Excluído da Igreja por ser calvinista!!


Pergunta enviada por uma leitora de nosso blog, membra das Assembléias de Deus, e que teve um amigo excluído por sua fé reformada:

"...faz mais ou menos um mês que um amigo meu de Santa Catarina me disse sobre o Calvinismo (o mesmo até foi expulso de sua própria igreja por ser calvinista),mas enfim,custou um pouco para eu compreender,mas até que compreendi um pouco.Mas eu quero por favor te pedir para me explicar de uma forma simples e correta,as diferenças do Calvinismo e do Arminianismo..."
Olá, irmã B..., paz de Cristo!

A perseguição contra o Calvinismo, infelizmente, é bem comum, especialmente nos círculos pentecostais, onde vivemos. Mas, nunca vi nada tão extremo como uma exclusão. 

Acredito que boa parte do preconceito contra nossa confissão de fé, advém da falta de conhecimento da nossa doutrina. Por exemplo, já perdi a conta de quantas vezes em pregações, ou na EBD, ouvi gente 'descer a lenha' no Calvinismo, pois, segundo alegam, seria nosso ensino favorável a uma vida cristã licenciosa, sem compromisso; em outras palavras, imaginam o Calvinismo como sendo um "carta branca" para o eleito pecar!

Tal confusão é até compreensível, mas não desculpável. É compreensível, pois eles se confundem com um dos nosso Cinco Pontos; estou falando, daquele que fala sobre a Perseverança do Santos, que deu origem ao adágio popular "Uma vez salvo, salvo para sempre". Eles interpretam errado esta doutrina, como se a mesma afirmasse que o eleito será salvo ainda que viva de modo completamente dissoluto, e apartado da Lei do Senhor. Que engano!

Há  um grave equivoco teológico neste preconceito: a expressão perseverança dos santos, por si só, já indica que o Calvinismo acredita que os eleitos perseverarão até o fim! Perseverar tem haver com manter-se no caminho, e não com apostatar-se e ainda ser salvo! Mas, eles se confundem, e não podem ser desculpados muito facilmente, já que bastaria consultar confissões de fé reformadas, como a Westminister, por exemplo, para desfazer-se de tal compreensão enganosa.

Agora, sobre a diferença entre o sistema Arminiano e o Calvinista, eu lhe sugiro pensar em outras duas palavras, ainda mais complicadas que estas duas. Parece extranho tentar explicar termos difíceis, e suas relações, apelando para termos ainda mais difíceis, riso. Mas, estou certo de que a irmã conseguirá acompanhar o raciocínio, e poderá até abrir ainda mais a sua jornada pelo fascinante mundo da Teologia. Anote dois termos em seu vocabulário: "Sinergismo" e "monergismo".

Vamos a algumas breves explicações.

Sinergismo - a irmã certamente já ouviu falar em Sinergia. Ela é muito utilizada para as relações entre líderes e suas equipes no ambiente profissional. Não é o único uso, mas este nos serve de ilustração. Sinergia seria a interação das partes, que cooperam entre si, cada um auxiliando a outra, fazendo sua parte, a fim de obter um fim comum. Na Teologia, descreve-se o Arminianismo como ensinando uma Salvação Sinergista. 

Ou seja, para o Arminianismo, ser salvo depende das ações de duas partes, Deus e Homem. Deus quer salvar todos, mas salvará apenas aqueles que cooperarem com sua Graça. No sistema Arminiano, a salvação depende das obras humanas: crer, perseverar, mortificar a carne, enfim. É, por isso, também descrita como um tipo de Teologia da Retribuição: eu quero algo de Deus, mas Deus apenas faria tal por mim, se eu lhe agrado primeiro. Deus me retribui, tendo por base as minhas ações (obras).

Monergismo - aqui temos exatamente o oposto do Sinergismo. Trata-se da crença em um Deus que é Soberano sobre tudo, e todos. Tudo e todos mesmo, incluindo a vontade humana, e a salvação dos homens. 

Deus, então, não tentou salvar um homem chamado Marcelo Lemos - Deus o salvou, na Cruz; e quando chegou o devido tempo - também definido por Deus - Ele chamou este pecador, por meio da pregação; o tem santificado dia após dia, pelos meios da graça; e o conduzirá em segurança para o céu. 

Eu, Marcelo, respondi, e respondo, positivamente a tal chamado; porém, não por minhas próprias forças, méritos e capacidades pessoais. Minha respota, e a sua, nasce sempre da própria Graça de Deus, que me dá vida!

"E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" - Efésios 2.1-8.
Neste texto, Paulo fala que aqueles que agora são salvos, antes de o serem, eram exatamente iguais aos não salvos. Não havia nenhuma diferença entre mim e o meu vizinho incrédulo, assim como ele, eu estava "morto em delitos e pecados", completamente incapaz de mudar o curso da minha História, e escapar do Inferno inevitável. Tudo que eu sabia fazer, assim como os demais, era estar a serviço da minha Natureza Pecaminosa, que era o meu senhor: "...noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também".
Ora, mas se era este o meu antigo estado moral e espiritual, e se era tamanha a minha incapacidade de mudar, e torna-me aceitável a Deus, como é possível que eu seja, hoje, um novo homem? Os Arminianos - SINERGISTAS - responderam que, de algum modo, eu fiz o que era certo ao ouvir a Pregação do Evangelho! 
É uma resposta agradável ao nosso ego, todavia,  as Escrituras dizem que única razão que me fez diferente, é a Graça Soberana de Deus: 
"... Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus".
Eis a diferença principal entre estes dois sistemas de Teologia: o Arminianismo prega um Deus que quer salvar, mas não pode fazê-lo efetivamente, até que o homem coopere com Sua Graça (sinergismo). O Calvinismo, por sua vez, ensina que Deus salva, por Graça, aqueles que nada podem fazer por sua salvação pessoal, mas que foram amados com Seu amor eletivo. Os salvos, que nada podiam fazer, foram regenerados, santificados e preservados por Deus (monergismo).
Espero ter respondido; mas fique a vontade para enviar outras dúvidas, ou sugestões.

Doutor Bíblia Responde. Envie suas perguntas para marcelolemos.editor@hotmail.com. Para acessar os demais artigos da série clique AQUI.

Sobre o editor: Marcelo Lemos Gonçalves é Bacharel em Teologia, pastor,apaixonado por pregação, liturgia, anglicanismo e escola dominical. Casado, com Meirelene Gonçalvez,  é pai de dois filhos, Yago e Yuri; e nas horas nada vagas, atua como blogueiro. De vez em quando, acha que sabe fritar pastéis, fazer churrasco e escrever artigos.

16 comentários :

  1. Excelente mensagem, e, certamente já leste "Sola Gratia" de R.C Sprol. Se leste, sugiro ler também "Eleitos, porém livres" de Norman Geisler. Ambos os livros tem bons argumentos.

    Att.,
    http://wwwteologiavivaeeficaz.blogspot.com/

    Profº Netto, F.A.

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  2. Obrigada por ter me respondido irmao marcelo,fico muito grata,realmente esse meu amigo foi EXPULSO de sua propria igreja,antes é claro recebeu varias indiretas vindas do pulpito,infelizmente,agora o mesmo esta a busca de uma nova igreja pra congregar.E eu estou querendo falar com meu pastor que sou calvinista,confesso que estou com um pouco de medo,mas se ele nao for contra e se também nao me expulsar da igreja,continuarei nela.

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  3. Sim continueo; é sempre o meu conselho- a menos que não seja realmente possível, ou se sua própria conciência ordenar o contrário. Conheço tente que sai, pois pensa que servirá a Deus melhor nuna congregação que seja completamente reformada.

    Paz

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  4. oi pastor venho agradecer por essa mensagem,e venho lhe dizer eu sou um dos expulso por ter dito que era calvinista na verdade foi eu e mas outro amigo e nós estamos muito felizes pelo pastor ter comentado sobre nosso acontecimento, muito obrigado.
    ass:Alyson Thales Pereira.

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  5. Quer dizer que Deus passa por cima do livre-arbítrio das pessoas?
    É justo um pecador morrer sem salvação porque Deus não o escolheu desde o Princípio?
    Como Deus distribuiu sua graça (favor imerecido) a algumas pessoas? Foi por sorteio?

    Deus nos amou primeiro. Ele tomou a iniciativa ao enviar seu Filho em semelhança de homem (o segundo Adão) para morrer por nossa salvação.
    Deus não pode salvar quem não quer salvação, na medida em que respeita o livre-arbítrio do homem, e não que ele não tenha capacidade de fazer isso.
    Entretanto, ninguém pode se salvar por si mesmo, pois o Diabo cegou o entendimento dos indrédulos, e sem a ajuda do Espírito Santo (que pode ser negada ou aceita) não há como o homem ser salvo.

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  6. Oziel Castanho;

    Obrigado por sua participação, e fique completamente a vontade para discordar, como fez. Aqui, sempre digo, respeitamos as opiniões divergentes, sem censura (exceto, claro, nos termos indicados no formulário de comentários).

    Vamos refletir um pouco sobre as questões que o irmão levantou:

    “Quer dizer que Deus passa por cima do livre-arbítrio das pessoas?”

    Não. A Bíblia não apresenta um homem livre, e capaz de fazer o bem. A descrição bíblica para a Natureza Humana é de total e completa depravação. Assim, Deus não passa por cima de nenhuma vontade livre, mas liberta vontades subjugadas ao Pecado, conduzindo-as a Luz do Mundo, o Cristo. Sem tal intervenção Divina, ninguém é livre para ir ao Cristo: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer!” (João 6.44). Observe o contexto, Jesus fala a judeus incrédulos, e explica que a razão de não irem a Ele, é que Deus não os havia concedido tal Graça. Paulo chama isto de “endurecimento” (vide Romanos).

    “É justo um pecador morrer sem salvação porque Deus não o escolheu desde o Princípio?”

    Justo? A salvação se baseia em Deus fazer justiça ao homem? Quando eu exijo que alguém me faça justiça, implica que tal pessoa me deve algo, e que eu possua méritos pessoais. Isso é justiça! Mas, se eu nada mereço, e recebo tudo (a Salvação), isso se chama GRAÇA! Mas, se nada mereço (a não ser o Inferno), e nada recebo, isso se chama JUSTIÇA.

    Quando Deus abandona o pecador a sua própria sorte, ele está fazendo JUSTIÇA. Quando Deus dá ao pecador o que ele não merece, Ele está agindo por GRAÇA!

    “Como Deus distribuiu sua graça (favor imerecido) a algumas pessoas? Foi por sorteio?”

    Também não; segundo a Escritura, foi “segundo o bem querer de sua vontade”; ou seja, Ele escolheu a dedo, com amor eletivo, os seus eleitos, dentre todos os pecadores. E fez isso, Soberanamente, para engrandecer a Si mesmo: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante d’Ele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção, por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o bem querer de sua vontade – para louvor e glória da sua Graça, pela qual nos fez agradáveis no Amado” (Efésios 1.4-6).

    “...ninguém pode se salvar por si mesmo, pois o Diabo cegou o entendimento dos indrédulos, e sem a ajuda do Espírito Santo (que pode ser negada ou aceita) não há como o homem ser salvo....”

    Este é, de fato, o ensino Sinergista: Deus quer salvar, mas não pode, pois submete-se a vontade [supostamente] soberana do homem; assim, a menos que o homem coopere com Deus, fazendo sua parte, Deus não poderá salvá-lo. Este, entretanto, não é o ensino das Escrituras:

    “Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.

    Que diremos isto? Que há injustiça da parte de Deus? De modo algum! Pois diz a Moisés: “Compadecer-me-ei de quem quiser me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Romanos 9.13-16).

    Este é o Evangelho, livre, soberano, e por Graça.

    Um abraço, irmão.

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  7. Em primeiro lugar quero agradecer a consideração do irmão em me responder, independente da denominação a que pertença. Isso, por si só, indica que tens produzido o Fruto do Espírito de nosso Deus. Mas, falando em Evangelho...

    Em João 3.16, Jesus diz que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

    À luz dessa passagem, pergunto:

    Esse "mundo" a que Jesus se refere é TODO o mundo, ou só alguns escolhidos?

    Na primeira carta de Paulo a Timóteo cap. 2 vers. 3 e 4 es tá escrito que "isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade".

    Pergunto:

    Considerando que Deus é onipotente e que tudo o que Ele deseja faz (assim creio), uma vez que está escrito que o Senhor se compadece de quem quiser, porque então nem todos são salvos? Não estaria faltando alguma coisa?
    Ele não consegue, ou não quer tanto assim como diz o texto acima?


    Que Deus nos abençoe

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  8. Prezado irmão Marcelo, Paz do Senhor.

    Este assunto, monergismo x sinergismo, por muito tem tomado a minha atenção e quero parabenizar o irmão pela clareza de ideias e argumentos que facilitam o entendimento daqueles que leem os seus textos.

    Gostaria de participar do saudável debate dizendo primeiramente que não sou afeito a rótulos, digo, não me considero um calvinista (monergista) nem um arminianista (sinergista); procuro apenas interpretar a Bíblia pela Bíblia.

    Bem, concordo em gênero número e grau quando o irmão diz que Deus é Soberano. Ponto. Não há o que debater. Ele faz o que quer, na hora que quer, com quem quer e ninguém tem nada com isto. Concordo também que a salvação é pela graça, por meio da fé, e vem da parte de Deus, exclusivamente, conforme nos assevera a Palavra. Concordo ainda que nós estamos mortos em nossos delitos e ofensas e o fato de que se Deus nos entregasse a morte por eles, não teríamos aí, nada de injustiça.

    Porém, entendo que de alguma forma, Deus, pelo seu imenso amor e misericórdia, proporcione ao homem escolher entre a benção e a maldição (como foi proposto ao povo de Israel no deserto), e isto, de forma alguma "revoga" a Soberania de Deus.

    Mas de que forma isto aconteceria? Através do Espírito Santo! O homem ouve a Palavra e o Espírito Santo o convence. O Espírito Santo nos mostra que somos pobres e cegos e que estamos nus na presença do Altíssimo. E nesse momento de, digamos, clareza de raciocínio e entendimento, somos capazes de decidir se cremos na revelação do Espírito Santo ou não. Quando o irmão diz: “Eu, Marcelo, respondi, e respondo, POSSITIVAMENTE a tal chamado...”, eu pergunto: não poderia o irmão responder NEGATIVAMENTE ao chamado? Em Atos 6, está dito que aqueles que disputavam com Estevão “não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava” (verso 10), ou seja, não podiam combater a verdade proclamada pelo Espírito Santo à medida que eram convencidos pela mesma. Porém, no decorrer da narrativa, vemos aqueles homens resistirem, até o ponto do Senhor, através de Estevão, bradar: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais” (Atos 7.51). O verso 54 diz ainda que aqueles homens se enfureceram e rangiam os dentes contra Estevão, dando a entender que sabiam que aquilo que ele falava era, de fato, a mais pura verdade.

    Quanto a eleição de uns poucos, João 3.17 nos diz: "Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." Aqui, não parece razoável entender "mundo" como umas poucas pessoas eleitas de antemão em detrimento de milhares de outras. Fica difícil entender também, a luz de “alguns escolhidos a dedo”, a passagem de 1ª Timóteo 2.3-6 que usa a expressão "todos". Poderíamos citar ainda:
    Romanos 2.11: “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.”
    Atos 10.34: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas.”
    A declaração de Pedro no verso acima me faz pensar inclusive, que de uma certa forma, nós cristãos, ainda que inconscientemente, pensamos parecido, ou seja, assim como Pedro pensou que a salvação era somente para os judeus, nós pensamos que a salvação é somente para nós, já eleitos/escolhidos/privilegiados e que não há espaço para mais ninguém (ou que ainda há para alguns poucos).
    Por fim (para não ser mais extenso, pois o assunto exige), penso que é possível compatibilizar os ensinos monergistas e sinergistas, desde que deixado os radicalismos de lado, pois ambos possuem instruções pertinentes a todo o cristão.
    Deus te abençoe!
    Seu conservo,
    Régis de Oliveira – Canoas/RS

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  9. Monergismo é isso mesmo!!! Quem convence o homen do pecado é o Espirito Santo. O homen não pode convencer a se mesmo.

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  10. Infelizmente, porque não fico surpreso com esta noticia? Será que a igreja não precisa urgentemente voltar aos fundamentos bíblicos da Reforma e perceber as verdades dos santos que viveram antes de nós?

    Ficou muito triste quando vejo que heresias mais grandes que aquelas levadas a cabo pela Igreja de Roma, estão crescendo hoje ao redor nosso no Brasil.

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  11. Mauro Minhano 04 de agosto de 2012 16:45

    Quando o Senhor Jesus Cristo nos manda ir pelo mundo pregar o evangelho a todos,porem os que crerem serão salvos.
    Como devo entender isto?
    Sinergismo ou Monergismo?

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  12. Mauro Minhano 04 de agosto de 2012 16:45

    Quando o Senhor Jesus Cristo nos manda ir pelo mundo pregar o evangelho a todos,porem os que crerem serão salvos.
    Como devo entender isto?
    Sinergismo ou Monergismo?

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  13. Sinceramente sou aberto para entender o calvinismo, mas nunca consegui de fato. Gostaria que me respondesse algumas perguntas, por favor.

    1. Adão e Eva não foram criados decaídos. Eles não tinham natureza pecaminosa. Eram boas criaturas com uma vontade livre. Ainda assim, escolheram pecar. Por quê?
    2. Por que Deus, onipotente e soberano, ciente de que iríamos pecar não nos impediu? Ele tem soberania para isso, correto? Se Ele podia impedir, mas escolheu não fazê-lo, então Ele não é nem amoroso nem benevolente?
    3. Deus tem o poder de garantir a salvação de todos?" Certa­mente Deus tem o poder de mudar o coração de cada pecador impenitente e trazer esse pecador a si próprio. Se faltasse a Ele esse poder, então Ele não seria soberano. Se Ele tem esse poder, por que não o usa para todos? (lembrando que Deus não tem prazer na morte do perverso)
    4. Por que Deus somente salva alguns? Se nós admitimos que Deus pode salvar os homens violentando suas vontades, por que então Ele não violenta a vontade de todos e traz todos à salvação?
    5. Se o pecado nasceu em Lúcifer sendo permissão da onisciência de Deus, não o tornaria co-autor do pecado, uma vez que Ele sabia que muitos seres humanos seguiriam o pecado também?

    Faço estas perguntas não na intenção de discutir, mas de questionar a fim de tentar entender essa teologia que ainda não consegui compreender.

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  14. Sinceramente sou aberto para entender o calvinismo, mas nunca consegui de fato. Gostaria que me respondesse algumas perguntas, por favor.
    1. Adão e Eva não foram criados decaídos. Eles não tinham natureza pecaminosa. Eram boas criaturas com uma vontade livre. Ainda assim, escolheram pecar. Por quê?
    2. Por que Deus, onipotente e soberano, ciente de que iríamos pecar não nos impediu? Ele tem soberania para isso, correto? Se Ele podia impedir, mas escolheu não fazê-lo, então Ele não é nem amoroso nem benevolente?
    3. Deus tem o poder de garantir a salvação de todos?" Certa­mente Deus tem o poder de mudar o coração de cada pecador impenitente e trazer esse pecador a si próprio. Se faltasse a Ele esse poder, então Ele não seria soberano. Se Ele tem esse poder, por que não o usa para todos? (lembrando que Deus não tem prazer na morte do perverso)
    4. Por que Deus somente salva alguns? Se nós admitimos que Deus pode salvar os homens violentando suas vontades, por que então Ele não violenta a vontade de todos e traz todos à salvação?
    5. Se o pecado nasceu em Lúcifer sendo permissão da onisciência de Deus, não o tornaria co-autor do pecado, uma vez que Ele sabia que muitos seres humanos seguiriam o pecado também?

    Faço estas perguntas não na intenção de discutir, mas de questionar a fim de tentar entender essa teologia que ainda não consegui compreender.

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  15. Dando um clean na parte que interessa (afinal apologética negativa calvinista é via de regra muito ruim):


    Sinergia seria a interação das partes, que cooperam entre si, cada um auxiliando a outra, fazendo sua parte, a fim de obter um fim comum.

    Se for assim o calvinismo pode ser 'acusado' de sinergismo. Afinal, todo calvinista contemporâneo concorda que a fé é uma obrigação do crente. Ainda que Deus 'cause' de maneira irresistível essa fé, ela continua a ser uma cobrança.

    Na Teologia, descreve-se o Arminianismo como ensinando uma Salvação Sinergista.
    Para ser mais preciso, a fé é sinergista. A regeneração (posterior à fé, diga-se) é monergista, bem como a justificação.


    Ou seja, para o Arminianismo, ser salvo depende das ações de duas partes, Deus e Homem.
    Para ser mais exato, da escolha humana - dado que a graça preveniente permite que o homem, ainda que em estado depravado, responda (seja positiva ou negativamente) ao chamado evangélico.

    Deus quer salvar todos,
    Todos= todos, e não 'todos os tipos' (não ia perder essa oportinidade :-))

    mas salvará apenas aqueles que cooperarem com sua Graça.

    Não existe 'cooperação com a graça'. A graça é extrinsecamente eficaz, não intrinsecamente. Sua eficácia só se torna efetiva mediante a fé.

    No sistema Arminiano, a salvação depende das obras humanas: crer, perseverar, mortificar a carne, enfim.

    Não. Estas não são obras da lei, são ações humanas. Uma coisa não tem nada com a outra.

    É, por isso, também descrita como um tipo de Teologia da Retribuição: eu quero algo de Deus, mas Deus apenas faria tal por mim, se eu lhe agrado primeiro. Deus me retribui, tendo por base as minhas ações (obras).

    Isso não existe. É um verdadeiro disparate até mesmo com a definição de graça.

    Deus não é obrigado a salvar ninguém que seja, mesmo que essa pessoa tenha fé. Deus nunca teve e jamais terá a obrigação de salvar uma única alma - nem mesmo São Paulo, São Pedro, São João, nem nenhum dos que estão agora ou futuramente estarão no Céu. Afirmar coisas desse gênero - 'eu agrado Deus para que Ele se agrade de mim' - é semi-pelagianismo e está bem longe do arminianismo.

    Quanto à apologética positiva, comentarei qualquer outra hora - conversar com calvinistas é invariavelmente desgastante.

    P.S.: quanto ao caso do irmão B: realmente me parece bastante estranho uma igreja expulsar por causa da escolha soteriológica. Nem mesmo na Católica esse tipo de coisa ocorre - tomistas e molinistas convivem muito bem por lá. Ademais, conheço o Mizael, e ele é assembleiano desde sempre, e calvinista desde que leu Hodge. E ele mesmo afirmou que toca a Escola Dominical.


    Aliás, curiosidade: queria saber se discordar da soteriologia calvinista é motivo de expulsão numa Presbiteriana ou alguma reformada histórica.

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  16. Os Arminianos - SINERGISTAS - responderam que, de algum modo, eu fiz o que era certo ao ouvir a Pregação do Evangelho!

    Errado. Eu não fiz nada de correto ao responder ao Evangelho. Como já disse, Deus não é obrigado a salvar ninguém que seja, dado que todos descumpriram a Lei. Falar que fé é a coisa certa ase fazer não é a mesma coisa que cobrar a Deus pela fé.

    Eis um artigo que utiliza de Conhecimento Médio para essa objeção batida da 'salvação pelo mérito da aceitação do Evangelho':

    https://credulo.wordpress.com/2012/08/18/traducoes-credulas-uma-resposta-do-conhecimento-medio-ao-argumento-de-salvacao-nas-maos-do-homem/

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