Como matar dois hereges com uma martelada só...
Como matar dois hereges com uma martelada só...
Por Marcelo Lemos
εν αρχη ην ο λογος και ο λογος ην προς τον θεον και θεος ην ο λογος
(João
1.1)
Não
parece ser politicamente correto sair por ai chamando este ou aquele
cidadão de herege, afinal, os tempos mudaram e, hoje, achar que se
conhece a verdade parece ser, para muitos, a maior de todas as
heresias. Não obstante, falaremos sobre duas heresias muito comuns,
sendo que uma delas, (pasmem!), é apregoada por pessoas que tem
livre transito em Igrejas que condenam sua teologia.
A
primeira heresia que tenho em mente é o Arianismo, doutrina que nega
que Jesus Cristo seja Deus Verdadeiro, dando a Ele, no máximo, algum
grau inferior de divindade. A segunda heresia, bem mais perigosa, é
o modalismo que, de tão bem dissimulada, permite que grupos de adoração como ‘Voz
da Verdade’,
e outros, transitem livremente por igrejas evangélicas em todo o
país.
Se
o arianismo, como o das ditas ‘Testemunhas
e Jeová’,
nega a Divindade de Jesus Cristo, o modalismo, por sua vez, nega a
Doutrina da Trindade, alegando que Jesus e o Pai são a mesma pessoa,
usando nomes diferentes. Jesus e o Pai, segundo dizem, é uma mesma
pessoa, e não ‘são
um’ único Deus,
como ensina a Bíblia. Por isso, o modalismo é conhecido também
como Unicismo.
O
arianismo recebe este nome de Ário, um bispo que foi o primeiro que
tentou introduzir tal heresia no seio da Igreja. Aqueles que
abraçaram sua teologia ficaram conhecidos como ‘arianos’. Já a
doutrina modalista é
também conhecida como sabelianismo,
isso porque Sabélio foi
o primeiro a defendê-la.
Os
outros dois termos usados para designá-la também são facilmente
explicáveis. Chama-se ‘modalismo’ por afirmar que ‘Pai’,
‘Filho’ e ‘Espírito Santo’, são apenas modos diferentes de
uma mesma pessoa se manifestar ao longo da história da humanidade:
no Antigo Testamento, Deus se manifestou no ‘modo’ Pai; nos
Evangelhos o fez no ‘modo’ Filho, e na Igreja se faz presente no
‘modo’ Espírito Santo. Em outras palavras, trata-se de uma ÚNICA
PESSOA, com nomes diferentes. E por defender a idéia de uma ÚNICA
PESSOA, usando nomes distintos, a teoria é também chamada
de unicismo.
No
artigo de hoje, pretendemos mostrar ao leitor como o texto citado na
abertura serve para demolir os argumentos mais elementares destas
duas heresias. Argumentos elementares que sumariamos a seguir:
-
“Jesus
não é Deus, mas apenas um deus, ou ser divino” (Arianos)
-
“Jesus
e o Pai são a mesma pessoa, usando nomes diferentes” (Unicistas)
Como
o texto de João 1.1 pode destruir completamente estes dois
argumentos? É o que veremos agora.
I
DEMOLINDO
A HERESIA ARIANA
“Jesus
não é Deus, mas apenas um deus, ou ser divino”.
Se
o leitor tiver em mãos uma tradução confiável, recomendo a
Corrigida Fiel(1),
não se terá qualquer dúvida quanto à falsidade da afirmação
acima, pois as Escrituras ensinam justamente o oposto:
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” -João
1.1
Não
podendo fugir deste fato, mesmo que se valesse da maioria das
traduções existentes (2),
grupos como as ‘Testemunhas de Jeová’ apressam-se a apresentar
uma tradução alternativa, e supostamente mais fiel (3),
para esteversículo-chave do
Novo Testamento. A ‘tradução alternativa’ que apresentam para
as palavras inspiradas de S. João fica assim:
“...
e o Verbo era [um] deus” – João 1.1; Tradução Novo Mundo;
Torre de Vigia.
Até
o leitor mais desatendo perceberá três coisas “estranhas” na
tradução que acabamos de citar: primeiro, os tradutores
acrescentaram o artigo indefinido (‘um’),
que não aparece em nenhuma outra tradução confiável que dispomos;
segundo, os tradutores acrescentaram este artigo indefinido, ‘um’,
dentro de um parêntesis, ‘[]’;
e em terceiro lugar, eles grafaram o termo ‘deus’ em letras
minúsculas.
A
acréscimo do artigo indefinido antes de “Deus” causa estranheza,
pois é completamente desconhecida pela maioria esmagadora dos
tradutores. Isso acontece pelo simples fato de que o artigo
indefinido não tem lugar na tradução deste versículo bíblico,
como veremos daqui a pouco.
Além
disso, observamos que o artigo indefinido encontra-se tão ausente
deste versículo, que a própria comissão de tradutores da Torre de
Vigia, tiveram o ‘cuidado’ de acrescentá-lo entre parêntesis. O
uso de parêntesis ocorre sempre que o tradutor pretende demonstrar
que este ou aquele termo não se encontra, de fato, no texto que está
traduzindo!
É
devido a todos estes preconceitos que seus tradutores trazem consigo,
que a Tradução
Novo Mundo,
publicada pela Torre de Vigia, grafa “Deus” em letras minúsculas,
com a clara intenção de negar a divindade de Jesus.
Em
sua defesa a Torre de Vigia se vale dos seguintes argumentos:
-
"pela
ausência do artigo definido ‘o’ (hó),
isso significa que Cristo é apenas um deus, e não o Deus"
(Revista Torre
de Vigia,
7 de dezembro de 1995, pág.4).
-
“[João]
não está dizendo que a Palavra (Jesus) era como o Deus com quem
Ele estava mas, antes, que a Palavra era semelhante a um deus,
divina, um deus" (Reasoning
from the Scriptures,
1989, pág.212).
Seria
verdade que por não haver o artigo definido (‘o’) antes do termo
Theos (Deus), significa que devemos traduzir o versículo como “um
Deus” e não como “era Deus”?
O
primeiro passo para responder esta questão é darmos uma olhada no
próprio texto original, em
grego: εν αρχη ην ο λογος και ο λογος ηνπρος τον θεον και θεος ην ο λογος.
εν αρχη ην ο λογος
en
arché
en ho logos
em,o
principio existia,era
o,a verbo,palavra
και ο λογος ην προς τον θεον
kai
ho logos
en pros
to Theos
e,também
o,a verbo,
palavra existia, era com,
junto a a,o Deus
και θεος ην ο λογος.
kai
Theos en ho
logos.
e,
também Deus existia,
era o, a
verbo, palavra.
Numa
tradução literal nos temos:
“No
princípio o Verbo existia, e o Verbo existia junto a Deus, e Deus
era o Verbo”.
A
primeira coisa que observamos aqui é quem no grego a ordem das
palavras do ultimo período está invertido. Em português lemos em
qualquer tradução que se preze: “E
o Verbo era Deus”;
enquanto que em grego temos:
“E
Deus era o Verbo”.
Se lermos com atenção, perceberemos que as duas traduções dizem a
mesma coisa. O leitor atento irá notar que o sujeito do
versículo é o “Verbo” e que “Deus” é o seu
predicado.
Em outras palavras, o
assunto do
versículo é o Verbo, ou seja, o
que e quem é
o Verbo. Já o que se diz em acréscimo é o ‘predicado’ do
sujeito, ou seja,
o que se afirma dele.
E isso justifica “E
o Verbo era Deus” como
tradução correta para o português.
Simplificando:
o que diz este versículo a respeito do Verbo?
-
Que
o Verbo é eterno: ‘no
principio existia’;
-
Que
o Verbo é distinto do Pai: ‘existia
junto a Deus’;
-
Que
o Verbo é igual ao Pai: O Verbo ‘Deus
era...’.
E
quanto à possibilidade de se acrescentar o artigo indefinido antes
de Deus, na parte final do versículo? Ouçamos o testemunho
autorizado do doutor Julios R. Mantey, citado por Raimundo de
Oliveira, no livro ‘Seitas
e Heresias’ (CPAD):
"A Manual
Grammar of the Greek New Testament, do
qual sou co-autor, é citado pelos tradutores do apêndice da
Tradução do Reino, Interlinear, das Escrituras Gregas. Eles
citaram-me fora do contexto. Apuradas pesquisas descobriram
ultimamente abun dante e convincente evidência de que a tradução
de João 1.1 por 'deus era a Palavra' ou 'a Palavra era um deus' não
tem qualquer apoio gramatical."
Com
efeito, em diversas publicações da Torre de Vigia, é possível
encontrar diversas citações com as quais pretendem demonstrar que
sua tradução está correta, e apoiada por inúmeros especialistas
em grego. Porém, o que pouca gente sabe é que eles utilizam-se de
citações por ‘elipse’, i.e., fora do contexto e, claro,
tendenciosa. No exemplo acima encontramos um abalizado gramático em
grego que denuncia a Torre de Vigia por tamanha demonstração de
desonestidade intelectual.
O
mesmo doutor Mantey, ainda citado por Raimundo de Oliveira, escreveu
em 11 de Julho de 1974 a seguinte carta, que enviou a sede da Torre
de Vigia, em Nova York:
"Não
existe qualquer afirmação na nossa gra mática que alguma vez
quisesse implicar que 'um deus' era a tra dução admissível em João
1.1... Não revela erudição, nem mesmo é razoável traduzir João
1.1 por 'a Palavra era um deus'. A ordem das palavras tornou obsoleta
e incorreta tal tradução. A vossa cita ção da regra de Colwell é
inadequada, porque indica apenas parte das suas conclusões... Ambos
os eruditos escreveram que, quando pretendiam dar a idéia
indefinida, os escritores dos Evangelhos colocavam regularmente o
nome predicativo depois do verbo, e tanto Colwell como Harner
afirmaram que Theos, em
João 1.1, não é indefinido e não deve ser traduzido por 'um deus.
Os escri tores da Torre de Vigia parecem ser os únicos a advogar tal
tradu ção agora. A evidência contra eles parece de 99%”.
Depois
de constatar estes chocantes fatos, a respeito da desonestidade
intelectual da direção da seita, o doutor Mantey faz duas
exigências contundentes:
(I)"Em
vista dos fatos precedentes, principalmente por me terdes citado fora
do contexto, peço-vos por meio desta que não volteis a citar
A Manual
Grammar ofthe Greek New Testament, como
fazeis há 24 anos. Peço ainda que, de agora em diante, não me
citeis, nem a mim nem a esta obra, em qualquer das vossas
publicações”.
(II)"Também,
que pública e imediatamente apresenteis desculpas na revista Torre
de Vigia, uma vez que as minhas palavras não tiveram nenhuma
relevância no que toca à ausência do artigo an tes de Theos, em
João 1.1".
Constantemente,
as publicações da Torre de Vigia, acusam os protestantes de serem
politeístas por acreditarem na Doutrina da Trindade. Segundo a
seita, quando afirmamos que “na
unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substancia, poder
e eternidade” (4),
estamos acreditando em ‘três deuses’ e, portanto, cometemos o
pecado de politeísmo, tão abertamente condenado nas Escrituras,
inclusive no Decálogo: “Não
terás outros deuses diante de mim” (Exo.
20.3).
O
absurdo da situação é que o Credo trinitariano jamais
confessa haver três deuses, antes, afirma existir um único Deus,
que existe eternamente em três pessoas distintas. Já as
‘Testemunhas de Jeová’, ao negarem que Jesus seja Deus, e ao lhe
dar apenas o status de ‘um deus’, está abertamente abraçando
uma fé politeísta. Por exemplo, ao conversar sobre o assunto com um
seguidor da seita, faça o teste na próxima visita que lhe fizerem,
você ouvirá: “Jeová é o Deus Todo-Poderoso; mas, Jesus, é
apenas um
deus poderoso”.
Ora, se as Testemunhas de Jeová levam tais coisas a sério, então
o politeísmoé
a base de sua fé.
Quando
João diz que o Verbo existia “com Deus”, ou “junto a Deus”,
ele demonstra que o Verbo é um ser distinto do ser do Pai; mas
então, ao finalizar o versículo, ele acrescenta que o Verbo “é
Deus”; ou seja, não se trata de um ser inferior ao Pai, em
qualquer sentido que se pretenda analisar a questão. Aqui não cabe
nem mesmo o argumento de que Jesus se apresentava, em seu ministério,
como sendo dependente do Pai, pois João
1.1 fala
do Verboantes da
Encarnação.
No
mais, alegra-nos saber que toda a Bíblia testifica a Divindade de
Nosso Senhor Jesus Cristo:
“Dos
quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é
sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” – Romanos
9.5.
“Mas,
do Filho, diz: Oh, Deus! O teu trono subsiste pelos séculos dos
séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino!” – Hebreus
1.8.
“E
sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para
conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto
é, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida
eterna!” – I
João 5.20; dentre
tantos outros textos semelhantes.
II
DEMOLINDO
A HERESIA UNICISTA
Na
seção anterior já se fizeram presente os fatos que, neste
versículo analisado, impossibilita a tese unicista. Como elo de
ligação, as duas teses pretendem negar a doutrina da Trindade. A
primeira tenta fazê-lo diminuindo a divindade de Jesus, mas não
nega que Cristo seja uma pessoa distinta do Pai. O Unicismo, por sua
vez, nega a doutrina da Trindade alegando que “Jesus” e o “Pai”,
bem como o “Espírito Santo”, seja uma Única Pessoa, que se
vale, em contextos distintos, de nomes diferentes – conforme já
explicamos na introdução deste artigo.
Em
primeiro lugar, é impossível pensarmos na tese unicista sem sermos
tomados por aquela sensação de que o Novo Testamento está tentando
nos enganar; ou seja, caso a tese unicista esteja correta, a
impressão que fica é que os escritores apostólicos fizeram de tudo
para nos fazer acreditar o
contrário (5)!
Isso, porque a Bíblia constantemente se vale de expressões que
carregam a idéia de pluralidade de pessoas na Divindade: ora o Pai
testifica do Filho como um ser distinto de Si (Mateus 3.17), ora o
Filho testifica a respeito do Pai (João 14.12).
Para
complicar ainda mais, o Filho ainda dá claro testemunho do Espírito
Santo, como sendo ‘outro’ Consolador, ou Paracleto –
demonstrando, uma clara distinção de pessoas, e de demonstração
da personalidade do Espírito prometido (João 14.16-17). Comparar
este último com I
João 2.1 (6) .
Porém,
nossa intenção hoje é nos dedicarmos mais longamente apenas ao
texto de João 1.1; que, segundo afirmação nossa, é o suficiente
para demolir tanto a tese ariana, quanto a unicista.
O
caso é tão simples que nem mesmo é preciso recorrer ao grego para
a devida comprovação do que estamos dizendo. Suficientemente clara,
a tradução em português, por si só, lança por terra a tese
unicista de que Jesus e o Pai são uma única pessoa:
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus,
e o Verbo era Deus” – João 1.1.
“Estava
com Deus”;
afirma nosso texto. Eis em nossas mãos um testemunho eloqüente da
pluralidade de pessoas na Divindade. Se nos lembrarmos de que o termo
grego Theos, indica
majoritariamente o nome de Jeová; que por sua vez, na mentalidade
judaica, era o nome do “Pai” (7),
o sentido do texto se torna ainda mais claro!
Portanto,
o argumento de João tem dois objetivos: “Meu
queridos, esse Jesus que lhes anuncio existia desde toda a eternidade
ao lado de Jeová, nosso Pai, o Deus Todo-Poderoso; e ele mesmo,
Jesus, era Jeová!”.
-
Mas isso nos conduz a um paradoxo! –
alguns objetarão. O que não nos incomoda nenhum pouco, tendo em
vista que todas as doutrinas fundamentais do cristianismo são
acusadas da mesma coisa (8).
“Estava
com Deus”.
Mesmo tal expressão não carecendo de maiores recursos para se fazer
compreender, nós iremos ao grego para melhor consolidar os fatos.
“Estava
com Deus”,
é o modo como a Corrigida Fiel, e maioria das traduções vertem o
grego ο
λογος ην προς
τον θεον. Os
elementos que mais nos interessam nesta oração são ην
προς τον θεον.
ην (eimi) =
ser; existir; estar presente.
Προς (pros) = indica
direção, movimento (Strong):
junto a; ao lado de; ao redor de; próximo a; intimo de; com.
τον (t0)= artigo
definido;
acusativo; singular, masculino (Robinson’s
Morphological Analysis Codes).
θεον =
Deus.
Que
o Evangelista João pretende demonstrar neste argumento? Que Jesus e
o Pai são a mesma pessoa, ou, do contrário, que Jesus e o Pai
existem distintamente, mesmo que ambos sejam Deus?! A Resposta é
evidente: “No principio existia o Verbo, e o Verbo
existia junto, em
intimidade com
Deus, e o Verbo era Deus!”.
Um
dos teólogos mais renomados do Unicismo americano, D.K. Bernard,
defende que realmente o verbo existia “junto a Deus”. Só que,
segundo ele, significa uma existência em Deus,
no sentido de que como “Verbo”, Cristo estava presente na mente
de Deus, era o ‘logos’ de Deus, seu pensamento – a
força que movia o cosmos.
“A
Palavra não era uma pessoa separada... assim como a palavra de um
homem não é uma pessoa separada dele. A Palavra era o pensamento, o
plano, a mente de Deus. No principio a Palavra estava de fato com
Deus e era Deus (João 1.1). A Encarnação existiu na mente de Deus
antes do começo do mundo (...) No grego, ‘logos’ pode significar
a expressão ou o plano que existe na mente do proclamador – assim
como uma peça na mente do dramaturgo...” – The
Oneness of God;
D.K. Bernard; Capitulo 4.
O
Verbo era, segundo o argumento acima, o ‘plano’ de Deus, o seu
‘projeto’; e não uma pessoa, ‘um ser’. Porém, basta
olharmos para o contexto da passagem para notarmos que a suposta
erudição do argumento acima, cai por terra diante da Revelação
Bíblica. João nos diz que o Verbo é uma pessoa, e que o Verbo
existe, desde o principio, junto a Deus:
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus,
e o Verbo era Deus.Ele
estava no
princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por
ele,
esem
ele nada
do que foi feito se fez. Nele estava
a vida, e a vida era a luz dos homens.... E
o Verbo se fez carne, e
habitou entre nós,
e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de
graça e de verdade. João testificou dele,
e clamou, dizendo: Este
era aquele de quem eu
dizia: O
que vem após
mim é antes de mim, porque
foi primeiro do que eu.
E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça.
Porque a lei foi dada por Moisés; a
graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
Deus nunca foi visto por alguém. O
Filho unigênito, que
está no seio do Pai, esse
o revelou!”
– João
1.1-4, 14-18.
Alguém, o
Verbo, se encarnou, e não um
pensamento.
No máximo poderíamos falar de pensamentos que se materializam, mas
não pensamentos que se encarnam. Se os unicistas aceitam a
‘explicação’ de Bernard, devem imediatamente abandonar a
fé que possuem na Doutrina da Encarnação do Verbo; mas apropriado
a eles é aceitar a ‘doutrina’ da Materialização do Verbo.
Graça
e Paz!
Que
Deus os abençoe ricamente em Cristo Jesus, nosso Senhor. Gostaria, para terminar, de recomendar a leitura do artigo "Jesus é (um) deus?", do blog Teologando.
Notas:
(1) Aqui
no Olhar
Reformado mantemos
amizade e companheirismo com irmãos que julgam a Corrigida
Fiel como
a única Bíblia inspirada em português; porém, apesar de a
considerarmos, como diz o nome, uma tradução
fiel – equivalência
formal –
não mantemos tal tese. Nossa preferência é sempre, em relação a
qualquer tradução, pelo texto grego.
(2) É
correto dizer que “qualquer
tradução honesta a este versículo”,
em qualquer língua, irá traduzir de modo semelhante ao da Corrigida
Fiel.
-
KING
JAMES VERSION -
A Palavra era Deus.
-
THE
NEW INTERNATIONAL VERSION (A
Nova Versão Internacional) - A Palavra era Deus.
-
ROTHERHAM -
A Palavra era Deus.
-
DOUAY -
A Palavra era Deus.
-
JERUSALÉM
BIBLE (A
Bíblia de Jerusalém) - A Palavra era Deus.
-
AMERICAN
STANDARD VERSION (Versão
Padrão Ame ricana) - e a Palavra era Deus.
-
REVISED
STANDARD VERSION (Versão
Padrão Revis ta) - e a Palavra era Deus.
-
YOUNG'S
LITERAL TRANSLATION OF THE BIBLE (Tradução
Literal da Bíblia, de Young) - e a Palavra era Deus.
-
THE
NEW LIFE TESTAMENT (O
Testamento da Nova Vida) - a Palavra era Deus.
-
MODERN
KING JAMES VERSION (Versão
Moderna da King James) - a Palavra era Deus.
-
NEW
TRANSLATION -
DARB Y (Nova Tradução) - a Pala vra era Deus.
-
NUMERIC
ENGLISH NEW TESTAMENT -
a Palavra era Deus.
-
THE
NEW AMERICAN STANDARD BIBLE (A
Nova Bí blia Padrão Americana) - e a Palavra era Deus.
-
THE
NEW TESTAMENT IN MODERN SPEECH -WEYMOUTH(O
Novo Testamento em Linguagem Moderna) - e a Palavra era Deus.
-
THE
NEW TESTAMENT IN BASIC ENGLISH (O
Novo Testamento em Inglês Básico) - e a Palavra era Deus.
-
THE
NEW TESTAMENT IN MODERN ENGLISH -MONTGOMERY (O
Novo Testamento em Inglês Moderno) - e a Palavra era Deus.
(3) Já
demonstramos no corpo da argumentação que a comissão responsável
pela ‘Novo Mundo’ não consegue apoio para suas cavilações nos
gramáticos autorizados. Além disso, Raimundo de Oliveira, de quem
também extraímos as citações bíblicas da nota anterior, nos
fornece informações esclarecedoras sobre F.W. Franz, ex-membro da
Torre de Vigia, e um dos responsáveis pelas traduções da NM:
-
F.W.
Franz, que se dizia mestre em hebraico, demonstrou ab soluta
ignorância quanto ao manejo da citada língua. Veja, por exemplo, a
troca de perguntas e respostas entre o Procurador da Coroa Escocesa
e o próprio Franz, retiradas de uma peça do julgamento sofrido por
Franz em novembro de 1954, na Escócia:
Pergunta:
Também se familiarizou com o hebraico?
Resposta:
Sim...
Pergunta:
Portanto, tem instrumentos lingüísticos substanciais à sua
disposição?
Resposta:
Sim, para uso do meu trabalho bíblico.
Pergunta:
Penso que o senhor é capaz de ler e seguir a Bíblia em hebraico,
grego, latim, espanhol, português, alemão e francês...
Resposta:
Sim (Prova de Acusação p. 7)...
Pergunta:
O senhor mesmo lê e fala hebraico, não é verdade?
Resposta:
Eu não falo hebraico.
Pergunta:
Não fala?
Resposta:
Não.
Pergunta:
Pode, o senhor mesmo, traduzir isto para o hebraico?
Resposta:
O quê?
Pergunta:
Este quarto versículo do segundo capítulo de Gênesis.
Resposta:
O senhor quer dizer, aqui?
Pergunta:
Sim.
Resposta:
Não, eu não tentaria fazer isso (Prova da acusação, p. 61).
As
perguntas e respostas, como podem ver, são sobre hebraico, e não
grego. Porém, o que se esperar de uma tradução com um time formado
por tais ‘especialistas’? Será que é por isso que a Torre de
Vigia mantém os nomes que compõem a comissão de tradução
trancada a ‘sete chaves’?
(4) Confissão
de Fé de Westminister; Capítulo II, De Deus e da Santíssima
Trindade; Artigo III. Referências: Mateus 3.16-17; 28-29; II Cor.
13.14; João 1.14,18; 15.26; Gal. 4.6.
(5) Mat.
28:19; 2 Cor. 1:21; 13:14; 1 Cor. 6:11; 12:4-6; 1 Pedro 1:2; 4:14;
Efésios 1:3-14; Heb. 10:29; Judas 20. Nestes, e outros versículos,
é impossível não notarmos a distinção
de pessoas na
mente dos cristãos primitivos. As expressões Joaninas são
especialmente enfáticas: João 14:16, 26,; 15:26; 16:13-15;
20:21-22; 1 João 4:2; 4:13-14.
Veja,
mais abaixo, outras informações relevantes na nota nº
7.
(6) JOÃO
14.16:
kai allos parakletos didõmi
su: “e vos dará OUTRO consolador (parakletos)”.
I
JOÃO 2.1: kai
ean tis harmatanõ parakletos echô:
“porém, se alguém pecar, advogado (parakletos) temos”.
Aqui
descobrimos que Jesus é nosso Paracleto (advogado, consolador,
ajudador) e, quando subiu ao céu, nos enviou OUTRO igual a ele: o
Espírito Santo. Na comparação destes dois versos podemos ver a
Igualdade de atributos e a Distinção de pessoas.
(7) “A
Divindade suprema” (Strong).
Mateus 4.10; Mateus 6.24; Mateus 6.30; Mateus 6.33; Lucas 1.32; etc.
“A
expressão ‘Deus, o Pai’ é bíblica e refere-se ao próprio Deus
(Gal. 1.1-4) ... Ele é o Pai não apenas do Filho, mas o Pai de toda
a criação (Mal. 2.10; Heb. 12.9). Ele também é nosso Pai por
causa do Novo Nascimento (Rom. 8.14-16). O título Pai indica uma
relação entre Deus e o homem, particularmente entre Deus e Seu
Filho, e entre Deus e o homem” - The
Oneness of God;
de D.K. Bernard, uma das mais importantes obras do unicismo
americano.
(8) Exemplos:
a Inspiração
das Escrituras;
A Encarnação
de Cristo;
ARegeneração;
A Soberania
de Deus;
etc.
“Jesus
não é Deus, mas apenas um deus, ou ser divino” (Arianos)
“Jesus
e o Pai são a mesma pessoa, usando nomes diferentes” (Unicistas)
"pela
ausência do artigo definido ‘o’ (hó),
isso significa que Cristo é apenas um deus, e não o Deus"
(Revista Torre
de Vigia,
7 de dezembro de 1995, pág.4).
“[João]
não está dizendo que a Palavra (Jesus) era como o Deus com quem
Ele estava mas, antes, que a Palavra era semelhante a um deus,
divina, um deus" (Reasoning
from the Scriptures,
1989, pág.212).
Que
o Verbo é eterno: ‘no
principio existia’;
Que
o Verbo é distinto do Pai: ‘existia
junto a Deus’;
Que
o Verbo é igual ao Pai: O Verbo ‘Deus
era...’.
(I)"Em vista dos fatos precedentes, principalmente por me terdes citado fora do contexto, peço-vos por meio desta que não volteis a citar A Manual Grammar ofthe Greek New Testament, como fazeis há 24 anos. Peço ainda que, de agora em diante, não me citeis, nem a mim nem a esta obra, em qualquer das vossas publicações”.
(II)"Também, que pública e imediatamente apresenteis desculpas na revista Torre de Vigia, uma vez que as minhas palavras não tiveram nenhuma relevância no que toca à ausência do artigo an tes de Theos, em João 1.1".
KING
JAMES VERSION -
A Palavra era Deus.
THE
NEW INTERNATIONAL VERSION (A
Nova Versão Internacional) - A Palavra era Deus.
ROTHERHAM -
A Palavra era Deus.
DOUAY -
A Palavra era Deus.
JERUSALÉM
BIBLE (A
Bíblia de Jerusalém) - A Palavra era Deus.
AMERICAN
STANDARD VERSION (Versão
Padrão Ame ricana) - e a Palavra era Deus.
REVISED
STANDARD VERSION (Versão
Padrão Revis ta) - e a Palavra era Deus.
YOUNG'S
LITERAL TRANSLATION OF THE BIBLE (Tradução
Literal da Bíblia, de Young) - e a Palavra era Deus.
THE
NEW LIFE TESTAMENT (O
Testamento da Nova Vida) - a Palavra era Deus.
MODERN
KING JAMES VERSION (Versão
Moderna da King James) - a Palavra era Deus.
NEW
TRANSLATION -
DARB Y (Nova Tradução) - a Pala vra era Deus.
NUMERIC
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a Palavra era Deus.
THE
NEW AMERICAN STANDARD BIBLE (A
Nova Bí blia Padrão Americana) - e a Palavra era Deus.
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Novo Testamento em Linguagem Moderna) - e a Palavra era Deus.
THE
NEW TESTAMENT IN BASIC ENGLISH (O
Novo Testamento em Inglês Básico) - e a Palavra era Deus.
THE
NEW TESTAMENT IN MODERN ENGLISH -MONTGOMERY (O
Novo Testamento em Inglês Moderno) - e a Palavra era Deus.
F.W.
Franz, que se dizia mestre em hebraico, demonstrou ab soluta
ignorância quanto ao manejo da citada língua. Veja, por exemplo, a
troca de perguntas e respostas entre o Procurador da Coroa Escocesa
e o próprio Franz, retiradas de uma peça do julgamento sofrido por
Franz em novembro de 1954, na Escócia:
Olá, Marcelo!
ResponderExcluirMe permita corrigir apenas a transliteração do texto em grego ainda no começo do texto. Veja lá:
- Onde você translitera "en arché eimi ho logos", na verdade o texto grego traz "en arché en ho lógos" (sua referência a "eimi" ali é simplesmente "ser/existir", e não o verbo conjugado no imperfeito, "era/existia", como no versículo).
- Onde você translitera "kai ho logos eimi pros to Theos", na verdade é: "kai ho lógos en pros ton Theón" (de novo o caso do "eimi" no lugar de "en", e no final "ho Theos" ("o Deus") precisa ser declinado no caso acusativo, que é o caso regido pela preposição "pros", por isso fica "ton Theón").
- E finalmente em "kai Theos eimi ho logos", o correto seria novamente "kai Theós en ho lógos" (trocando "eimi" por "en").
É verdade que não existe exatamente um artigo indefinido em grego e a ausência de artigo muitas vezes pode ser traduzida por um artigo indefinido em português ("ho anér" = o homem; "anér" = um homem), mas "Theós en ho lógos" é uma oração copulativa sintaticamente típica em grego, em que o sujeito é marcado com artigo ("ho lógos") e o predicado, sem artigo, vem por primeiro. É quase um "The book is on the table".
Sobre a ausência de artigo em grego, o que existe é o pronome "tís", que significa "qualquer" e muitas vezes é usado como adjetivo indefinido pra um substantivo.
Abraço!
Marcelo,
ResponderExcluirVocê aceitou o meu comentário mas não corrigiu os erros!
Abraços!
Céus, Marcelo! Você não vai corrigir os erros que eu apontei e reiterei? Última tentativa, hein.
ResponderExcluirLeo, graça e paz
ResponderExcluirVou dar um jeito sim; para lhe ser sincero, eu esqueci, e tenho dito pouco tempo para o blog (não que isso justifique). Não desista de mim, hein?
De seu conservo;
Marcelo Lemos
Qualquer coisa me escreva que eu digo direitinho onde é, vai ficar fácil! :) oliveira.leonardo (a) gmail.com.
ResponderExcluirAbraço!
Legal, manda aí: marcelolemos.editor@hotmail.com
ResponderExcluirAh, corrige aí, Marcelo! Tá fácil, já dei os detalhes no comentário. É difícil falar em martelar heresias quando o leitor vê coisas assim e, caso tenha estudado um mínimo de grego, certamente vai pensar que você não sabe do que está falando.
ResponderExcluirAbraço!
Cada ser humano que se esforça por levar a Palavra da verdade é uma ferramenta nas mãos de Deus, o fruto muitas vezes não se vê, mas creio que também não é o importante, o importante é fazer aquilo que está dentro do coração, sabendo que isso vai glorificar o Criador, e de alguma maneira ajudar o nosso próximo. O dar sem esperar receber, traz-nos alegria, porque estamos a dar o nosso melhor. É este o alvo da minha visita, incentivar a continuar o esforço , na alegria de falar das maravilhas do nosso Salvador. Que sua vida brilhe mais e mais a cada dia. Um abraço em Cristo Jesus.
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