O Batismo com o Espirito Santo: Uma Analise Teologica
Por Marcelo Lemos
Rejeitamos o cessacionismo, doutrina que restringe a atuação dos chamados “dons extraordinários” apenas a Era Apostólica. Acreditamos na atuação do Espírito Santo na vida da Igreja hoje, inclusive através dos carismas listados nas páginas do Novo Testamento. No entanto não significa validarmos a Teologia Pentecostal, que este ano estará comemorando seu Centenário no Brasil. No artigo de hoje analisaremos alguns pontos problemáticos do pentecostalismo. Nosso objetivo é analisar “os passos para receber o Batismo com o Espírito Santo”, que os professores pentecostais costumam apresentar.
Tomaremos como base para nosso artigo a Lição 4 da revista Lições Bíblicas, 3 Trimestre de 2006, publicada pela CPAD. Foi esta uma revista preparativa para as comemorações do Centenário do Pentecostalismo Brasileiro.
Antes de prosseguirmos apontamos ao leitor aqueles que nos parecem os maiores problemas da doutrina pentecostal. Primeiro, que o Batismo com o Espírito Santo seja tido como uma Segunda Benção. “... todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo”, diz a revista na página 19. Segundo, a tese de que a evidência de tal batismo o seja o falar “em línguas”. Rejeitamos completamente estas duas proposições.
O Batismo com o Espírito Santo não pode ser uma segunda benção já que está associado ao Novo Nascimento. “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo” (I Cor. 12.13). “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38). Em outras palavras, aquele que nasce de novo é batizado com o Espírito Santo, recebendo a promessa que se cumpriu no Dia de Pentecostes. Este fato é declarado nos lábios do Apóstolo S. Pedro: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quanto Deus, nosso Senhor, chamar” (Atos 2.39).
Nem pode a evidencia do Batismo com o Espírito Santo ser exclusivamente o “falar em línguas”. Tal afirmação contradiz abertamente o ensino do Novo Testamento a respeito dos dons espirituais. “Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Tem todos dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?” (I Coríntios 12.29).
Todavia é verdade que existe uma graduação no poder espiritual concedido a um e outro cristão. Podemos negligenciar os dons e falharmos em atingir a Plenitude que o Espírito tem a nos oferecer. Ou podemos nos exercitar nos dons e crescermos, incluindo a conquista de novos dons. “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais” (I Coríntios 14.1).
Mas isso não é tudo que temos a dizer hoje, além de rejeitarmos o coração da doutrina pentecostal, queremos também analisar o ensino que é dado sobre o “como receber o Batismo com o Espírito Santo”. A seguir analisaremos cada uma das exigências que se costuma apresentar.
Sendo a pessoa já salva. Inquestionavelmente o Batismo com o Espírito Santo não será dado a uma pessoa incrédula. No entanto, o ensino pentecostal é que o Batismo acontece não no Novo Nascimento, mas em algum momento depois, podendo, inclusive, nunca vir a acontecer. De fato, a doutrina pentecostal implica dizer que milhões de cristãos morreram e morrerão sem terem recebido o Batismo com o Espírito Santo. Grandes nomes do Cristianismo como Lutero, Calvino Tomas Cramner, Whiterfield, Spurgeon e tantos outros, revolucionaram o mundo a sua volta sem terem recebido o cumprimento de tal promessa. Essas são implicações da tese pentecostal.
O argumento é que quando os discípulos foram batizados com o Espírito Santo eles já “a) Tinham seus nomes escritos no céu (Lucas 10.20); b) Eram limpos diante de Deus (João 15.3); c) Possuíam em si a vida espiritual (João. 15.5,16); d) Haviam sido enviados para o seu trabalho, dotados de poder divino (Mateus 10.; Lucas 9.1,2; 10.19)” (pg. 20).
Tal exegese viola o contexto de Atos 2. Evidentemente que os discípulos receberam o cumprimento da Promessa depois de alguns anos de conversão, mas isso se deve apenas ao fato de que o Espírito Santo ainda não havia sido derramado. Como poderiam ter sido batizados antes do Dia de Pentecostes? Absolutamente impossível! Porém, quando a promessa do Espírito Santo se cumpriu naquele Dia de Pentecostes o apóstolo diz aos que ainda não eram convertidos: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38). Vê-se que não existe um intervalo, nem a possibilidade de deixarem de receber a Promessa – a todos os que crerem em Jesus Cristo assegura-se que receberam do Dom do Espírito Santo. A doutrina de uma “Segunda Benção”, portanto, caí por terra diante da clareza das Escrituras.
Crendo e buscando com sede a promessa divina. Ensina o pentecostalismo que para receber o Batismo com o Espírito Santo você precisa: a) aceitar Jesus; b) Crer e buscar com sede o Batismo. Como acabamos de ver este ensino não pode ser verdadeiro, pois separa o “crer em Jesus” do “receber a promessa”. Isso basta para que o rejeitemos completamente. Além disso, são afirmações completamente desprovidas de apoio Escriturístico. Onde a Bíblia ensina tal coisa? Observe o leitor que o Batismo com o Espírito Santo nunca é ordenado nas Escrituras, mas sempre descrito como sendo um fato alcançado pelos cristãos. Mesmo na Igreja de Coríntios, onde tanta carnalidade imperava, Paulo afirma terem sido “todos” batizados com o Espírito: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito” (I Coríntios 12.13). Não existe um único mandamento nas Escrituras para que o cristão seja batizado com o Espírito Santo, pois após o Dia de Pentecostes é impossível ser cristão sem ter recebido tal batismo.
Os pentecostais costumam apontar o fato de que os discípulos passaram vários dias orando no Cenáculo até que a promessa do Espírito se cumprisse. Isso é fato. Todavia, este fato não comprova o ensino pentecostal de que para receber o Batismo com o Espírito santo seja necessário um período de “busca”. Lembramos mais uma vez que até então o Espírito Santo não havia sido derramado sobre a Igreja, e ordem de Cristo era que “não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai” (Atos 1.4). Certamente ao verem Jesus ressuscitado desejavam sair anunciando o Evangelho a todo Israel e ao mundo. Mas Cristo ordena que fiquem em Jerusalém até que a Promessa se cumprisse. E eles ficam em oração. Observem, no entanto, que o cumprimento da promessa era um fato e não uma possibilidade que poderia ou não acontecer dependendo do quanto orassem!
Depois daquele glorioso dia, o Pentecostes, as pessoas se convertiam ao Evangelho e eram batizadas com o Espírito Santo. Nada nas Escrituras nos diz sobre “crer na Promessa do Batismo”, ou então sobre “Buscar com sede o Batismo”. A mensagem do Evangelho nos diz sobre “crer em Jesus”, e disso nos vêm todos os benefícios, incluindo o Dom do Espírito Santo (Atos 2.38).
Vivendo em santidade. Diz sobre isso a revista que temos citado: “Para você que busca o batismo, há alguma área da sua vida não submissa totalmente a Cristo?” (pg. 21).
Podemos responder a isto com os mesmos argumentos que usamos até aqui: que o Novo Convertido nasce de novo e recebe o Dom do Espírito Santo. Logo, ele não depende de boas obras para isso, apenas a fé. A luz do que expomos até o momento tão conclusão deverá ser obvia. No entanto, podemos expandir um pouco mais nossa argumentação para avaliar melhor o erro pentecostal. O questionamento feito pela revista carrega consigo a ideia de que para receber o Batismo com o Espírito Santo é preciso que o cristão tenha atingido um alto nível de santidade pessoal, do contrário, por mais que ele busque não receberá a Promessa. Assim, temos vários passos: a) crer em Jesus; b) crer na Promessa; d) Buscar com sede a promessa; e) Atingir um alto nível de santificação. Apesar de todo o sistema estar errado, estes dois últimos (‘d’ e ‘e’) são especialmente preocupantes. Como veremos, trata-se de uma doutrina centralizada no homem e não na Graça de Deus.
Não se trata de diminuir ou rejeitar a importância da santificação na vida cristã, mas de não coloca-la como algo centrado no homem. Nossa santificação é obra da Graça de Deus em nós, incluindo nosso arrependimento: “Na verdade, até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (Atos 11.18). É Deus, por sua Graça, que nos faz andar na luz de seus mandamentos: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ezequiel 36. 26,27).
Por isso afiramos juntamente com a Reforma “sola fide”, ou seja, somente pela fé, sem as obras. Não em desprezo as obras, mas em reconhecimento de que tudo o que temos - inclusive as obras que realizamos - nos é dado pela Graça de Deus, e não por nossos méritos pessoais. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.13).
A santidade pretendida na exigência pentecostal é centrada no homem, é meritória. Trata-se da tentativa humana de negociar com Deus, oferecendo-Lhe algo primeiro. Isso nos leva a uma santificação utilitarista, na qual o homem procura fazer o bem almejando os benefícios que poderá alcançar. Não é santidade pela santidade, mas a santidade em troca de algo. Trata-se de um discurso muito popular em nossos dias, e não está restrito aos campos pentecostais, infelizmente. Somos aconselhados à santidade para sermos mais usados na Obra; para sermos mais eficientes e produtivos; para não amargarmos fracassos. Essa mentalidade esquece-se de pregar e viver a santidade como um bem em si.
De fato, santidade é um princípio na nova vida que o cristão recebe. Não se trata apenas de um meio pelo qual atingimos novos patamares na vida cristã – é um princípio existencial. Não existe a possibilidade de uma nova vida alheia ao princípio da santificação - estão interligadas a tal ponto que a Escritura questiona: “Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6.1). Assim que, não é a santidade um mérito humano, e portanto não se pode usá-la como mercadoria de barganha com Deus, como também é um bem em si mesma, um princípio existencial, e não um mero caminho para chegarmos além.
Acredito que o leitor já terá compreendido o ponto: não podemos buscar a santidade por motivos egoístas. Ser santo para ser mais útil? Ser santo para ser mais usado por Deus? Ser santo para ter um ministério grande? Não, apenas isto: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo” (I Pedro 1.14,15). Vê, santidade como um princípio, não como uma mera ponte.
Para concluir faremos menção a outros detalhes. Em primeiro lugar os riscos inerentes das ênfases errôneas do pentecostalismo. Quantas pessoas usadas por Deus em tantas áreas permanecem atormentadas pela ideia de não terem recebido a Promessa do Espírito, simplesmente porque o ensino pentecostal exige que elas falem “em outras línguas”? Por outro lado, quantas pessoas não se tornaram farisaicas em seu modo de viver, e de julgar os outros, crendo que receberam a Promessa do Espírito devido seus esforços pessoais? E ainda pior: quantos estão tranquilos em sua vida de pecado, imaginando que por possuírem dons Deus está satisfeitas com elas? Sim, pois se para Deus usar alguém é preciso que se esteja agradando a Deus em tudo, então o homem é julgado pelos seus dons e não por sua conduta. Não é de tal pensamento que nasce a recusa e o medo que muitos têm de criticarem “homens usados por Deus”, mesmo que a conduta deles os denuncie como falsos cristãos? Aos tais recordamos o aviso de Mateus 7. 21-23.
Sem espaço para nos estendermos ressaltamos que o erro teológico da “Segunda Benção” ensinada pelos pentecostais não anula uma verdade central das Escrituras: a possibilidade e a necessidade do cristão encher-se constantemente do Espírito Santo: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5.18). Do mesmo modo como o Batismo com o Espírito Santo nunca é apresentado nas Escrituras como um imperativo ou exortação, constantemente a Bíblia ordena que os cristãos sejam cheios do Espírito Santo. Assim, o Batismo com o Espírito Santo não é uma “Segunda Benção”, mas a Plenitude do Espírito pode ser descrita desse modo. Temos aqui um mandamento: “Enchei-vos do Espírito”. Há sim, no oceano do Espírito, tesouros a serem buscados.
Irmão Marcelo, a Paz do Senhor Jesus Cristo.
ResponderExcluirLi o seu artigo e gostaria de dar a minha contribuição.
Em relação ao Batismo no Espírito Santo ser uma “segunda benção”, não é isto que pentecostais crêem (ou pelo menos não deveria ser), contudo, cremos que ele não está necessariamente associado ao Novo Nascimento, em virtude de entendermos que o Espírito Santo realiza duas obras distintas na vida do cristão: NOVO NASCIMENTO e REVESTIMENTO DE PODER.
O caso dos discípulos, citado pelo irmão, nos mostra perfeitamente isto. Eles não nasceram de novo no dia de Pentecostes, mas sim anteriormente, quando do encontro dos mesmos com o Cristo ressurreto. Veja o que diz em João 20.22: “E, (Jesus) havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
Entendemos que neste momento, os discípulos receberam o Espírito Santo e foram regenerados, nasceram de novo, receberam nova vida. Ora, se neste momento Jesus assoprou sobre eles o Espírito Santo para o novo nascimento, logo, no dia de Pentecostes, a descida do Espírito Santo tinha outro objetivo. Se não for este o caso, teremos que aceitar que no dia de Pentecostes, os discípulos nasceram de novo, de novo (com o perdão da redundância).
Quando aceitamos a Cristo, arrependidos de nossos pecados, recebemos o Espírito Santo que nos faz nascer de novo, nos regenera, nos santifica, trabalha nas nossas vidas a fim de produzir o fruto do Espírito e nos faz participantes do Corpo de Cristo. Diferente, mas realizado pelo mesmo Espírito, temos o Batismo no Espírito Santo como revestimento de poder, “capacitação do alto”, onde recebemos ferramentas mais eficazes (os dons) para realizarmos a sua Obra, sendo a evidência externa deste revestimento o falar em línguas, como aconteceu no dia de Pentecostes. Estas duas operações do Espírito Santo podem, ou não, acontecer simultaneamente. Exemplo claro está registrado em Atos 19. Os discípulos em Éfeso, já eram batizados no batismo de João, ou seja, creram e se arrependeram, nasceram de novo. Depois disto então, ou seja, passado um determinado espaço de tempo, “impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam”. Atos 19.6
Quanto às exigências para receber o Batismo no Espírito Santo, como revestimento de poder, sendo eu pentecostal, posso dizer que existe algumas divergências quando a isto, porém, fica claro que, sendo salvo, qualquer discípulo do Mestre está apto a recebê-lo, afinal, o Batismo no Espírito Santo é uma promessa do Pai, conforme o Senhor Jesus nos asseverou. Logo, como o irmão bem colocou, não é por mérito nosso, mas pelo querer de Deus.
Falar a respeito de grandes homens de Deus, que revolucionaram o mundo e que não teriam recebido o Batismo no Espírito Santo como revestimento de poder, seria tentar explicar os desígnios de Deus para cada indivíduo, o que, com certeza, não estou capacitado a fazer. Mas, como o irmão escreveu, podemos negligenciar os dons e falharmos em atingir a Plenitude que o Espírito tem a nos oferecer. Quem sabe estes homens, por serem cessacionistas ou por não crerem no Batismo como revestimento de poder, acabaram por não receber tal promessa. Não estou de forma alguma a julgá-los, até mesmo porque não conheço a história de vida destes gigantes da fé de forma profunda, mas o certo é que somos todos falhos. Agora, cabe salientar que aquele que recebe o revestimento de poder não é melhor, ou mais importante, do que aquele que não recebe; também não quer dizer que aquele que recebe tal revestimento é mais usado por Deus do que aquele que não recebeu o revestimento. Infelizmente, nem todos os cristãos pentecostais tem este entendimento, o que nos leva a verdadeiros disparates em relação uns aos outros.
O certo é que, mesmo não havendo espaço para entendimento, devemos ser cheios do Espírito.
Apesar de nem sempre concordar com seus textos, visito o blog seguidamente.
Deus te abençõe.
Régis de Oliveira/RS
Pastor, tudo bem? quanto tempo nao escrevo por aki ne,hehehe. Bem, concordo com o senhor em relaçao ao batisno no/do/com o Espirito Santo. So tenho uma duvida em relaçao a isso: pessoas que buscam o suposto "Batismo" e que sao crentes de verdade, realmente experimentam algo surpreendente e diferente,uma ação realmente tremenda quando o buscam. Acredito que haja algo verdadeiro nisso porem nao com o nome de Batismo no/com/do Espirito Santo. O senhor por ter sido da Assembleia a deve ter visto isso acontecer. O que o senhor acha q é? Eu acho q é a tao famosa "plenitude do Espirito", mas o que acha?
ResponderExcluirabraços. Vinícius
Marcelo,
ResponderExcluirObrigado pela visita e seu comentário ao artigo "A promessa do batismo com o Espírito Santo"
Muito bom artigo. Merece uma segunda leitura, ou outras, pois com alguns pontos concordo, de outros discordo.
Por ora, gostaria de perguntar-lhe, qual a distinção, se há, entre novo nascimento, conversão e batismo com o Espírito Santo?
Depois continuamos.
Em Cristo,
Clóvis
Irmão Vinícios;
ResponderExcluirSim, existe algo de verdadeiro, pois a pessoa está buscando o Espírito Santo! Quando nós buscamos nos encher do Espírito as bênçãos espirituais abundam, do contrário não nos exortariam as Escrituras que nos enchêssemos do Espírito. Portanto, concordo com você: há algo de muito verdadeiro nessa busca!
Mas veja, isso não valida completamente a teologia deles. Veja os arminianos, por exemplo. Eles tem um conceito equivocado sobre o ‘ir a Cristo’, mas isso não significa que eles não vão a Cristo! Eles são salvos, tão salvos quanto nós, apenas acontece de não entenderem adequadamente o processo da Salvação.
Abraços.
Irmão Clóvis;
ResponderExcluirQuando em Atos dos Apóstolos se faz distinção entre uma e outra coisa, no sentido cronológico, tal se deve ao fato de que, até então, o Espírito ainda não havia sido derramado. De modo que era absolutamente impossível que eles “nascessem de novo” e fossem, no mesmo instante, “batizados com o Espírito”. Absolutamente impossível!
Não faço, portanto, diferenciação entre o momento da Regeneração e Batismo com o Espírito Santo. Não que sejam a mesma coisa em si, mas que estão intimamente ligadas, não podendo ser dissociadas. Em outras palavras, não existe, hoje, um regenerado que não seja “batizado com o Espírito”.
O problema com a tese pentecostal é o seguinte: imagina-se que o ser batizado com o Espírito santo visava apenas REVESTIMENTO DE PODER. Isso é falso. O Revestimento de Poder é apenas uma parte da promessa. A outra, diz que naquele momento eles RECEBERIAM O PRÓPRIO Espírito. “E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (S. João 7.39).
Evidentemente que Jesus refere-se a Atos 2. Ali aconteceu que eles: a) receberam o Espírito; b) foram revestidos de poder.
Cabe então uma pergunta: existe algum cristão que não possua o Espírito Santo? Os próprios pentecostais respondem que negativamente: todo cristão possui o Espírito Santo. Ora, neste caso, todo cristão é Batizado com o Espírito Santo. “Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8.9). “Pois todos nós – todo o Corpo de Cristo, vide contexto – fomos batizados em um Espírito, formando um corpo... e todos temos recebido de um Espírito” (I Coríntios 12.13).
Comparte isso com o antecedente: que aconteceria em Atos 2? Receberiam o Espírito Santo! Quem, hoje, tem recebido o Espírito Santo? Todos! – é a resposta de Paulo: “e todos TEMOS RECEBIDO de um Espírito”.
A diferenciação que eu faço é entre Batismo com Espírito Santo e Plenitude do Espírito: nem todos possuem os mesmos dons, nem o mesmo grau de “unção” no uso desses dons. Por isso, todos somos exortados a nos encher do Espírito e a buscarmos “melhores dons”, e andarmos no Espírito (obediência a Lei de Deus).
Quanto a Conversão e Regeneração não vejo uma distinção. A Regeneração é o ínicio de tudo, o ponto de partida, a largada para vida cristã. “O que nasce do Espírito é Espirito” (S. João 3.6). Jesus fala que o Novo Nascimento transforma a pessoa: ela se torna uma pessoa espiritual. Assim, quando somos regenerados, nos convertemos. Daí segue-se um processo contínuo de santificação experimental.
Abraços.
Rev.
ResponderExcluirO senhor não trouxe sua visão quanto a 1ª postagem, que é do Régis de Oliveira, gostaria de saber sua opinião.
Vou conferir, e respondo. Obrigado por lembrar.
ResponderExcluiroi Regis, vc esta completamente enganado por religião, desligue disso e veras o senhor, pois dons do espirito santo foi cancelado, ficando assim apenas o vos guiara a toda verdade, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertara, veja,(I Corintios 13:8) - O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
ResponderExcluirhavendo dons de língua, desaparecera, como vemos isso foi até que o que é perfeito(a bíblia toda velho e novo testamento)fosse escrita, completada, além disso o dom de língua, não é falar enrrolado e sim linguagem de outros países de acordo com (Atos 2:7) - E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses (12 discípulos) homens que estão falando?
(Atos 2:8) - Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? sim os discípulos falaram as línguas das outras pessoas que ali estavam, pessoas estas que era de toda parte do mundo, como eles ouviria sob o evangelho ali, sem o dom de linguagem da parte de cristo (espirito santo) como disse cessaram, e se não tivesse cessado, também não era linguá estranha e sim estrangeiras de outros países. estude a bíblia irmãos tem muitas coisas erradas com essas sinagogas de satanás.
Se o batismo no Espirito santo é uma evidencia do novo nascimento, porque tanta gente que foi batizada vive uma vida pecaminosa e até se afasta do evangelho? visto que o apostolo João diz que aquele que nasceu de novo não permance na pratica do pecado? me responda porfavor!
ResponderExcluirse o batismo com o Espirito santo é uma evidencia do novo nascimento, porque tanto crente batizado com o Espirito santo vive uma vida pecaminosa e até se afasta do evangelho, visto que o apostolo João diz que aquele que nasceu de Deus não permanece na pratica do pecado! me responda por favor!
ResponderExcluirPrezado regis e Jesus, Paz do Senhor. Tudo bem?
ResponderExcluirVeja que o irmão é que está enganado. Usar 1 Co 13 para justificar o “cancelamento” dos dons não procede, até mesmo porque o irmão interpreta equivocadamente o verso 10. A vinda daquilo que é perfeito não tem nada a ver com a revelação da Palavra escrita, e sim com a manifestação de Cristo e seu Reino visível, quando seremos transformados e nos tornaremos, como Ele, perfeitos. Somente a partir daí, então, não haverá mais a necessidade dos dons, permanecendo só o amor. Pense o seguinte: se os dons do Espírito Santo foram “cancelados” como o irmão afirma, qual seria então a necessidade de Paulo instruir os Coríntios, e consequentemente a nós, a respeito dos mesmos? E mais: por que Paulo nos aconselha a buscarmos os dons se os mesmos já cessaram? (cf. 1 Co 12.31; 1 Co 14.1)
Em relação às línguas, o que o irmão chama de falar enrolado tem o nome de glossolalia, que é falar línguas desconhecidas e não identificáveis pela inteligência humana, diferente de xenolalia, que é falar em língua conhecida do nosso intelecto. Obviamente, como a Bíblia relata, no dia de Pentecostes os discípulos falaram línguas conhecidas (xenolalia), mas isto não quer dizer que as línguas estranhas (glossolalia) não existam; se não existem, o que Paulo quis dizer em 1 Co 14.2?
No mais, sigo o seu conselho de estudar a Palavra e o instigo a fazer o mesmo.
Um abraço fraternal.
Régis de Oliveira
Pastor Marcelo, por favor dê uma olhadinha na minha postagem do dia 30 de junho e me diga o que o senhor acha; é possivel ser batizado sem nascer de novo? se não, então porque tanto crente vive pecando?
ResponderExcluirPrezado irmão Rosivaldo, Paz do Senhor!
ResponderExcluirSei que não fizeste a pergunta a mim, mas permita-me algumas palavras.
Muito embora nasçamos de novo através do Espírito Santo e sejamos libertos do poder do pecado (ou lei do pecado), estamos sujeitos a pecar, pois carregamos os efeitos da natureza caída em nossos corpos. Disse o apóstolo João:
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” – 1 Jo 2.1
Veja que João, mesmo escrevendo aos cristãos, contempla a possibilidade de pecarmos. Mas então existe uma contradição entre o que ele mesmo disse no verso supracitado e no verso 9, capítulo 3, da mesma carta? Claro que não. Quando João diz que aquele que é nascido de Deus não peca, ele está alertando que ao nascermos de novo, pelo Espírito Santo, não devemos continuar vivendo na prática do pecado, como fazíamos antes de conhecermos a Deus. Paulo faz o mesmo alerta em Rm 6.1: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum!”. Ou seja, aquele que é nascido de novo, que foi liberto da lei do pecado e tem o Espírito Santo para lhe outorgar poder, deve abandonar a vida de outrora e buscar a santificação. Porém, nem todos abandonam a sua velha vida.
Como eu disse anteriormente, somos libertos do poder do pecado, mas carregamos os efeitos da natureza pecaminosa. Paulo clama em Romanos 7.24b: "Quem me livrará do corpo desta morte?". Lei todo este capítulo. Paulo nos ensina a respeito da batalha que travamos diariamente: carne x espírito.
Agora, eu pergunto: em um combate entre dois oponentes, quem vence? Via de regra, é aquele que está mais bem preparado! Quem se alimentou melhor, treinou mais, etc. Na batalha entre carne versus espírito não é diferente. Aquele que é nascido de novo e continua em pecado é porque tem alimentado mais a sua carne, dando lugar as suas concupiscências, até o ponto de afastar-se do evangelho de Cristo. Por outro lado, o nascido de novo que alimenta o seu lado espiritual, através do jejum, da oração, da leitura da Palavra, louvando e adorando a Deus, permanece firme, e ainda que venha a pecar por descuido ou negligência, como disse o apóstolo João, tem um Advogado junto ao Pai: Jesus Cristo! Glória a Deus!
Bem, fico por aqui. Espero que tenha ajudado.
Fraternal abraço,
Régis de Oliveira.
P.S. Peço desculpas por me “atravesar” na conversa dos irmãos. Ao Pr. Marcelo, meu agradecimento pelo espaço que tão gentilmente me cede.
Olá, Marcelo.
ResponderExcluirEu acho sinceramente que toda esta controvérsia do pentecostalismo não passa de uma confusão de nomenclatura. Como você mostrou com a citação da página 19 da revista de EBD, até mesmo os próprios teólogos pentecostais se confundem.
Interessante que eu li uma vez no "Esboço de Teologia Sistemática" do A. B. Langston, teólogo batista notadamente tradicional, havia uma seção sobre algo que ele chamou de "estar cheio do Espírito Santo", e era algo que equivalia praticamente ao "Batismo com o Espírito Santo" pentecostal. O fato de usar a palavra "batismo" causa uma certa aversão dos ortodoxos. Mas como você mesmo disse, é fato que existe uma segunda experiência, um revestimento de poder que não é dado a todos os crentes, mas que deve ser buscado. Mas isso não quer dizer que as pessoas que não o possuem não têm o Espírito Santo. Talvez realmente apenas não estejam "cheias" dEle.
Abraços, Paz de Cristo.
Em mais desde os tempos dos apóstolos aos pais da igreja nunca ouvi-se algo como batismo do Espirito ou se o Espirito batiza alguém. A Funçao Dele é de consolador. Cristo é que realmente batiza. Só isso. O resto é doutrina de homens.
ResponderExcluirPr. Pode comentar sobre essa passagem de Atos?!!!
ResponderExcluir"E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.
E estes eram, ao todo, uns doze homens.
Atos 19:1-7"
Estou aguardando o comentário sobre a passagem acima citada.
ResponderExcluirOlá Marcelo, também gostaria de saber seu comentário sobre a passagem exposta pelo Alexandre em 27/12/11.Também gostaria de saber, o "falar em línguas estranhas" será sempre o primeiro sinal de Batismo no Espírito Santo, para quem é pentecostal? existem divergências a esse respeito no meio pentecostal? Sei que o senhor não é mais pentecostal mas, como durante muito tempo foi penso que poderia comentar. Obrigado, Deus te abençõe.
ResponderExcluirOlá,irmão Marcelo.
ResponderExcluirGostaria de lhe pedir,em nome de Jesus,que o amado respondesse aos questionamentos pontuados acima.
O tema pedi uma continuação.
Deus continue a abrir os teus olhos e iluminar os teus caminhos.
Abraços.
Leandro Lima