Pentecoste - O Fogo Que Não Se Apaga!

PENTECOSTE

O Fogo Que Não Se Apaga


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Hernandes Dias Lopes


Dois obstáculos se interpõem no caminho de um genuíno despertamento espiritual: o primeiro é a experiência mística, à parte da Bíblia, como normatização de vida; o segundo é a erudição teoló­gica sem a unção do Espírito Santo e sem piedade.

Muitos hoje correm atrás de experiências, prodígios e sinais. Buscam um calmante, um anestésico que alivie suas tensões do ago­ra. Comunidades inteiras são submetidas a catarses e extrojeções, em cultos de arrebatamento emocional, nos quais as pessoas decolam nas asas do histerismo coletivo e escapista e viajam pelos continentes da ignorância. Alguns até consultam a Bíblia, mas de forma equivo­cada, pois não contextualizam sua mensagem, não aplicam a exegese nem a estudam sob as leis da hermenêutica sagrada. Abrem-na a esmo, consultam-na como se fosse um livro mágico. Outros acham que a Bíblia tem poder exorcizante. Colocam-na aberta no Salmo 91, na cabeceira da cama, para espantar os maus espíritos e proteger o lar dos aleivosos perigos. Usam a Bíblia, mas não retêm a sua mensa­gem. Carregam a Bíblia, mas não discernem a voz de Deus. Escutam o som ruidoso que brota do coração, mas não ouvem a voz de Deus que emana da sua Palavra.

Outros, porém, examinam as Escrituras com os óculos do racionalismo, com as lentes da teologia liberal, e fazem uma leitura equivocada da Palavra de Deus. O liberalismo tem matado muitas igrejas. Onde ele chega, a igreja morre. Onde os homens tratam a Bíblia com descaso, negando sua inerrância e infalibilidade, a igreja estiola-se e perde seu vigor.

Neste tempo de confusão, apostasia e sincretismo, é preciso trabalhar de forma árdua para resgatar a centralidade da Bíblia. É preciso zelar pela erudição bíblica, sem deixar a piedade de lado. E preciso repudiar o fanatismo e o emocionalismo histérico, sem dei­xar de resistir de igual modo ao teologismo estéril. Esses dois extre­mos, embora façam muito barulho, não produzem resultados que dignificam o nome de Deus. São trovões sem chuva, folhas sem frutos, aparência sem realidade, entraves ao verdadeiro despertamento espiritual.

A igreja cristã precisa urgentemente de uma restauração. Ela não está causando impacto na sociedade. A igreja está perdendo sua autoridade. O que fazer? No final do século XVII e início do século XVIII, a igreja começou a sentir que estava perdendo sua autoridade. Decidiu então inaugurar uma nova série de preleções, com o objetivo de defender a fé cristã e produzir um sistema de argumentação e apologética na defesa da fé. Mas não foram as preleções de Boyle nem as obras de Butler que restabeleceram a posição da igreja e restauraram sua antiga autoridade; foi através do derramamento do Es­pírito Santo na vida de George Whitefield e John Wesley na Inglater­ra e de Jonathan Edwards na Nova Inglaterra. Um poderoso aviva-mento varreu a Inglaterra, arrancando dos escombros uma igreja sem vida. O que as preleções não puderam fazer, o Espírito Santo fez, usando homens cheios da Palavra e do Espírito Santo.

No início do século XIX a igreja sentiu mais uma vez a perda do poder. O que fazer? Conferiram mais autoridade ao pregador. Afas­taram-no das pessoas. Investiram-no de uma aura de autoridade. O pregador devia vestir-se de maneira diferente. Alçaram-no a um lu­gar mais elevado, o altar. Assim as pessoas o escutariam. Mas a mu­dança só veio quando o avivamento eclodiu na América em 1857 e no País de Gales em 1859. Foi Deus intervindo com o seu Espírito, e não as tentativas dos homens, que reergueram a igreja. Nesse tempo, os pregadores não mudaram suas mensagens, mas as mensagens mudaram o mundo. Seus sermões eram os mesmos, mas estavam vaza­dos pela unção do Espírito Santo e, por isso, milhares de vidas foram salvas. A igreja foi então sacudida, crentes foram despertados, peca­dos escondidos foram confessados e abandonados, vidas cativas fo­ram libertas, bares e lupanares foram fechados, cassinos tiveram as portas cerradas, enquanto abriram-se igrejas, o amor por Deus reacendeu nos corações, a avidez pelo estudo da Bíblia revigorou os crentes, doce e profunda comunhão estreitou os laços entre os filhos de Deus, e a igreja apática e sem poder tornou-se gigante, valorosa e impactante.

Não se pode fazer um avivamento. Ele é obra do céu. É obra do Espírito Santo.

Neste livro vamos estudar sobre o Pentecoste, sobre o derramamento do Espírito, suas causas, seu conteúdo, seus resulta­dos. Estou certo de que Deus quer incendiar o seu coração com o fogo do Espírito. Espero que as páginas que se seguem sejam combustível para acender e alimentar essas labaredas em sua vida!

Extraído do livro ‘Pentecoste, o Fogo Que Não Se Apaga’; Hernandes Dias Lopes, Editora Candeia.

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