Liturgia Reformada Hoje
1. Introdução
“Muitas pessoas acreditam que Deus aceitará qualquer coisa oferecida por adoradores bem-intencionados. Está claro, porém, que a sinceridade não é prova de um culto verdadeiro. Qualquer culto anormal ou elaborado por conta própria são totalmente inaceitáveis para Deus” - John MacArthur Jr. [1]
“[...] mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras” - Confissão de fé de Westminster. [2]
“O calvinismo, com sua ênfase na centralidade das Escrituras, é mais do que um sistema teológico é, sobretudo, uma maneira teocêntrica de ver, interpretar e atuar na história” – Hermisten M.P. Costa. [3]
Neste ensaio não nos interessa estudar propriamente dita a teologia do culto, trabalhos capazes que a este mister se propõe têm suprido satisfatoriamente o quadro, de modo que não vimos a necessidade urgencial tal qual estudar liturgia é neste momento de nossa história. No entanto, nosso escrito versa sobre área específica da liturgia, que seria o modus operandi no qual se dá o culto. Então, trabalhar com liturgia é um modo de mostrar que é nesta área que fica mais evidente que a teologia do culto não têm sido corretamente compreendida e / ou praticada.
O entendimento errôneo dos conceitos acerca da liturgia e do culto têm aberto brechas para a entrada de “corpos estranhos” no culto presbiteriano reformado. Entrementes, alega-se, que estas mudanças não têm modificado a teologia da igreja; alegam que podemos abrigar dentro do vasto “guarda-chuva” presbiteriano uma imensidão variegada de liturgias e ainda assim não incorrermos no pluralismo teológico!
Hodiernamente, o culto têm sido tratado em função da liturgia, e a ênfase recai sobre este aspecto de modo muito constante. Algumas igrejas então, têm aberto mão de ter uma liturgia formalizada, com o objetivo de se livrar do incômodo estudo do assunto e de abrir mais espaço para uma pretensa ação do Espírito Santo.
Seria, então, importante tratar de liturgia? Talvez não o seria se não fosse por este motivo que por vezes igrejas se dividem; que pessoas abandonam as igrejas tradicionais; que se abandona a autoridade da Escritura (que não agrada todos os gostos pessoais); que se abre uma nova igreja ou funda-se outra nova denominação. Muito embora seja um problema que nos aflige e perturba, muito pouco tem se falado acerca deste assunto. “ Há explicações compreensíveis para este longo atraso, mas a negligência nesta área vital para a vida da igreja é inescusável e mesmo inacreditável ”. [4]
Pretendemos então trazer interesse de estudo para esta área e contribuir, mesmo que singelamente, para um aprofundamento na matéria “liturgia”. Aqui propomos um estudo básico, esboçado, sobre o que a reforma trouxe nesta área e confrontar o nosso modelo com aquele e, reformular, interpretar e estudar, séria e comprometidamente, as implicações destes parâmetros para igreja moderna.
2. Definindo os Termos
“A Igreja Presbiteriana do Brasil, herdeira e defensora dos princípios Reformados, precisa avaliar a sua atual prática litúrgica. Precisamos definir e assumir a nossa identidade de culto” – Arival Dias Casimiro. [5]
Liturgia
A palavra liturgia significa, segundo o tradicional dicionário, o culto público e oficial instituído por uma igreja; um ritual ou cerimonial religioso [6]. A palavra liturgia tem sua origem primeira no grego leitourgia (leitourgia) , que significa serviço ritual ou de outra natureza; um serviço prestado a alguém em necessidade, executar um serviço (religioso) [7]. A família leitourg - no uso grego-romano denota vários tipos de serviço público ou cívico, cúltico e secular. Os escritores do N.T, adotaram a terminologia em relação à compreensão cristã da responsabilidade perante Deus e da solicitude generosa pelos seres humanos. A palavra substantiva e seus correlatos verbais e nominais aparecem no Novo Testamento cerca de 15 vezes. [8]
“Liturgia” sempre que aparece no N.T. tem a conotação de serviço , ou de alguém engajado em um serviço de caráter sagrado; quepode ser traduzido por culto ou adoração. Não é exclusivo o uso da palavra liturgia para denotar serviço cúltico; entretanto, as palavras associadas ao sentido terão sempre conotação de serviço [9]. Note, por exemplo, que o conceito foi adotado pela cultura de língua inglesa a ponto de chamar o culto de serviço ( service ), em referência à palavra original e seu significado.
Dr. Hermisten Maia Pereira da Costa, identifica culto como liturgia, ou seja, culto é liturgia; entendendo até errôneo utilizar a expressão “liturgia do culto”. [10]
Define Dom Gregory Dix: “‘Liturgia' é o termo dado desde os tempos apostólicos ao ato em que juntos participamos no culto solene de Deus na qualidade de sociedade ‘sacerdotal' de cristãos, também chamada de ‘corpo de Cristo', e Igreja”. [11] O entendimento hodierno é que liturgia é aquele programa impresso que coordena os movimentos dentro do culto, que por vezes, torna o culto sem liberdade, frio e mecânico. Mas isto não é verdadeiro! Liturgia significa “pessoas trabalhando”, não pessoas se divertindo, se alegrando [12], fazendo o que bem entendem, antes, pessoas trabalhando conforme a vontade de Deus. Estar envolvido liturgicamente é estar trabalhando na adoração, no culto [13]. Concluímos: liturgia é a manifestação pública do encontro de Deus com seu povo. Liturgia é culto.
Culto
Muitos escritores têm se empenhado em definir o culto da maneira melhor possível. Por se tratar então de um aspecto tão debatido, a intenção aqui não é fornecer uma melhor definição, mas uma que seja coerente com a crença Bíblico-reformada. Podemos dizer que culto é o ato público de adoração a Deus. O artigo 7 da Constituição Presbiteriana, sobre o culto público diz: “ O culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus adora o Senhor, entrando em comunhão com ele, fazendo-lhe confissão de pecados e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual. É a ocasião oportuna para a proclamação da mensagem redentora do Evangelho de Cristo e para a doutrinação e congraçamento dos crentes. ” [14]
Culto é a reunião do Povo de Deus, com o Seu Deus, onde: o povo se apresenta diante do seu Criador-Redentor e oferece adoração, e Deus recebe nossa solenidade falando-nos viva e profundamente através da exposição fiel de sua Palavra. Dr. Valdeci dos Santos afirma que “... o culto cristão é a dedicação de nós mesmos a Deus com aceitação de sua paternidade, soberania e misericórdia, e exultante reconhecimento de sua glória, majestade e graça. O culto cristão é prestado espiritualmente, com o auxílio do Espírito Santo; tem Jesus Cristo como único mediador, e baseia-se no conhecimento verdadeiro de Deus”.[15]
3. Igreja: Organização Litúrgica.
“Há inerentemente em todos os homens uma forte e indelével convicção de que devem cultuar a Deus. Indispondo-se em adorá-lo de maneira pura e espiritual, torna-se compulsória que inventem como substitutiva alguma aparência quimérica; e por mais claramente sejam persuadidos da vaidade de tal conduta, persistem até ao fim, porquanto se esquivam da peremptória renúncia do serviço divino. Conseqüentemente, os homens se encontrarão sempre devotados a cerimônias até que sejam trazidos ao conhecimento daquilo que constitui a religião verdadeira e aceitável.” – João Calvino (16)
Para os luteranos, o inimigo da fé eram as “obras”. Para os Reformados, a “idolatria”. – Terry L. Johnson.
Que importância tem a adoração e o culto? Se vamos tratar de liturgia, precisamos ordenar nossa escala de importância. Sendo assim, em que lugar ficaria o culto comparando com outras várias atividades da vida?
Nada do que fazemos é mais importante do que a adoração. Cultuar é a razão de ser da Igreja [17]. Podemos identificar esta realidade pelas palavras de Jesus quando tentado por Satanás a inclinar-se perante ele em adoração ordenou-lhe: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto [18]” (Mt 4.10). Ou ainda quando em João 4 é registrado a conversa de Jesus com a mulher samaritana, onde o evangelho é apresentado na perspectiva do culto: Um culto agradava a Deus, era legítimo; o outro, sombra do verdadeiro. Era muito crucial uma discussão de “liturgias” pois estas separavam samaritanos de judeus. Warfield observou: “Nenhum homem pode excluir-se dos cultos regulares da comunidade à qual pertence, sem sérios prejuízos para sua vida espiritual pessoal” e “nem o indivíduo mais santo pode se dar ao luxo de dispensar as formas regulares de devoção, e que o culto público regular da igreja, apesar de todas as sua imperfeições e problemas localizados, é a provisão divina para o sustento da alma”. [19]
Para espanto de muitos, nada, nem mesmo o trabalho evangelístico ou serviço social é mais importante do que a adoração. Missões e evangelismo são necessidades temporais, mas adoração é eterna. De modo algum eu estaria defendendo a idéia de que evangelização é algo acidental na vida da Igreja, irrelevante, sem importância ou qualquer coisa do gênero! Penso aqui em qual seria o propósito da evangelização senão atingir o alvo principal da glorificação de Deus! [20] No texto de João 4.23, Jesus diz que o Pai “procura” verdadeiros adoradores. É desta forma que Jesus configura a atividade redentora do Pai. Ele busca adoradores! A finalidade do evangelho é tornar pecadores em santos, a fim de serem adoradores [21]. Se há um trabalho na igreja que cessará na eternidade, este será o evangelismo; pois a óbvia conclusão se nos é colocada: no céu não haverá almas perdidas para levar a Cristo. [22]
Quando alguns, porém, tentam reformular esta teologia escriturística à luz das missões ou qualquer outra área, terão seus princípios vinculados a linhas mestras estranhas às Letras Sagradas, no sentido de que todas são importantes, mas nem todas questões de princípio. “O culto, e mesmo a própria teologia, da qual as normas do culto deveriam surgir, são afetados pelo meio geográfico, racial, social e político [23] ”, e se estes elementos são as nossas lentes, então será este o resultado: Uma igreja direcionada para o homem, em busca do homem, comprometida em resolver os problemas do homem; não uma igreja que procura de modo quase insaciável a honra e glória do nome de seu Deus, se indagando constantemente “estaria Deus feliz com meu modo de pensar, agir, sentir, cultuar...”
Terry Johnson ressaltou muito bem isto: “[...] A adoração é nossa ‘prioridade máxima' [...] Não somente a Bíblia que enfatiza a importância da adoração; a herança Presbiteriana e Reformada faz o mesmo. Muitos historiadores modernos do período da Reforma têm feito com que a personalidade marcante de Lutero... acabe obscurecendo o coração da Reforma Suíça e Calvinista. [...] O foco deles era a adoração. ‘Como Deus deveria ser adorado?' constituía a pergunta crucial...” [24]. A Questão crucial então para o início de uma discussão sobre a necessidade, importância e prioridade que a igreja deve dar ao culto é delimitar claramente quem é servido e quem serve no culto, quem é cultuado e quem é o “ cultuador ”, e colocando os pesos na balança, chegar a uma conclusão; é entender qual é o sublime e santo desafio da igreja neste mundo de trevas, neste vale de lágrimas!
Poder-se-ia ainda dizer muito acerta deste assunto, entretanto, uma vez que entendemos que o culto, a adoração, é o interesse primeiro da igreja como comunidade escolhida por Deus para proclamar as virtudes daquele que a chamou, é mister fazer uma direta ligação com a liturgia, uma vez que é ela expressão do entendimento e teologia do nosso culto.
Preocupar-se então com a liturgia é oportuno, uma vez que este estudo dar-nos-á uma direção para aquilo que tanto ansiamos: cultuar o Deus Vivo! E como só adora a Deus quem o conhece [25], a igreja tem o dever de se esmerar no estudo de como Deus deseja ser adorado. A igreja é uma comunidade adoradora; deve ser especialista nisto, portanto, deve buscar meios cada vez mais eficazes (eficiência significa fidelidade absoluta) de cumprir sua nobre tarefa. Nos empenhamos em dizer, então, que a igreja é uma comunidade comprometida com sua liturgia, para que seu culto expresse a glória do Adorado, e a obediência dos adoradores. Deus se importa tanto com o espírito da adoração quanto com a forma e o conteúdo. Um culto pode ser sincero e ainda sim, sinceramente errado ; ao oferecer uma adoração que Deus nunca homologou [26] em sua Palavra revelada! “A forma é importante sim. Jesus disse que a adoração tem de ser conduzida por ambos: atitude correta e forma correta, isto é, em espírito e em verdade”. [27]
A igreja é uma comunidade litúrgica, está comprometida com a liturgia e o estudo da mesma, biblicamente fundamentado não é somente útil, mas necessário!
NOTAS:
[1] - John MacArthur Junior, Redescobrindo o ministério Pastoral, p. 261
[2] - Confissão de fé de Westminster, Cap.XXI, §1.
[3] - Hermisten M.P. Costa , Curso Introdutório de Homilética , 2001, p. 18 (Curso promovido pelo conselho da Igreja Presbiteriana Ebenézer, Osasco, SP – 8-11/01-01)
[4] - Carl Joseph Hahn , História do Culto Protestante ,; Ed. Aste, p. 27
[5] - Charles W. Baird, A Liturgia Reformada , 2001, p. 06 (Prefácio à tradução brasileira).
[6] - Dicionário Aurélio e Multidicionário e redação Mérito Escolar – liturgia.
[7] - “‘Leitourgeo' vem de ‘laos', povo, e ‘ergon', trabalho; o que se faz em benefício da comunidade. Significa, portanto, prestação de serviço público, nobre ou não, tanto no palácio real como no templo. “Leitourgos”, no âmbito religioso, era quem se dedicava exclusivamente ao serviço do templo quer na ordem cerimonial e ritual quer na manutenção e administração do imóvel, dos móveis e dos objetos consagrados a Deus e destinados ao culto.” Onézio Figueiredo, O Culto – Opúsculo II , p. 3
[8] - Hb 1.7 (leitourgouz), 1.14 (leitourgika); 8.2 (leitourgon), 8.6 (leitourgiaz); 9.21(leitourgiaz); 10.11 (leitourgwn); At.13.2 (leitourgountwn); Lc1.23 (leitourgiaz); IICo9.12 (leitourgiaz); Fp2.17 (leitourgia), 25 (leitourgon), 30 (leitourgiaz); Rm 13.6 (leitourgoi); 15.16 (leitourgon); 15.27 (leitourghsai).
[9] - Concorda o Rev. Onézio Figueiredo: “Todas as palavras gregas para culto significam trabalho, serviço prestado a um superior, serviço prestado a Deus”. O Culto - Opúsculo II , p. 3
[10] - “A liturgia é o serviço religioso de adoração ao Deus triúno. Portanto, não pode haver culto sem liturgia; nem liturgia sem culto, pois, culto é serviço religioso, e serviço religioso é liturgia. Logo, culto é liturgia! Deste modo, não devemos falar, como acontece com tanta freqüência, de ‘liturgia do culto', isto é um exercício tautológico desnecessário e, pior, empobrecedor do significado do culto.” Hermisten M.P. Costa , Princípios Bíblicos-Reformados da Adoração Cristã , 2002, p. 33 (Anotações de aula na disciplina Teologia do Culto).
[11] - Dom Gregory Dix, Estudos de Liturgia e Arte, 1, liturgia e Ação Eucarística (Liturgia e Forma) , Tradução de Jaci Maraschin, Instituto ecumênico de Pós-graduação em Ciências da Religião (IMS), p.1.
[12] - Muitos, modernamente, entendem que culto é “invocação da divindade”, para que o Deus invocado se coloque a serviço dos invocadores. Outros pensam que culto é uma festa espiritual com o objetivo de alegrar os fiéis. Quanto mais festivo, mais “espiritual” é o culto, pensam os ludinistas. Os idólatras acham que culto é veneração e adoração do divino consubstanciado ou materializado em ícones, que lhes servem de símbolos e objetos de fé ”. Onézio Figueiredo, O Culto – Opúsculo II , p. 3
[13] - “Quando trabalhamos no culto, nós, na verdade, expressamos a dignidade de Deus. Entretanto nós, trabalhadores , somos indignos, por natureza, para expressar a dignidade de Deus. Como, então, nós que somos indignos, podemos expressar dignidade? Esse tem sido o problema básico da liturgia e do culto desde a entrada do pecado até agora”. Gerard Van Groningen, As Influências do Culto do Antigo Testamento na Liturgia, www.ipcb.org.br
[13] - “Quando trabalhamos no culto, nós, na verdade, expressamos a dignidade de Deus. Entretanto nós, trabalhadores , somos indignos, por natureza, para expressar a dignidade de Deus. Como, então, nós que somos indignos, podemos expressar dignidade? Esse tem sido o problema básico da liturgia e do culto desde a entrada do pecado até agora”. Gerard Van Groningen, As Influências do Culto do Antigo Testamento na Liturgia, www.ipcb.org.br
[14] - Manual Presbiteriano, 15ª edição, São Paulo: Cultura Cristã,1999.
[15] - Valdeci dos Santos , op.cit. , p.21 .
[16] - João Calvino , O livro dos Salmos , Vol. 2, (Sl 50.14), p. 407-408.
[17] - I Pe 2.9-10
[18] - Culto: latre b sei - serviço – servirás
[19] - Hermisten M.P.C. A igreja de Deus. P. 61
[20] - “O que deveria ser secundário, com freqüência é tomado como principal. O que deve servir de meio é considerado como fim. Os cristãos se reúnem na Igreja para alegria dos santos. Isso, por certo é bom, na medida que é assim, porem isso não é suficiente. Os cristãos devem ir à igreja para ter comunhão com Deus. Se celebram os cultos de adoração com a esperança de que os pecadores sejam salvos através da pregação da Palavra de Deus, não há dúvida que isto é bom; porém, não podemos nos esquecer que a salvação dos pecadores é um meio para glorificar a Deus.” R.B. Kuiper, El Cuerpo Glorioso de Cristo ,p. 327-328.
[21] - “A finalidade ou propósito do evangelismo e de missões é criar um povo para adorar a Deus.” Terry L. Johnson , Adoração Reformada . p. 23
[22] - “Missões não é o objetivo principal da igreja, mas sim a adoração. Missões existem porque Deus é o alvo e não o homem. Quando esta era passar e os incontáveis milhões de redimidos caírem com o rosto em terra diante do trono de Deus, não haverá mais missões. Trata-se de uma necessidade temporária, mas a adoração existirá para sempre.” John Piper, Let The Nations Be Glad, The Supremacy of God in Missions . [Apud. Terry L. Johnson, Adoração Reformada . P .23]
[22] - Carl Joseph Hahn , História do culto protestante no Brasil, p. 29
[23] - Terry L. Johnson , Adoração Reformada . p. 23-24.
[24] - É o centro de nossas vidas: adorar o Deus vivo! Mas para isso é mister ter um conhecimento profundo de Deus, pois é a natureza de Deus que determina o culto que lhe devemos prestar. (Jo 4.22-24) Jesus Cristo colocou, de forma inquestionável, a possibilidade de uma falsa adoração: adorar a Deus sem conhecê-lo. Repreendendo a mulher samaritana, Ele disse: “Vós adorais o que não conheceis”. O verdadeiro conhecimento de Deus, portanto, é básico para a verdadeira adoração. Calvino acrescenta: "Devemos ter sempre em mente que Deus não pode ser corretamente adorado a menos que Ele seja conhecido". (At 17.23). Quanto mais conhecermos a sua natureza, o seu caráter, melhor lhe prestaremos culto!
[25] - Todo o presente estudo se baseia na aprovação homologada de Deus na Palavra. Portanto, uma explicação: Homologação: do grego o``mologe,w : prometer, assegurar, concordar, confessar, declarar, reconhecer, dizer claramente, homologar. Homologar, segundo o dicionário Aurélio seria: Confirmar ou aprovar por autoridade judicial ou administrativa; e segundo o Multidionário Mérito Escolar: Aprovar; Conformar-se com. O Ato de homologar consiste em: seguindo o propósito de atingir uma determinada expectativa, testar, conferir e aprovar depois de minucioso estudo, certo produto ou ação que atinja concreta e plenamente o objetivo proposto. Pessoas que professam crer em Deus têm que ter certeza absoluta que as coisas que fazem e realizam tem a aprovação de Deus, antes de fazê-la ou realizá-la. No culto qualquer ato humano deve refletir um mandato bíblico e nunca um capricho baseado em gostos particulares! Gostos e desejos, prazeres e sensações puramente, estão descartados como requisitos para a homologação de qualquer ato litúrgico. O ato litúrgico deve, por definição, ao meu ver, ser homologado, isto é, ser reconhecido claramente ou deduzido com certa clareza e facilidade, na Escritura de modo que fique inconteste sua aprovação Divina, dirigindo assim nossa atitude para alinhavar-se com o que Deus mesmo já aprovou e assegurou estar em total conformidade com sua vontade.
[26] - Terry L. Jonson, Adoração Reformada , p.30. “A linguagem do consentimento racional é trocada pela linguagem da estética. Em vez de dizer:'Eu concordo com aquilo que aquela igreja ensina', as pessoas dizem:'Eu gosto daquela igreja'. Em lugar de dizer:'Creio em Jesus' as pessoas dizem:'Gosto de Jesus'. É claro que geralmente não ‘gostam' dos ensinos bíblicos sobre o pecado, o inferno e o juízo final. Não acreditam naquilo de que não gostam. A verdade dá lugar ao prazer; o intelecto é substituído pela vontade”. Gene Edward Veith, Catequese, Pregação e Vocação in: Reforma Hoje , p. 80.
›› Agradecemos ao autor, Rev. Jônatas Abdias de Macedo, pelo envio e permissão da publicação do presente artigo.
Este artigo é parte integrante do portal http://www.monergismo.com/.
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