O Relativismo Moral do Mundo!



O Relativismo Moral do Mundo

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Marcelo Lemos

Texto escrito originalmente para a Revista ‘Examinai!’, um, publicação da Casa Publicadora Pentecostal; destinada a Escola Dominical. 


No trimestre anterior, nós estudamos a cerca da doutrina da Salvação e, conhecemos e relembramos, verdades maravilhosas concernentes ao maravilhoso presente que nos foi dado por Deus, que é a vida eterna. Devemos começar este novo trimestre, com aquelas verdades sobre a salvação bem vívidas em nossa mente. Agora, Deus nos convida a vivermos de forma digna da vocação com a qual fomos chamados.


O tema central deste trimestre serão as Cartas as Sete Igrejas da Ásia. Cada uma daquelas Igrejas fazia parte do Corpo de Cristo; eram o povo eleito e salvo pela Graça de Deus! Todas elas haviam experimentado o dom da salvação em Cristo Jesus.

No entanto, elas estavam em mundo repleto de desafios e perigos espirituais. O Senhor Jesus contemplou os problemas que cada Igreja enfrentava no seu dia a dia e, bondosamente, lhes envia conselhos capazes de lhes ajudar a vencer o dia mau.

Nos nossos dias, o quadro não é diferente: também estamos cercados por desafios e perigos que ameaçam a integridade da nossa fé. Mas assim, a semelhança das Sete Igrejas, nós também temos a Palavra de Deus, que é capaz de nos dar diretrizes pelas quais podemos nos conformar a vontade de Deus para o nosso viver.

I – O DESENVOLVIMENTO HUMANO DE ROMA 

Às vezes nós nos portamos de forma excessivamente romântica quando pensamos nos cristãos do primeiro século. Realmente, eles foram grandes cristãos, grandes pregadores e missionários. Também é verdade que espiritualmente, em muitos aspectos, eles podem ter estado a nossa frente. No entanto, é precipitado dizer que eles pertenciam a uma Igreja perfeita.

Não é incomum ouvirmos pessoas dizerem que gostariam de ter vivido no tempo da Igreja Primitiva. De fato, tal experiência deve ter sido inigualável; afinal, quem não gostaria de ter estado frente a frente com Cristo ou com os apóstolos e mártires? Porém, não podemos nos esquecer que aqueles cristãos não viviam em uma época perfeita; muito menos, numa época favorável ao cristianismo. Se alguém teve que abandonar tudo por amor de Cristo, este alguém foi a Igreja Primitiva.

Eles viviam em Roma – o império mais poderoso e mais desenvolvido que o mundo já havia conhecido. Na verdade, muitas realizações de Roma (como na arquitetura) ainda assombram o homem moderno! Mas, apesar de todo o desenvolvimento humano do Império Romano, a vida dos cristãos não tinha nada de tranqüila.

O mundo romano se sentia protegido e próspero, de maneira que pouco ou nenhum interesse tinha para a mensagem dos cristãos, que eram minoria e majoritariamente de classes sociais inferiores.

O desenvolvimento humano é bom e desejável, mas, infelizmente, tanto naqueles dias quanto nos dias de hoje, ele tem sido a causa da cegueira espiritual da humanidade. O homem ao se sentir seguro e próspero, tende a se esquecer de que tudo que ele tem provem do Senhor e que por mais que ele conquiste, ainda será um eterno dependente da Graça Salvadora de Jesus Cristo!

O mundo romano não estava disposto a ouvir ou facilitar a vida dos cristãos, e o mundo de hoje? Qual a sua opinião?

II – O RELATIVISMO MORAL DE ROMA 

O Império Romano era um verdadeiro poço de relativismo moral. Havia no Império, um forte sentimento de rejeição a toda e qualquer verdade absoluta, exceto aquelas que lhes eram convenientes.

Um bom exemplo de tal relatividade moral pode ser visto nas cerimônias religiosas que eram realizadas nos templos. Na maioria esmagadora deles, os “deuses” exigiam que o fiel praticasse relações sexuais ilícitas com as sacerdotisas do templo, ou mesmo com outros homens. Assim, para eles, praticar coisas como a prostituição e o homossexualismo, era algo perfeitamente aceitável e até desejável, uma vez que tais coisas supostamente aplacavam, segundo criam, a ira dos “deuses”.

Tal relativismo moral parece que exerceu forte influência no coração de alguns cristãos. Na igreja de Tiatira, por exemplo, havia uma pessoa que tentava convencer os cristãos de que Deus não lhes repreenderia por praticarem tais coisas, seguindo o costume de seus compatriotas. Isto nada mais era do que uma forma “cristianizada” de relativismo moral!

A Igreja, meus queridos, não existe isoladamente no mundo, ela faz parte de uma sociedade. É ilusão fechar os olhos para os desafios e perigos espirituais que nos cercam! Tal atitude só facilitará ainda mais o trabalho de nosso Adversário! Precisamos identificar tais perigos e nos revestirmos de toda a armadura de Deus, a fim de combatê-los! 

III – O RELATIVISMO MORAL DE NOSSOS DIAS 

O verdadeiro cristão possui uma firme convicção de que existe um padrão de moralidade a ser buscado. Tal sentimento está diretamente relacionado à aceitação do fato de que existe um Deus Soberano e Santo. Este sentimento, também está arraigado no reconhecimento da inestimável obra de Salvação operada em sua vida, o qual nos conduz a uma vida de gratidão e conformidade à vontade de seu Senhor e Salvador.

O relativismo moral do Império Romano tinha sua raiz na própria religiosidade da época. E não podia ser diferente, uma vez que os próprios “deuses” dos romanos eram imorais.

O homem moderno aparentemente rejeitou, a muito tempo, a idéia de que aqueles “deuses” fossem reais; no entanto, eles vivem de uma forma que parece indicar que ainda os seguem, exatamente como faziam os romanos!

Hoje, a humanidade possuir também novos “deuses”, tão perversos e imorais quanto os “deuses” de Roma. Sendo que o mais poderoso “deus” do Panteão Moderno é o próprio homem. Uma adoração egocêntrica - que promete ao homem a liberdade - mas que no fim, o conduzirá a escravidão! O escritor Júlio Minham, em seu livro “As Maravilhas da Ciência” faz o seguinte comentário: “…Outro dos perigosos paradoxos que enfrentamos é a religiosidade que todos dizem possuir e, ao mesmo tempo, a falta de reverência, já não diremos amor, para com Deus. A todos os outros males, a raça humana aumenta este — o de rejeitar a Deus e adorar-se a si mesma. A adoração do homem é a culpada de que tenham medrado e venham a medrar ainda as ideologias totalitárias que tanto mal têm feito e nos farão ainda. Por esse antropoteísmo nasceram os ditadores e é por ele que o comunismo se imporá. A deificação do ‘leader’ é mais outro sinal do tempo solene em que vivemos!…”. 

Hoje, vivemos em uma sociedade formada majoritariamente por ateus: os ateus teóricos e os ateus práticos. Os teóricos são aqueles que formulam as mais estapafúrdias idéias e teorias, numa tentativa desesperada para negar a existência de Deus; já os ateus práticos são aqueles que apesar de dizerem crer em Deus, vivem de uma forma como se Deus não existisse!

Qual a conseqüência disso tudo? O Dr. Caramuru Afonso responde: “A partir do momento que se nega a existência de Deus (o ateísmo), não há quem determine o que é certo e o que é errado, não existem valores absolutos, não há no que se apegar com relação ao que seja certo e ao que seja errado. Esta postura traz grandes dificuldades para a própria convivência entre as pessoas, como se verificou, aliás, nos regimes comunistas do século XX, que adotaram, dentro da filosofia marxista-leninista, o ateísmo como característica da organização de suas sociedades. A negação de Deus gera a negação do padrão de moralidade estabelecido por Deus e, em virtude disso, não há mais qualquer norte, qualquer referência entre o que seja certo e o que seja errado, criando-se um vazio que prejudica grandemente a própria convivência entre os homens, já que não é possível o estabelecimento de uma sociedade em que não existam tais parâmetros!”. 

IV – A DITADURA DO RELATIVISMO MORAL 

Tanto a Igreja do Primeiro século quanto a Igreja de nossos dias, enfrenta grandes dificuldades por causa deste relativismo moral que reina a sua volta. As causas destas dificuldades podem ser divididas em:

1 – A Sedução do Relativismo Moral. Algumas pessoas podem ser fortemente atraídas pelo relativismo moral predominante no mundo, inclusive pessoas que fazem parte da Igreja. De fato, o relativismo moral se apresenta a nós como algo extremamente sedutor. E isso afeta a Igreja: enquanto em nossos púlpitos somos informados sobre os padrões da Lei de Deus, em nossas escolas, empregos ou ainda diante da TV, somos bombardeados com a enganosa – mas convincente – propaganda dos “benefícios” do relativismo moral.

Não é a toa, que para muitos cristãos, é considerado ultrapassado se mostrar contra: sexo antes do casamento, aborto, divórcio, homossexualismo, dentre outras.

2 – A Ditadura do Relativismo Moral. Mesmo quando a Igreja resiste aos fortes apelos do relativismo moral, ela permanece sob constante ameaça. Ocorre que o relativismo moral é um ditador implacável. Ele só é relativismo com aqueles valores que lhe serve para alguma coisa; mas quando ele é contrariado, ele se torna absoluto e ditador.

Assim, o relativismo moral não aceita oposição. A Igreja se mantém firme contra o homossexualismo? Então, ele lutará até o dia que conseguir aprovar leis que proíbam qualquer comentário que condene a imoralidade desta prática! Não podemos nos iludir quanto a isso: o relativismo nunca desistirá!

A Igreja do primeiro século se viu diante de algo semelhante. Ela era perseguida por não aceitar os padrões de vida que os romanos levavam. Os cristãos eram os diferentes, os “do contra”, e por isso eram ferozmente perseguidos. 

CONCLUSÃO 

Quando Jesus ordenou que João entregasse a cada uma das Sete Igrejas, Ele estava profundamente preocupado com os perigos morais que as estavam ameaçando e, em algumas delas, as subjugando.

Os desafios morais e éticos não são menos perigosos em nossos dias. Na verdade, a medida que o Reino de Deus avança e ameaça antigos domínios do Inimigo, é de se esperar que eles se agravem a cada dia. Mas nós temos a Palavra de Cristo em nossas mãos; o que nos torna capacitados a vencermos, basta que não a deixemos sair de nossas mentes e corações.

Você está preparado para responder aos desafios do relativismo moral?

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