A Declaração de Jerusalém
Algumas pessoas tendem a associar Anglicanismo com apostasia espiritual e liberalismo teológico. Para muitos chega a ser contraditório que afirmemos confessar uma Teologia Reformada, ao mesmo tempo que confessamos fazer parte da Igreja Anglicana. No artigo de hoje quero convidar o leitor a ler a Declaração de Jerusalém, documento elaborado em defesa da ortodoxia cristã. Deus não está calado!
Caso você deseje uma Igreja Reformada que valoriza a história cristã e a atuação contemporânea do Espírito Santo, venha fazer parte desta família. E caso não haja uma Igreja anglicana em sua região saiba como proceder clicando aqui.
Caso você deseje uma Igreja Reformada que valoriza a história cristã e a atuação contemporânea do Espírito Santo, venha fazer parte desta família. E caso não haja uma Igreja anglicana em sua região saiba como proceder clicando aqui.
Preocupados em estabelecer fundamentos sobre os quais a igreja deve buscar a expansão do cristianismo, representantes anglicanos de todo o mundo firmaram princípios de ortodoxia na Declaração de Jerusalém. O documento busca apaziguar dissensões e estabelecer bases que permitam planejar a atuação cristã dentro da cultura global do século XXI. O reconhecimento do relacionamento homem e mulher como “o padrão imutável do casamento cristão”, a necessidade de cuidar da criação e a promoção da justiça social são algumas afirmações da Declaração. O texto foi elaborado pelos participantes da Conferência sobre o Futuro Global do Anglicanismo (Gafcon), nos dias 22 a 29 de junho de 2008, em Jerusalém.
Um dos focos da Conferência foi discutir a herança anglicana, suas bases e perspectivas para a missão de fazer discípulos em todas as nações. Os líderes que estiveram em Jerusalém decidiram ir além do evento e lançaram a Gafcon como uma fraternidade, que busca ampliar o movimento, especialmente para as igrejas do hemisfério Sul. Uma das preocupações da liderança é responder aos desafios para o evangelho na cultura da sociedade atual. A Conferência de Jerusalém também discutiu questões internas, como a secularização da igreja, especialmente nos países mais desenvolvidos economicamente. A Declaração foi elaborada com a perspectiva de que é necessário que os cristãos unam forças para chegar aos povos não-alcançados e para restaurar o “cristianismo autêntico”. Confira a íntegra do documento.
A Declaração de Jerusalém
“Em nome de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo:
“Nós, os participantes na Conferência sobre o Futuro Global do Anglicanismo, nos reunimos na terra do nascimento de Jesus. Expressamos nossa lealdade como discípulos do Rei dos reis, o Senhor Jesus. Prazerosamente, abraçamos a sua ordem de proclamar a realidade do seu Reino, que foi primeiramente anunciado nessa terra. O Evangelho do reino é a boa nova de salvação, libertação e transformação para todos. À luz do que acima afirmamos, concordamos em elaborar conjuntamente um caminho para o futuro, que promova e proteja o Evangelho bíblico e a missão para o mundo, solenemente declarando os seguintes princípios de ortodoxia que fundamentam a nossa identidade anglicana:
1. Regozijamo-nos no Evangelho de Deus através do qual temos sido salvos pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, pelo poder do Espírito Santo. Porque Deus nos amou primeiro, nós amamos, e, como crentes, evidenciamos frutos do amor, arrependimento, viva esperança e gratidão a Deus em todas as coisas;
2. Cremos que as Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são a Palavra de Deus escrita, e contém todas as coisas necessárias para a salvação. A Bíblia é para ser traduzida, lida, pregada, ensinada e obedecida em seu sentido pleno e canônico, levando em conta a leitura histórica e consensual da Igreja;
3. Afirmamos os quatro Concílios Ecumênicos e os três Credos Históricos, como expressando a regra de fé da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica;
4. Afirmamos os Trinta e Nove Artigos de Religião como contendo a verdadeira doutrina da Igreja, de acordo com a Palavra de Deus, e como autoritativa para os anglicanos hoje;
5. Prazerosamente, proclamamos e nos submetemos ao senhorio único e universal do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o único Salvador da humanidade do pecado, do juízo e do inferno, que viveu a vida que nós não podemos viver, e que morreu a morte que nós merecíamos. Por sua morte redentora e gloriosa ressurreição, Ele assegurou a redenção a todos que a Ele se chegam em arrependimento e fé;
6. Regozijamo-nos em nossa herança sacramental e litúrgica como uma expressão do Evangelho, e afirmamos o Livro de Oração Comum de 1662 como um padrão verdadeiro e autoritativo de adoração e oração, a ser traduzido e localmente adaptado para cada cultura;
7. Reconhecemos que Deus tem chamado e outorgado dons aos Bispos, Presbíteros e Diáconos em sucessão histórica, para equipar todo o povo de Deus para o seu ministério no mundo. Afirmamos o clássico Ordinal Anglicano como um padrão autoritativo para as Ordens clericais;
8. Reconhecemos a criação por Deus da humanidade como macho e fêmea, e o padrão imutável do casamento cristão entre homem e mulher como o lugar apropriado para a intimidade sexual e a base da família. Arrependemo-nos por nossas falhas em manter esse padrão, e conclamamos uma renovação do compromisso de fidelidade duradoura no casamento e de abstinência para os em celibato;
9. Alegremente aceitamos a Grande Comissão do Senhor ressuscitado de fazer discípulos de todas as nações, de buscar aqueles que não conhecem a Cristo, e batizar, ensinar e conduzir os novos crentes à maturidade;
10. Estamos conscientes de nossa responsabilidade de sermos bons mordomos da criação de Deus, de sustentar e advogar justiça na sociedade, e de buscar alívio e empoderamento para os pobres e necessitados;
11. Comprometemo-nos com a unidade de todos aqueles que conhecem e amam a Cristo, e a construirmos autênticos relacionamentos ecumênicos. Reconhecemos as Ordens e Jurisdições daqueles anglicanos que sustentam a fé e a prática ortodoxas, e os encorajamos a se unir a nós nessa Declaração;
12. Celebramos a diversidade dada por Deus entre nós, a qual enriquece a nossa fraternidade global e reconhecemos a liberdade em assuntos secundários. Comprometemo-nos em trabalhar juntos para buscar a mente de Cristo sobre temas que nos dividem;
13. Rejeitamos a autoridade daquelas igrejas e líderes que têm negado a fé ortodoxa por palavras e atos. Oramos por eles, e os chamamos ao arrependimento e ao retorno ao Senhor;
14. Regozijam-nos com a perspectiva do retorno de Jesus em glória, e enquanto esperamos esse evento final da História, nós o louvamos pela maneira como Ele edificou a Igreja através do Espírito Santo, pela mudança miraculosa de vidas.”
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