O músico cristão e a música secular. Doutor Biblia Responde!


Bruna Assis, leitora do Olhar Reformado, pergunta:
“... é correto pessoas cristãs ouvirem musicas seculares ou "participarem" de banda secular  e quando chegarem na igreja louvarem o nome do Senhor? E também vejo que a maioria dos louvores hoje em dia só expressam sentimentos e petições,qual melhor expressão de louvor?E o que VOCÊ acha do Hillsong?”
Bruna, sua pergunta é, na verdade, composta por várias...! (Risos) Mas, estando todas dentro de um mesmo tema (música), podemos responder num lugar só.

Primeiro, sobre cristãos que ouvem músicas seculares. Sou um dos tais, aficionado por música, raramente saio de casa sem abastecer meu MP4 com algumas dezenas de canções, inclusive, 'mundanas'. É um equivoco considerar aquilo que é “secular” como sendo “mal” ou “pecaminoso”. Na contramão, é também equivocado classificar tudo que se apresenta como “cristão” como sendo “ bom” e “santo”. Tal dicotomia é sempre prejudicial, e eu tenho experiencia no assunto (he,he,he).

Quanto escuto uma música, seja ela cristã ou secular, importa saber se seu conteúdo me afasta da mensagem de Cristo. Há músicas seculares que me fazem refletir sobre a beleza da vida, do amor, da amizade, da morte, enfim. São músicas que foram escritas por homens inspirados pela Graça Comum, que Deus derrama sobre todos os homens, inclusive ateus, espíritas, profanos, etc. Mas, também há músicas, até mesmo dentro das Igrejas, e composta por gente “cristã”, que refletem a podridão do coração humano; destas, devo, no que depender de mim, manter distância.

E aqui está a chave para uma de suas perguntas: a irmã questiona se é válido alguém cantar uma música secular durante o dia e, a noite, louvar ao Senhor com músicas religiosas. Bem, segundo penso, é um dilema inexistente, pois eu louvo ao Senhor em todos os momentos, inclusive quando canto uma música secular de bom gosto.

Por exemplo, se eu canto “tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer: como é grande o meu amor por você!” (Roberto Carlos), estou promovendo o bem, a paz, o amor romântico! Isso é coisa que vem do Mal? Claro que não! O bem só pode vir do Bem, que é Deus! É errado imaginar que Deus só atua no mundo por meio dos cristãos; Ele é a única fonte de Bem, e pode ser encontrado onde o bem está (a isto se dá o nome de Graça Comum):

Chamamos de Graça Comum não como desmerecimento, mas apenas para diferenciar de Graça Eletiva.

Por outro lado, se eu cantar algo do tipo : “Como Zaqueu, quero subir o mais alto que eu puder, só pra te ver, olhar para ti, e chamar sua atenção para mim!”, estarei ferindo minha consciência. Sim, pois o Evangelho enfatiza a Graça de Cristo por Zaqueu, e não o fato de Zaqueu subir em uma árvore movido por mera curiosidade. O “louvor” Zaqueu não é louvor, pois coloca o homem no centro das atenções – é uma salvação por obra, por merecimento! 


Ou melhor, essa canção gospel, “Zaqueu”, é um louvor, mas dado ao homem, e não a Deus!

Com isso em mente, é natural se concluir que um cristão pode trabalhar profissionalmente com música secular. A princípio, não há problema algum, desde que ele mantenha-se fiel aos princípios cristãos – o que vale para qualquer profissão que escolhemos! Verdade, porém, que no meio musical, as tentações podem ser muito maiores, mas, quem somos nós para julgar os outros antecipadamente, não é mesmo? 


Que este cristão tenha consciência de seu compromisso com Cristo, e dos desafios que enfrentará.

Quanto ao Hillsong, tenho o mesmo pensamento sobre os grupos 'gospeis' do Brasil: todo cuidado é pouco. Explico: muitos músicos escrevem suas canções sem preocupação com teologia, ou então, comprometidos com teologias esdruxulas (como acontece quase sempre com o Diante do Trono); de modo que, precisamos avaliar cada música individualmente, a fim de julgar se devem ou não estar nos lábios de um cristão.

O problema se agrava quando levamos uma música para dentro do Templo, para o serviço de adoração pública (Liturgia). Aqui o cuidado deveria ser redobrado. Mesmo que uma música seja boa, e teologicamente saudável, ainda deveríamos questionar se é adequada para o Culto Publico. 


Eu vejo, só para um exemplo, muitos jovens utilizando músicas do Oficina G3 na adoração pública. Considero um erro, não por algum erro teológico na música, mas sim, pelo estilo musical que não condiz com a solenidade do culto.

Eu gosto muito de Oficina G3, mas não o canto no Culto; rock não é apropriado ao “ajuntamento solene”.

Um abraço, Bruna!

6 comentários :

  1. Ótima resposta, e concordo que devemos aceitar diferentes estilos musicais, mas nem todos servem para o culto, nos momentos de adoração.

    * Excelente ano novo, com a Paz do Senhor!

    Graça e Paz!

    Luciano Zamboni

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  2. Só tenho duas coisas a falar:

    Examine-se, pois, o homem a si mesmo... (1 Coríntios 11:28)
    ...e tudo o que não é de fé é pecado. (Romanos 14:23)

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  3. HE HE HE
    VI ALGO QUE A BIBLIA JA ME DISSE A MUITO TEMPO,
    A DISTORÇÃO DAS COISAS...
    TRANFORMAÇÃO DO SANTO EM PROFANO E O PROFANO EM SANTO

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  4. Uma coisa a declarar:

    VERGONHOSO! aiai;

    Convicções pessoas embasadas no "coração enganoso".

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  5. O PR. Marcelo Lemos Gonçallves ATÉ DEU UMA BOA EXPLICAÇÃO MAS,
    POR SER O QUE É, DEVERIA EMBASAR SUA RESPOSTA NA BIBLIA NAO NO
    QUE PENSA OU EM EXPERIENCIAS.....

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  6. Simplesmente expôs sua opinião e devo admitir de forma bem persuasiva

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