ao pensar.
A rejeição aos Hinos históricos não se dá porque eles têm melodias “antiquadas”, mas porque eles são teologia cantada, o que é uma chatice... Ninguém está a fim de refletir, mas de curtir! Como uma igreja é a sua teologia, e é o que ela canta, estamos numa pior.
Mas, os pastores não estão nem aí, pois não querem contrariar a freguesia, nem atingir o que traz resultados. Enquanto isso, uma música recente, que fala em Zaqueu, era tocada em radiola de ficha no “Bar do Zé”, alternada com clássicos de Reginaldo Rossi,enquanto a galera prosseguia em seus exercícios lúdico-erótico-etílicos.
Canta meu povo!
Olinda (PE), 11 de julho de 2010,
(29º. aniversário da minha filha Carla Alessandra)
Anno Domini.
+Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano
Fonte: Diocese Anglicana do Recife

5 comentários :

  1. "A rejeição aos Hinos históricos não se dá porque eles têm melodias “antiquadas”, mas porque eles são teologia cantada, o que é uma chatice… Ninguém está a fim de refletir, mas de curtir! Como uma igreja é a sua teologia, e é o que ela canta, estamos numa pior."

    O Bp. Robinson foi na veia com essa crítica.

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  2. "Mestre o mar se revolta, as ondas nos dão pavor, os céus se revestem de trevas, não temos um salvador. Não se dá que morramos, podes assim dormir? Se a cada momento nos vemos, sim, prestes a submergir"

    Espelha o estado atual das coisas, mas o Mestre não está dormindo nem ausente, mas assisteindo cumprimento (achará fé na Terra?) para sua vinda. MARANATA.

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  3. e ainda por cima, muitas vezes são de "resititui, eu quero o que é meu.." dinheiro, prosperidade...
    nada sobre o sangue de Jesus, sobre arrependimento.
    e falar sobre qualidade então?! muitas vozes esganiçadas, de taquara rachada, sem nenhuma preocupação com qualidade musical.

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  4. Belo texto! Correto, verdadeiro!

    O que tu define por "Hinos históricos", se puder responder no meu blog ou no meu e-mail fico grato, tu tens acesso a ambos aí.

    []s

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  5. gostei da matéria sempre axei estranho mesmo certas letras mais nunca havia dedicado meu tempo para descobrir e me aprofundar nesse assunto ainda bem que jesus levanta pessoas e servos tementes a ele como o sr. obrigado jesusssssssssss.

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