Entrevistando Calvino: O valor da clareza doutrinária!


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Por Marcelo Lemos

1. Recentemente um pastor brasileiro causou polêmica ao dizer, em vídeo, que a Segunda Vinda era um “horizonte utópico”. Na teologia de Moltmman, autor da expressão, implica em se negar a literalidade da Segunda Vinda, e também na afirmação no Universalismo (Veja Aqui). O pastor brasileiro se manifestou agora desfazendo o mal entendido sobre sua própria crença – e muitos acham que os críticos exageram ao questionar o referido pastor. Que você diria sobre isso? É errado que a Igreja exija clareza doutrinária?

Os Pais Antigos, preocupados com os ataques das falsas doutrinas, se viram obrigados a explicar com grande precisão o que criam, a fim de não deixar brecha alguma por onde os ímpios pudessem escapar. Para os ímpios qualquer obscuridade de palavras lhes serve de esconderijo onde podem ocultar seus erros.

2. O irmão poderia explicar? Posto que muitos imaginam que os Pais foram muito severos, não apenas brigando por causa de uma simples palavra, como também introduzindo aquela simples palavra que até então era inédita na Teologia – e não só ela, a acusação as vezes se estende ao próprio Termo Trindade.

Confessava Ário que Cristo era Deus e Filho de Deus, pois não podia contradizer os claríssimos testemunhos das Escrituras, e como alguém que cumpria seu dever, aparentava crer como os demais. No entanto, não deixava de dizer que Cristo era criatura e que tivera principio como qualquer outra. Os Pais, para esclarecer esta maliciosa dissimulação, foram além, dizendo que Cristo era Filho Eterno do Pai e consubstancial com o Pai. Assim se revelou a impiedade dos Arianos, que começaram a aborrecer e odiar esta palavra, “homousios”, que quer dizer consubstancial.

3. Ou seja, os Pais perceberam que eles estavam sendo dissimulados, e resolveram ir mais fundo? Assim, exigindo uma definição clara do que realmente os arianos defendiam, puderam revelar a heresia escondida por trás de uma palavreado aparentemente ortodoxo?

Se ao princípio tivessem confessado sinceramente e de coração que Cristo é Deus, jamais negariam que Cristo é consubstancial com o Pai. Quem ser atreverá a acusar aqueles Santos varões, os Pais, de amigos de controvérsias e dissenções, posto que por uma simples palavra avivavam os ânimos para a batalha a ponto de perturbar a paz na Igreja? Na verdade, aquela simples palavra dava a conhecer quais eram os verdadeiros cristãos e quem eram os hereges.

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4, Essa necessidade se repete na Igreja?

Depois surgiu Sabélio, que quase não dava importância as palavras Pai, Filho e Espírito Santo, e dizia que estes nomes não traziam distinção alguma de pessoas, tratando-se apenas de títulos diversos para Deus, como muitos também dizem (Nota: Hoje, organizações como “Voz da Verdade”, ensinam a mesma heresia “unicista”).

5. Este também tentava se esconder sob um aparente manto de ortodoxia?

 Se alguém disputava com ele, afirmava crer que o Pai era Deus, que o Filho era Deus e que o Espírito Santo também era Deus. Porém, logo revelava ter algo muito distinto em mente: que o Pai é o Filho, e o Filho é o Espírito Santo, sem distinção alguma de pessoas.

6. Qual a reação dos apologistas da época?

Aqueles que então eram bons mestres e amavam de coração a piedade, para vencer a malicia deste homem, lhe contradiziam dizendo que se deve confessar que em Um Só Deus existem três personalidades distintas, afirmando, segundo a Verdade clara e simples, que há em Um Só Deus, ou em uma Única Essência Divina, uma Trindade de Pessoas.


Adaptado das Institutas de Calvino, Edições Felire. 



2 comentários :

  1. É meu amigo, em tempos onde a doutrina tem sido desprezada nos arraiais gospel, se faz necessário um posicionamento claro e profundo a respeito das escrituras. Sem dúvida calvino é um grande expoente deste movimento da importância da palavra de Deus.

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  2. Caro Marcelo.

    Postei dois artigos lá e acho que você vai gostar. rsrs. Sobre a marcha, acho a iniciativa muito boa. Precisamos da marcha da ética e não das palmilhas de Jesus.

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